Ceratocone é uma doença que atinge a córnea, a lente fina e transparente que está na parte da frente dos olhos. A enfermidade afeta a visão, deixando as imagens embaçadas e distorcidas. Sua principal característica é alteração no formato da córnea, que adquire progressivamente uma forma mais curva e pontuda, lembrando a aparência de um cone.
A córnea é o tecido que fica na parte mais externa do globo ocular. É uma lente natural, formada por algumas camadas de células e uma camada mais grossa de fibras de colágeno. É a córnea que permite a entrada da luz e executa dois terços das tarefas de foco. Por isso, quando o ceratocone se desenvolve há um comprometimento na nitidez das imagens projetadas na retina.
Fator genético
Segundo a Dra. Fernanda Piccoli, oftalmologista no Hospital Barigui de Oftalmologia, essa deformação na córnea acontece porque ‘‘algumas pessoas possuem um colágeno corneano mais “fouxo”. Nesses casos, a córnea pode progressivamente ter sua estrutura alterada e adquirir uma forma cônica e distorcida. Sintomas como visão disforme, grande desconforto com luzes a noite e grau que altera constantemente, podem ser sinais de ceratocone.’’, explica.
Não se sabe a causa exata do ceratocone. O que é possível dizer é que algumas alterações genéticas predispõem o desenvolvimento da doença. Essas características, podem ser hereditárias, o que significa que familiares como pais e irmãos têm maior chance de ter a doença. Sabe-se também que o ato mecânico de esfregar os olhos e as alergias oculares têm um papel fundamental no aparecimento e evolução da patologia.
No geral, o desenvolvimento da enfermidade é lento e se inicia na adolescência. Ela tende a progredir até a vida adulta e por volta dos 35 a 40 anos de idade tende a estabilizar. A evolução pode acontecer em velocidades diferentes para algumas pessoas. Por isso, é necessário ficar atento, já que alguns casos podem progredir muito rapidamente se não tratados a tempo.
Prevenção e tratamento
Como as alergias oculares têm um fator importante sobre o desenvolvimento da doença, controlar estas condições é fundamental. Nas fases iniciais, os óculos podem ser suficientes para melhorar a qualidade da visão. Mas à medida que a doença avança, eles podem não ser suficientes para garantir a qualidade da imagem. Nessa fase, as lentes de contato rígidas (corneanas, semi-esclerais ou esclerais) podem ser necessárias para a melhora da nitidez visual.
Porém, é importante frisar que nem os óculos ou as lentes de contato garantem a estabilidade ou regressão da doença. Para isto, existem alguns tratamentos cirúrgicos que podem ser indicados, conforme cada caso.
Entre eles estão Crosslinking Corneano e o Implante de anel intracorneano. Enquanto o crosslinking promove a estabilização do ceratocone, o implante do anel ajuda a devolver à córnea seu formato esférico. O implante do anel de fato melhora a qualidade da visão e em alguns casos pode eliminar a necessidade de lentes de contato rígidas.
Apesar de terem mecanismos de ação distintos, esses procedimentos podem ser combinados para garantir melhor controle da doença e melhor qualidade de visão. A sua indicação deve ser avaliada individualmente, caso a caso.
Graças ao elevado índice de sucesso desses tratamentos, o transplante de córnea, que antes era a única alternativa para o tratamento do ceratocone, hoje fica restrito a raros casos.
O Hospital Barigui de Oftalmologia possui equipe médica especialista em córnea e em ceratocone, com profissionais formados nos melhores hospitais do mundo. Eles estão capacitados para atender os portadores de ceratocone em todas as etapas do seu diagnóstico e tratamento. Além disso, o espaço também conta com tecnologia de ponta para realização dos tratamentos cirúrgicos da doença. Se você apresenta algum sintoma, marque uma consulta no site: https://oftalmobarigui.com.br/