A cada cinco partos realizados no mundo, um acontece através da cirurgia cesariana (21%). E esse número deve continuar aumentando na próxima década, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Embora a cesárea seja o método indicado para algumas gestações, são comuns os casos em que a cirurgia é feita sem necessidade médica. Considerando os riscos que todo procedimento cirúrgico implica, tanto a mãe como o bebê são colocados em risco desnecessário, podendo desenvolver problemas de saúde em curto ou longo período de tempo.
Nesse sentido, é importante que você tenha consciência das situações nas quais a cesárea é indicada.
Quando a cesariana é indicada?
A cesárea é um tipo de parto que consiste em uma cirurgia realizada no hospital, onde o obstetra faz um corte da região abdominal para retirada da criança.
Quando existe indicação, esse procedimento é capaz, inclusive, de salvar vidas. Nesses casos, o parto pode ser programado com antecedência para garantir a segurança da mãe e do filho.
Veja alguns casos.
Deslocamento prematuro da placenta
Quando a placenta se desloca do útero, acontece uma interrupção do fluxo de sangue para o bebê, causando um sofrimento fetal agudo.
Em casos assim, o tempo é curto (minutos) para salvar a vida do bebê e, por isso, ele deve nascer pela via mais rápida. Ou seja, se o parto não estiver quase no final, é preciso fazer a cesariana.
Apresentação anômala
É possível que um bebê sentado nasça de parto normal. No entanto, se ele estiver atravessado no útero, o nascimento não pode ser feito pela via vaginal, sendo necessária a cirurgia cesárea.
Múltiplas cesáreas prévias
Quando uma mãe teve três filhos por cirurgia cesárea, a indicação é que a próxima gestação também seja cesariana. Em alguns casos, o quarto parto pode ser normal, mas, por não ser uma indicação absoluta, é preciso decidir em conjunto com a equipe médica.
É preciso debater os riscos, os benefícios, o desejo materno e a experiência da obstetra. Após duas cesarianas, é possível passar por um parto normal, caso esse seja o desejo da gestante. Isso porque, em situações como essa, o risco de ruptura uterina é muito baixo e não supera o risco de submeter a mulher a uma nova cirurgia (cesárea).
Malformações fetais
A realização da cesárea também é indicada em algumas situações de malformação do feto, como alterações cerebrais ou gêmeos xifópagos (unidos).
Desproporção céfalo-pélvica
Nessa situação, a cabeça da criança é desproporcional à pelve materna. O diagnóstico, no entanto, só deve ser feito durante o trabalho de parto, quando a mãe tem dilatação completa, contrações adequadas e foram esgotadas todas as possibilidades para auxílio da descida do bebê.
Uma vez cesárea, sempre cesárea?
O parto vaginal deve ser oferecido à mulher com uma cesariana anterior e pode ser considerado para aquelas com duas ou mais. Embora a crença de que após uma cesárea uma mulher só pode ter filhos através de outra tenha sido compartilhada amplamente ao longo dos anos, existe segurança em um parto normal após cesariana (VBAC).
Nessa situação, recomenda-se o intervalo de dois anos entre a cesárea e a tentativa de parto vaginal. No entanto, algumas mulheres engravidam antes disso.Quando isso ocorre, a equipe multidisciplinar que acompanha a gestante deve conversar com ela sobre os riscos e juntas tomarem a melhor decisão.
Risco do parto normal
Após uma cirurgia cesariana a mulher fica com uma cicatriz no útero e, assim, a parede uterina pode ficar fragilizada, podendo romper em caso de parto normal.No entanto, esse risco é muito pequeno e, por isso, é importante conversar com a obstetra sobre a melhor possibilidade de parto.
É importante reforçar que todas as decisões devem ser tomadas em conjunto e a gestante deve estar bem informada sobre sua condição e saber quais são as situações indicativas de cesariana.
Quanto mais informações a mulher tiver, mais segura ela se sentirá para fazer suas escolhas de forma assertiva.
Dra. Midiã Vergara Bandeira - Ginecologia | Obstetrícia
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