Como identificar os sinais e sintomas do lipedema no próprio corpo?
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  • Por Centro Lipedema Curitiba - Dra Mariana Thalyta Bertolin Silva | CRM-PR 32246 | RQE 23472 | RQE 27598
  • 18/06/2021 15:18

É comum que muitas mulheres de uma mesma família tenham pernas grossas — e todas pensem que é apenas uma característica corporal. Pode até ser o caso. Porém, se há DOR, hematomas e nódulos de gordura delimitados, é possível que seja um caso de LIPEDEMA.

O lipedema é uma doença inflamatória crônica do tecido adiposo, que causa acúmulo de gordura, especialmente nas pernas. Os principais sinais do lipedema são as pernas gordas, desproporcionais ao resto do corpo.

"Por mais que ela malhe e faça dieta, a paciente sempre vai ter um corpo desproporcional: a parte de cima é mais fina e a parte de baixo é maior", explica a Dra. Mariana Silva, cirurgiã vascular e especialista em lipedema.

O surgimento desses nódulos de gordura tem relação com fatores genéticos, mas também com alterações hormonais. É comum que as mulheres comecem a perceber o início ou mesmo a piora dessa desproporção corporal durante a puberdade – após a primeira menstrução e/ou o uso de contraceptivos -, após gestação ou mesmo com a chegada da menopausa.

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A importância do diagnóstico correto do lipedema

A Dra. Mariana conta que as mulheres com lipedema costumam chegar em seu consultório com uma carga enorme de ansiedade. Isso porque a maioria delas já tentou diversas dietas, passou por vários especialistas e fez tratamentos que deram pouco resultado. Além de afetar a saúde física da paciente, que não tem seu verdadeiro problema resolvido, isso também afeta a saúde mental.

Com frequência, os sinais do lipedema são confundidos com obesidade, retenção de líquidos ou biotipo. Até mesmo médicos podem confundir essa doença com outras, como o linfedema, já que o lipedema ainda é uma doença pouco conhecida no meio médico. De acordo com uma pesquisa da ONG britânica Lipoedema UK, apenas 5% dos médicos do país possuem o conhecimento necessário para um diagnóstico preciso da doença.

Dito isso, é importante diferenciar o lipedema dessas outras condições citadas anteriormente, podendo já observar algumas características do lipedema como: acúmulos de gordura são bilaterais (nas duas pernas) e simétricos; celulite em grande quantidade e dolorosa, hematomas frequentes (mesmo sem trauma associado); inchaço que não responde à elevação das pernas, DOR nas pernas e sensibilidade aumenta ao toque/pressão.

A presença de nódulos de gordura também são frequentes no lipedema, especialmente com a progressão da doença. As principais regiões onde esses nódulos são encontrados: culotes, parte interna e dos joelhos e logo abaixo dos joelhos, além da famosa “bananinha” (acúmulo de gordura abaixo do glúteo). Além de serem dolorosos, esses nódulos podem causar prejuízo na mobilidade das pacientes gerando, inclusive, alterações articulares como joelho VALGO e condromalácia patelar.

O lipedema poupa os pés. Na maioria das pacientes um “sinal da gargantilha ou garrote” é encontrado na transição do pé para o tornozelo. No grau mais avançado, no qual o linfedema também está presente, os pés podem estar afetados.

Algumas pacientes também podem ter lipedema nos braços, caracterizado por acúmulo de gordura progressivo e desproporcional ao tronco/face, dor, celulite, hematomas e prejuízo funcional.

O primeiro passo, para as pacientes que reconhecem os sinais do lipedema em seu corpo, é procurar um médico especialista nessa doença — de modo geral, cirurgiões vasculares. “Nem todos os médicos sabem o que é lipedema. Alguns conhecem o termo, mas não têm ciência de como tratar essas pacientes”, explica a Dra. Mariana Silva.

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