Guerras, fome, violência urbana, declínio moral e valorização do individualismo.
Olhando um cenário como esse, há quem diga que “colocar mais uma pessoa no mundo é uma loucura”. O resultado é a baixa taxa de natalidade no Brasil, que segundo dados do último Censo Demográfico divulgado pelo IBGE, no fim de 2023, mostra que porcentagem de crianças de 0 a 14 anos no país recuou de 24,1%, em 2010, para 19,8% em 2022.
Mas indo contra toda essa corrente e fugindo das estatísticas, algumas mulheres escolheram manter suas casas cheias de afeto e muito amor para distribuir. São as mães das chamadas famílias numerosas, em que tudo é grandioso e multiplicado por, no mínimo, quatro vezes.
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“Tenho sete filhos aqui comigo e mais quatro no céu, que foram resultado de abortos espontâneos”, conta a curitibana Kelli Fernanda Roznowski Göttems, de 46 anos. Ela é mãe da Júlia (21), do Bernardo (18), do Rafael (12), do Francisco (11), do José (8), do João (5) e da Olívia (2). O plano inicial da Kelli e do marido era de ter apenas três filhos, mas um momento de conversão e entendimento da fé mostrou a eles a importância de receber os filhos que Deus poderia enviar.
O cotidiano não é simples, mas a maior parte das tarefas é feita em equipe para que a casa seja funcional, do preparo do almoço à limpeza da cozinha. Horário específico para estudar e brincar são também necessários. Hábitos noturnos em família como o jantar, o tempo de rezar o terço e, duas vezes, na semana um momento de descontração, são cultivados para manter a unidade familiar.
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Semelhante rotina acontece na casa de outra curitibana, a Fernanda Salvi, de 38 anos. Mãe de seis filhos e à espera do sétimo, ela conta que nem sempre foi aberta à vida, mas que seu primeiro sim à vida aconteceu quando o Eduardo Luiz nasceu.
Mãe sozinha aos 23 anos, e apesar das circunstâncias, ali ela despertou para a grandeza da maternidade. “Quando meu filho tinha 3 anos, conheci meu marido Rafael, que também vinha em um processo de conversão.
Em um ano namoramos, noivamos e casamos, e prometemos perante ao altar, ao dizermos sim à pergunta feita pelo sacerdote: ‘Estais dispostos a receber com amor os filhos que Deus vos confiar?’”, recorda ela que é mãe do Eduardo Luiz (14), da Laura Beatriz (9), do José Roberto (8), da Maria Helena (6), da Joana Clara (4), do João Francisco (1 ano e 10 meses) e agora está à espera da Teresa.
Assim como a Kelli, Fernanda reforça a necessidade da organização para dar conta de tudo e de todos. “Como tenho filhos de várias idades, cada um tem um tipo de agenda e de demanda. Os mais velhos têm mais autonomia, sabem o que devem fazer e se arrumam sozinhos, só precisam de orientação. Já os mais novos demandam mais cuidados, mas sempre queremos que eles desenvolvam mais iniciativa”, analisa ao enfatizar a generosidade que a maternidade traz: “Sobra menos tempo para o próprio ego.
Para muita gente, formar uma família e ter filhos deixou de ser algo natural do ser humano e passou a ser um fardo. E isso é uma grande mentira”, finaliza.
*Próxima pauta: Marie Curie e Sojourner Truth: dois exemplos da força inigualável das mães
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