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Casas de apostas liberadas pela Loterj: STF barra atuação de operadores fora do Rio de Janeiro

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a suspensão da operação de casas de apostas licenciadas pela Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro) fora do território fluminense.

Após decisão do STF, operações de casas de apostas fora do Rio de Janeiro enfrentam restrições.
Após decisão do STF, operações de casas de apostas fora do Rio de Janeiro enfrentam restrições. (Foto: Tima Miroshnichenko/Pexels)

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10/03/2025 às 14:57

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O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a suspensão da operação de casas de apostas licenciadas pela Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro) fora do território fluminense. A medida revoga uma decisão liminar anterior que favorecia essas plataformas, com o ministro André Mendonça destacando a necessidade de uma supervisão federal uniforme sobre o setor.

Com essa decisão, apenas as casas de apostas regularizadas pelo Ministério da Fazenda estão autorizadas a operar em todo o território nacional. O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) reforça que regulações estaduais, como a da Loterj, ainda precisam aprimorar seus mecanismos de fiscalização, o que representa desafios regulatórios e riscos reputacionais para o setor.

Casas de apostas em transformação no Brasil

Nos últimos anos, o mercado de apostas no Brasil passou por profundas mudanças. Desde 2018, casas de apostas podiam operar online sem regulamentação local, pois estavam licenciadas em outras jurisdições. Contudo, isso impedia o Governo Federal de arrecadar tributação sobre essas atividades. Agora, com a nova regulação, o Brasil assume controle do setor, estabelecendo suas próprias regras.

A expectativa da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) é que, já em 2025, a arrecadação com impostos e taxas das casas de apostas esportivas ultrapasse R$ 20 bilhões.

Empresas de apostas sentem impacto da decisão do STF

A determinação do STF impacta diversas casas de apostas esportivas, incluindo a Esportes da Sorte, patrocinadora de clubes como Bahia e Corinthians. O Tricolor Baiano decidiu rescindir seu contrato de patrocínio com a empresa, sem esclarecer se a decisão foi influenciada diretamente pela medida do STF.

Porém, em janeiro deste ano, o Bahia anunciou um novo patrocínio máster com outra casa de apostas, a Viva Sorte Bet, em um acordo histórico de R$ 80 milhões até dezembro de 2026. O Corinthians também iniciou sua parceria com a Viva Sorte, fechando um contrato de R$ 212 milhões. Além disso, a marca Esportes da Sorte segue estampando as camisas do clube paulista.

Enquanto isso, a casa de apostas Esportes da Sorte assegura que sua operação continua ativa por meio de uma liminar que lhe concede autorização para atuar nacionalmente. A empresa informa que já cumpre todas as exigências regulatórias, incluindo a adoção do domínio "bet.br", e aguarda apenas a inclusão oficial na lista de plataformas regularizadas – de acordo com a última atualização das bets autorizadas pelo Ministério da Fazenda divulgada em 11 de fevereiro de 2025, a empresa segue fora da lista.

Plataformas de apostas no Brasil enfrentam novos desafios

As casas de apostas regulamentadas sob licença da Loterj agora precisam regularizar-se em âmbito nacional para manter suas atividades em todo o Brasil. Esse processo envolve custos elevados, já que a outorga para atuação nacional é de R$ 30 milhões, enquanto a licença da Loterj custa cerca de R$ 5 milhões.

Além do valor da concessão, as casas de apostas devem atender a uma série de exigências, como a utilização de domínio "bet.br" e outros critérios estabelecidos pelo Ministério da Fazenda. Algumas operadoras podem não ter os recursos necessários para se adequar imediatamente, o que pode limitar suas atividades ao estado do Rio de Janeiro.

A Loterj se manifestou contrária à decisão do STF, argumentando que a medida representa um retrocesso econômico para iniciativas estaduais e pode gerar prejuízos financeiros. Em nota oficial, a entidade alertou para o risco de devolução de outorgas fixas e perdas milionárias para os cofres públicos.

Para a Advocacia-Geral da União (AGU), a principal questão reside na falta de um sistema de georreferenciamento que impeça a atuação interestadual das casas de apostas licenciadas por estados. O IBJR, por sua vez, defende um controle nacional mais rigoroso, com regras claras e relatórios diários ao Ministério da Fazenda para fiscalização de práticas como jogo responsável, prevenção à compulsividade e combate às fraudes.

Casas de apostas e publicidade: um novo panorama regulatório

Com a crescente regulamentação das casas de apostas no Brasil, um novo desafio emerge: a publicidade do setor. Empresas investem bilhões em patrocínios de clubes de futebol e campanhas publicitárias, mas especialistas questionam se a exposição massiva pode influenciar negativamente determinados públicos, como menores de idade e pessoas vulneráveis ao vício em jogos.

A regulamentação da publicidade de casas de apostas é uma discussão em andamento, e alguns países já adotam medidas mais restritivas, como a proibição de anúncios durante transmissões esportivas. No Brasil, ainda não há um consenso sobre como equilibrar a promoção do setor com a proteção dos consumidores.

A criação de normas mais rígidas pode afetar diretamente o mercado publicitário, clubes esportivos e influenciadores digitais que promovem casas de apostas. Para o governo, o objetivo é encontrar um meio-termo que garanta a transparência da comunicação sem comprometer a arrecadação e o desenvolvimento do setor.

Próximos passos da regulamentação do setor

A decisão do STF deve influenciar diretamente os rumos da regulamentação dos jogos no país. Com a nova legislação em vigor desde 1º de janeiro de 2025, espera-se que o mercado de apostas passe por diversas adaptações nos próximos meses.

O grande desafio será equilibrar a supervisão governamental com o crescimento do setor, garantindo transparência, segurança e arrecadação para o país. A criação de um modelo regulatório sólido será essencial para o desenvolvimento sustentável do setor, que continua em franca expansão e atrai cada vez mais empresas e apostadores.

Casas de apostas autorizadas no Brasil

Atualmente, o Ministério da Fazenda já concedeu autorização a 71 empresas, cada uma podendo explorar até três marcas de apostas dentro das diretrizes nacionais. Essa lista é atualizada constantemente pelo governo, permitindo que novas plataformas ingressem no mercado de forma regulamentada. A licença, que custa R$ 30 milhões, é válida durante 5 anos.

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