Em todo o Paraná, a Copel já construiu mais de 16 mil quilômetros de redes trifásicas até o momento e a previsão é atingir a marca de 20 mil km no fim de 2024
Em todo o Paraná, a Copel já construiu mais de 16 mil quilômetros de redes trifásicas até o momento e a previsão é atingir a marca de 20 mil km no fim de 2024| Foto: Divulgação
  • Por Copel - Companhia Paranaense de Energia
  • 27/05/2024 13:22

Levar energia ao campo. Foi isso que moveu a Copel na década de 80, quando a empresa executou o maior programa de eletrificação rural do país. Por um empréstimo internacional, a Companhia tomou essa decisão ao criar o Clique Rural e levou energia elétrica a um custo acessível aos consumidores de mais de 120 mil propriedades rurais do Paraná.

“A Copel foi precursora nessa ideia de universalização da energia, que não se falava muito à época. Mas o dinheiro era limitado e a empresa queria levar a rede para todos os consumidores rurais de maneira mais barata. Dentro disso surgiu a solução da rede monofásica”, conta o diretor-geral da Copel Distribuição, Maximiliano Andres Orfali.

Engenheiro eletricista e funcionário de carreira da Copel, Orfali diz que tecnologicamente essa rede não era uma novidade, mas a utilização em uma escala do tamanho do Estado do Paraná sim. “Levava um fio só, tinha o que a gente chamava de retorno por terra e a utilização de equipamentos mais baratos também: a mola religadora ao invés da chave-fusível, o descarregador de chifre ao invés do para-raio que temos hoje, eram itens bem menos eficientes”, explica.

Além disso, a empresa fez a estrutura basicamente em linha reta para gastar menos em materiais, ou seja, para ir do ‘ponto A ao ponto B’ a rede passava por onde fosse: morros, cursos d’água, áreas de mata. “Isso fez com que a gente gastasse menos e na época era o que precisava. O consumidor rural queria um ponto de luz para ligar sua geladeira e máximo um queimador de milho. Para a grande maioria estava bom, foi um ganho enorme”, relembra.

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O cenário ao longo das últimas décadas, contudo, mudou. Com avanços nos processos de produção e da tecnologia no campo, e equipamentos e sistemas cada vez mais automatizados. “Hoje o consumidor rural tem uma indústria, ele é um empresário e tem uma necessidade maior, de ter uma qualidade melhor no fornecimento de energia”, afirma Orfali.

É dentro dessa nova perspectiva que nasce o Paraná Trifásico, quase uma releitura do que foi feito há quatro décadas – não apenas por ser voltado ao campo, pois houve outros programas nesse sentido, mas nenhum com magnitude parecida. Apresentado no fim de 2019 pela Copel, o projeto também nasceu com a premissa de ser o maior programa de modernização da energia rural no País e está dentro do seu planejamento para concluir 25 mil quilômetros da nova rede até o fim de 2025.

“A gente está trocando essa rede. Eu tiro essa rede do meio do mato, porque ela foi feita em linha reta, né? Coloco ela na beira da estrada, com acesso muito mais fácil e rápido, e ao invés de ser monofásico, eu faço uma rede trifásica, que são três fios com proteção, não são desencapados, resistem ao toque de uma árvore, por exemplo”, explica o diretor-geral da Copel Distribuição.

Essa modernização da rede era uma demanda do setor produtivo rural e suas entidades representativas, como o Sistema FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná). Isso porque a energia passou a ser essencial para diversas atividades como a produção de  laticínios, suinocultura, avicultura e piscicultura, que usam a eletricidade de forma intensiva e precisam de fornecimento praticamente ininterrupto para climatização de locais como aviários, resfriamento de produtos e oxigenação de tanques, por exemplo.

Esses segmentos são importantes para o estado, uma vez que o Paraná é o maior produtor de tilápias do Brasil e a avicultura paranaense bate recordes ano a ano, sendo líder absoluta na produção, respondendo por 34,5% dos abates do país – mais do que Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul, juntos, segundo a FAEP.

Avanço da rede

Em todo o Paraná, a Copel já construiu mais de 16 mil quilômetros de redes trifásicas até o momento e a previsão é atingir a marca de 20 mil km no fim de 2024, chegando a 80% do total de 25 mil km previstos para o programa, que tem um investimento total de R$ 2,8 bilhões.

As novas redes, além de serem mais resistentes, dispõem de equipamentos interligados e automatizados que podem, em caso de desligamentos, ser capazes de restabelecer o fornecimento com maior agilidade e até de forma remota.

Orfali explica que essa renovação dos ativos está levando à melhora na qualidade do fornecimento e mais segurança à população para todo o Estado. São também 330 mil produtores beneficiados, pois esses 25 mil km dentro dos cerca de 100 mil km existentes em áreas rurais chegam a mais de 390 municípios.

“A nova rede nós estamos colocando no tronco, nos alimentadores, na ‘espinha dorsal’ da rede, fazendo com que ela seja mais robusta, confiável, desligando menos e aí todo mundo acaba sendo beneficiado, mesmo aquele consumidor que não queira o trifásico na sua casa ou propriedade. Nem todos necessariamente querem, mas do jeito que fizemos todos acabam beneficiados, mesmo que a rede porventura não chegue até a casa dele, mas passando no tronco a rede ganha confiabilidade no geral”, explica.

Além de mais eficiente, a rede trifásica também tem redundância, ou seja, possui dois caminhos para a energia chegar ao mesmo consumidor. Logo, se o fornecimento é interrompido por um lado, é possível fazê-lo chegar pelo outro, o que não é possível na rede monofásica.

*Próxima leitura: Inovação aberta é caminho para manter consumidores e abrir novas portas para a Copel no futuro