“Chegou a hora de vermos que a arquitetura é muito mais do projetos de edifícios e residências”, afirma a curitibana Caren Silva, especialista da área que hoje trabalha com gestão de projetos em multinacionais, pronta a encontrar soluções pontuais e supervisionar contratos em projetos desenvolvidos nos quatro cantos do mundo. “Quando a gente termina a faculdade, às vezes tem a impressão que a arquitetura é muito fechada. Mas por ser uma área tanto técnica, quanto social, ela te abre inúmeras possibilidades”, comenta.
Ela sabe sobre o que está falando. Hoje com 42 anos, desde que se formou em Arquitetura e Urbanismo pela PUC-PR, já viajou por quase 40 países como arquiteta. De lá para cá, se especializou em gestão e expandiu seu currículo com experiências em empresas e universidades internacionais.
O hobby de viajar para conhecer a arquitetura de diversos países é também sua profissão. Caren supervisiona grandes projetos de arquitetura mundo afora, sendo responsável por tirar as ideias do papel. “Hoje sou Design and Contracts Manager, ou seja, faço gestão de contratos de empreiteiras e entrega de grandes obras com chave na mão. Acabo misturando arquitetura, engenharia e gestão, em uma experiência diferente da arquitetura dita usual”, explica.
Experiência internacional
Depois da formatura em terras paranaenses, em 2001, o primeiro grande projeto de Caren já mostrou que ela teria um futuro promissor e internacional. Ao lado de estudantes de diversos países, participou dos estudos para a reestruturação da cidade de Belgrado, na Sérvia, que enfrentava o pós-guerra. O projeto a incentivou a se especializar em outras áreas, entre idiomas, gestão, planejamento e execução, expertises que permitiram o desenvolvimento de sua carreira internacional.
“A gente tem que fazer o melhor que pode em qualquer lugar do mundo”, diz Caren, de volta ao Brasil após dez anos de trabalho em Angola. Lá, ela coordena e é responsável pelo licenciamento de obras em todos os parâmetros para multinacionais e lidera equipes e projetos internacionais e multidisciplinares.
“Já viajei a trabalho para diversos países nas Américas, na África, na Europa, na Ásia e no Oriente Médio. Hoje quero mostrar como isso é possível e inspirar novas gerações de arquitetos”, comenta.
Caren nunca para de aprender — mesmo na pandemia, começou a tocar violino, se aprofundar sobre conceitos de ancestralidade e tem diversos projetos em andamento. Desde expandir as relações entre Brasil-África, até democratizar a arte e tornar a arquitetura uma área de estudo ainda mais ambiciosa, a curitibana vê seu trabalho como um desafio para ir além do óbvio. “O mundo é todo conectado. Quanto mais o conhecemos, mais sabemos que é grande e pequeno ao mesmo tempo”, afirma.
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