O que já era uma tendência crescente na última década se consolidou durante os meses mais rigorosos de isolamento social por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus: de acordo com pesquisa da plataforma Compre & Confie, as vendas on-line cresceram 81% em abril em relação ao mesmo período do ano passado, com faturamento de R$ 9,4 bilhões. Outro levantamento, este da Ebit Nielsn, apontou que 7,3 milhões de brasileiros compraram pela internet pela primeira vez no primeiro semestre de 2020.
Em 2018, quase 10 anos depois de um processo amplo de digitalização da multinacional Unilever, nascia o Compra Food Service (CFS), loja online voltada para o ramo de restaurantes e alimentação fora do lar com um conceito de shopping center, onde o empreendedor encontra, em um só lugar, tudo o que precisa.
A empresa surgiu como uma startup dentro da gigante de bens de consumo, e vem aprimorando seus canais de venda e estendendo operações. Com presença nos três estados do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e em alguns estados da região Nordeste, o marketplace deve ampliar o alcance em São Paulo e Minas Gerais ainda em 2020.
"O principal ponto que nos fez acreditar nessa ideia foi o que os próprios empreendedores nos falavam, da dificuldade de encontrar um só lugar, um único distribuidor, para achar de tudo, ou pelo menos muita coisa, para facilitar o processo de compra de mercadoria" diz o Head Sales e E-Comm da Unilever Food Solutions, Luiz Henrique Dente.
A plataforma oferece cerca de 20 mil itens e a disponibilidade varia conforme a região (em torno de 5 a 8 mil produtos). As opções de marcas vendidas no CFS são variadas, ou seja, não são apenas as distribuídas pela Unilever. "Integramos diferentes vendedores para que o operador tenha acesso a tudo o que ele precisa. A cada mês, trazemos opções de produtos e serviços, buscando parcerias com indústrias e serviços" explica Dente.
Outro objetivo claro do Compra Food Service é ser vantajoso também para a indústria, sendo um dos elementos no tripé fornecedor, distribuidor e comprador. "Estamos em 74 países e nossa missão é inspirar e transformar o foodservice em um setor que dá mais alegria aos profissionais e empreendedores, com mais oportunidades de negócios para a cadeia do foodservice" frisa o Head Sales.
Mais apoio
O CFS não se propõe a ser apenas um site para compra e venda de insumos e produtos, mas sim um canal de apoio ao empreendedor: uma de suas ações ajuda pequenos empreendimentos (como o mercadinho do bairro, por exemplo), a ter o seu próprio e-commerce. Seguindo a filosofia de inovar sempre, a empresa incentiva ainda que os colaboradores tragam ideias de negócios relacionados ao setor, façam o pitch e, se aprovadas, ganhem investimento da Unilever para o desenvolvimento da ideia.
O time ligado à tecnologia e atendimento ao clientes vem criando novas soluções para atender o consumidor. Recentemente, o CFS lançou o seu chatbot, a Manu, uma atendendente virtual que deixou mais rápido e dinâmico os atendimentos via Whatsapp, que correspondem a 85% da demanda dos compradores da plataforma.
A criação da persona, avatar e do sistema de atendimento é um dos produtos do CFS que expressa a maneira rápida de trabalho das startups: Manu nasceu como um MVP (Mínimo Produto Viável) em março, logo no início da pandemia. Seu desenvolvimento até chegar ao público em meados de abril foi rápido, e o time de tecnologia foi, e vem fazendo, os ajustes necessários para aprimorar o chatbot levando em conta a análise de dados e o feedback dos usuários.
Além disso, o site oferece promoções aos CNPJs cadastrados e, neste período de pandemia, está com dicas práticas para auxiliar os estabelecimentos. Também zerou as taxas na plataforma para parceiros por período indeterminado e deve ter, em breve, um programa de crédito.
A ideia, em algum momento, é que o Compra Food Service se desvincule da Unilever e seja uma empresa à parte, mas seguindo a mesma filosofia, de contribuir para a digitalização e modernização do foodservice, facilitando a vida dos empreendedores do ramo.
