O isolamento necessário para combater a pandemia está criando uma nova forma de olhar para a casa. Mais que um lugar para dormir, agora ela é vista como a protagonista na criação da qualidade de vida. Essa perspectiva está reinventando o viver doméstico e a maneira como as pessoas se relacionam em ambientes privados.
Abrigar-se por tanto tempo também trouxe a vontade de habitar espaços esquecidos, como varandas e áreas abertas. As famílias passaram a buscar um convívio em lugares que promovam o lazer externo. Por isso, ideias como as varandas multifuncionais têm ganhado destaque no mundo da arquitetura.
Para Fábio Tadeu Araújo, sócio-dirigente da Brain Inteligência Estratégica, a varanda multifuncional é uma das tendências que se desenvolveu com o autoisolamento e irá atingir o público que procura um novo imóvel. “A varanda se tornou um espaço em que as pessoas podem respirar ar puro e se sentir minimamente fora de casa’’, explica.
Outro movimento interessante foi o dos moradores que notaram como suas atuais varandas são pouco práticas, não pegam sol, nem têm espaço suficiente para atividades em grupo. Fábio diz que essa percepção vai levar muita gente a fazer reformas e procurar empreendimentos que entreguem áreas funcionais. ‘‘Os jardins e as coberturas também se tornarão elementos mais procurados”, complementa.
Curtindo a vida dentro de casa
Residências que promovem o conforto e o bem-estar passaram a ser valorizadas durante a pandemia. Ambientes que integram verde e casas que são visualmente mais aconchegantes estão ganhando espaço no “novo normal”. O estudo Arquitetura e a Saúde do Usuário, dos pesquisadores Andreza Soethe e Leandro Leite, apresentado na Universidade de Viçosa em 2015, aponta elementos arquitetônicos que influenciam diretamente na saúde e no bem-estar como a luz, cor, som, aroma, textura e forma.
A ideia é trazer esses elementos para melhorar a vida dentro de casa não só nos momentos de descanso, mas também no home office, principalmente porque elevar o nível de conforto também ajuda a elevar os níveis de motivação.
A partir dessas estimativas que influenciarão a residência e o estilo de vida de muitas pessoas, incorporadoras imobiliárias já estão se preparando para a nova demanda de mercado. Maurício Fassina, diretor da GT Building, uma das principais empresas paranaenses voltadas a esse setor, comenta que a empresa já estava trabalhando em projetos que integravam tecnologia, sustentabilidade, espaços abertos, coworking e conectividade física e digital. ‘‘O fato é que, com a pandemia e uma mudança de contexto residencial, precisamos olhar ainda mais atentos para espaços que antes não eram o principal destaque. São segmentos em ascensão, que vão mudar a perspectiva do mercado e que, com certeza, nos adaptaremos para entregar aos clientes”, finaliza.
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