Quem vê a Curitiba de hoje, uma metrópole moderna e exemplo mundial de planejamento urbano, não imagina que a capital paranaense já foi uma cidade pequena e pacata, com costumes bastante peculiares.
Se pudéssemos embarcar na máquina do tempo do filme De Volta para o Futuro, e regressássemos à década de 40, poderíamos ver, in loco, um dos principais costumes da sociedade curitibana da época: tomar um cafezinho em pé, junto ao balcão, no Senadinho da Travessa Oliveira Bello, nº 38.
No local funcionava o Café Alvorada, ponto de encontro obrigatório onde as pessoas discutiam política, futebol ou, simplesmente se reuniam para colocar o papo em dia.
A inauguração do espaço data de 11 de julho de 1941, portanto, há 80 anos. A boa localização, central, aliada à praticidade de tomar o cafezinho em pé junto ao balcão, fizeram do Café Alvorada um sucesso instantâneo de público. Naquela época, ainda não existia o famoso calçadão da Boca Maldita, que viria somente 32 anos mais tarde, em maio de 1972.
Clique e veja fotos daquela época.
O local concentrava diversas casas comerciais, especializadas em artigos femininos e masculinos, além de outros estabelecimentos que ajudaram o Senadinho a se transformar em ponto de encontro — como por exemplo a Gráfica Paranaense (que editava a Gazeta do Povo), o Bar e Restaurante Paraná, além, é claro, do Café Alvorada, ponto de encontro obrigatório de bate papos na hora do almoço.
Entre tantas histórias curiosas daqueles tempos, destaca-se uma sobre a transmissão via alto-falantes instalado na rua, de um jogo de futebol entre as seleções do Paraná e do Rio Grande do Sul, algo muito comum naquela época.
Em meio à multidão, artistas, jornalistas e intelectuais ocupavam o Senadinho diariamente para colocar a conversa em dia, degustando uma saborosa xícara de Café Alvorada.
Os anos foram se passando, a empresa crescendo, se modernizando, lançando novos produtos, mas a tradição e o gostinho daqueles tempos permanecem vivos na memória e no paladar dos curitibanos. Habemus Café!