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  • Por BRDE
  • 30/03/2021 12:13
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O setor rural brasileiro passou por grandes transformações nas últimas décadas com o apoio da tecnologia. Com a evolução da genética e da bioengenharia foi possível produzir mais utilizando a mesma área de terra, tanto na agricultura como na pecuária. Atualmente, novidades em áreas como robótica, sensores, internet das coisas, análise de big data, análise por inteligência artificial, entre outros, estão sendo aplicadas diretamente no campo para aumentar a produtividade e a eficiência.

Nesse panorama, os custos da tecnologia estão se tornando cada vez mais baixos, tornando-a mais acessível a empresas de países em desenvolvimento como o Brasil. Mas como o setor rural brasileiro é um tanto conservador e admite lentamente as novidades disruptivas, parte das empresas prefere apostar no que está validado e costuma ser receosa quanto ao risco inerente da inovação. Esse sentimento é afastado por Fernando Luciano, diretor executivo da Hotmilk Ecossistema de Inovação da PUCPR, uma aceleradora de negócios de startups e que também reúne um parque tecnológico com a participação de empresas de diversos estados brasileiros. “As empresas já podem apostar em startups ou empresas nascentes”, sugere. Segundo ele, “os recursos podem ser investidos no apoio ao desenvolvimento técnico-científico”. E esse mesmo apoio se estende às empresas novas, que já estão com boa operação.

Na visão de Luciano, a agricultura perdeu fronteiras no mundo atual e as empresas que forem mais eficientes são as que vão perdurar no futuro. As condições no Brasil, com vasta extensão e variedade de terrenos e bom clima para o plantio, formam um grande diferencial e contribuem para a inserção das empresas nacionais com destaque nesse mercado internacional. “Mas as empresas que não se ajustarem, não se adaptarem ao novo mundo tecnológico, não vão conseguir permanecer competitivas por questões de custo de sua produção em relação aos demais”, afirma.

Para o representante da Hotmilk, é necessário aumentar o fomento de forma inteligente no Brasil para que as novas tecnologias possam ser absorvidas por empresas, tornando-se inovação. “Precisamos de mais atividades e ter mais assertividade no momento em que vamos criar os mecanismos para essas conexões. Às vezes, o recurso é dado a um projeto, mas não é feito um acompanhamento, ou não há um foco para financiar um projeto melhor, que tem condições de ter mais impacto na área agroindustrial”, informa.

BRDE Labs

Para realizar a ponte entre as startups com o governo, a universidade, empresas e cooperativas agroindustriais, e possibilitar a inovação, o BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul criou, em conjunto com a Hotmilk PUCPR, o programa BRDE Labs.

Com o programa, o BRDE busca se posicionar como acelerador de inovação e mostrar sua contribuição para o desenvolvimento do setor rural através de uma iniciativa segura. A primeira edição do projeto, iniciada em 2020 e finalizada em 2021, contou com a participação de dez cooperativas agrícolas, clientes do BRDE, e mais de 350 startups. As cooperativas participaram de workshops organizados pelo BRDE e Hotmilk, nos quais foram trabalhados temas como cultura de inovação, soluções de mercado e problemas enfrentados pelas cooperativas.

“Nessas reuniões, falamos também das grandes macrotendências do agronegócio mundial, mostrando o panorama das startups e das high techs da área de agricultura em todo território nacional, o mapeamento delas e como estavam divididas, em que áreas trabalham”, revela o diretor da Hotmilk. Segundo ele, também foram realizadas várias dinâmicas para verificar quais eram os problemas em comum, organizar uma matriz de priorização e avaliar os desafios para buscar as startups certas e trazer as soluções.

As startups passaram por uma avaliação online, com participação das cooperativas. As 20 melhores foram selecionadas para um período de imersão, para conhecerem mais a fundo cada uma das cooperativas e fazer uma proposta de trabalho. “As cooperativas tiveram uma interação muito forte com as startups e aprenderam seu modo de trabalhar, a cultura delas. As cooperativas entenderam suas deficiências internas para conseguir se relacionar com as startups e gerar inovação de maneira mais acelerada”, confirma Luciano.

O BRDE Labs também conta com a participação de fundos de investimento parceiros. Dessa forma, além da capacitação, os participantes – empresas, cooperativas e startups – têm a oportunidade de se conectar com grandes empresas do Paraná, que podem acelerar seus negócios através de financiamentos. O programa abre a possibilidade de realização de product marketing fit(prova de conceito e validação de um produto) ou corporate venture(investimento no qual há troca por percentual da empresa).

Nova edição

O edital para um novo ciclo do BRDE Labs será lançado em breve e será aberto para uma participação mais abrangente de empresas, sem exclusividade para o setor agroindustrial. “Estamos no período de seleção de clientes do BRDE que estarão trabalhando com a Hotmilk com a mesma seleção de desafios - aproximar empresas e startups”, confirma o representante do Hotmilk. Mais informações sobre o programa estão no endereço www.brdelabs.com.br. Pensou em novos investimentos, pensou BRDE.

Pensou em novos investimentos, pensou em BRDE.