A alimentação balanceada é uma grande aliada nesse momento.
A alimentação balanceada é uma grande aliada nesse momento.| Foto: Freepik
  • Por Hospital Erasto Gaertner
  • 28/07/2023 17:04

A alimentação desempenha um papel crucial no tratamento do câncer, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e auxiliando no combate à doença. Saber o que inserir e o que eliminar da dieta é parte fundamental no cuidado à saúde ao longo do processo terapêutico.

Uma dieta equilibrada e nutricionalmente adequada pode ajudar a reduzir os efeitos colaterais dos tratamentos, fortalecer o sistema imunológico e promover a recuperação do organismo. Por isso, é importante que os pacientes recebam orientação de profissionais de saúde, como nutricionistas especializados em oncologia, para elaborar um plano alimentar personalizado, considerando suas necessidades individuais, tipo de câncer e tratamento, como ocorre no Hospital Erasto Gaertner.

É importante destacar que alguns sintomas causados tanto pelo tratamento quanto pela própria doença podem dificultar a ingestão adequada de alimentos. As necessidades nutricionais do paciente podem se alterar, tornando-se necessário ajustar o consumo de determinados nutrientes. As mudanças no metabolismo dos pacientes com câncer podem levar ainda ao aumento do gasto energético, perda de massa muscular e alterações hormonais que afetam o apetite. 

Os tratamentos cirúrgicos, quimioterápicos ou radioterápicos também podem gerar reações adversas, como diarreia, obstipação, náuseas e feridas na boca, bem como problemas de deglutição, impactando negativamente no estado nutricional e levando à desnutrição devido à redução da ingestão alimentar. “As implicações do declínio do estado nutricional repercutem na dificuldade de cicatrização, menor tolerância ao tratamento e consequentemente maior hospitalização”,  informa a supervisora do Serviço de Nutrição e Dietética do hospital, Marina Lopes. “Em alguns casos, o tratamento chega a ser interrompido por falta de condições clínicas decorrentes da má nutrição. Por isso, uma atenção especial à alimentação durante o tratamento do câncer é crucial para enfrentar os desafios nutricionais e manter a saúde do paciente”, explica.


Segundo a especialista, como alternativa, pode ser necessário realizar a prescrição de suplementos nutricionais industrializados e módulos de proteínas, ou até mesmo, em alguns casos, uma outra via alimentar como o uso de  sondas  com objetivo de atingir as necessidades nutricionais dos pacientes, evitando a perda de peso progressiva. 

Já quanto a cuidados paliativos, o apoio nutricional oferece efeitos benéficos, devendo sempre ser respeitadas as influências culturais, autonomia, priorizando o bem-estar e o controle de sintomas, promovendo conforto emocional para o paciente e seus cuidadores. 

Humanizando a refeição durante o tratamento 

O Serviço de Nutrição e Dietética (SND) do Hospital Erasto Gaertner, o maior câncer center do Paraná, preza pelos princípios de uma alimentação saudável e sustentável, com várias ações que abrangem o escopo da alimentação adequada, tornando factível a promoção de alimentos saudáveis, mas sem esquecer que, além dos aspectos nutricionais e higiênico-sanitários, a alimentação compreende um conjunto de simbolismos: o cuidado, conforto, acolhimento e suas dimensões sensoriais. “Quando tratamos de um ambiente hospitalar, temos que considerar que a aceitação dos pacientes com a dieta é dependente de uma série de fatores, como evolução da doença, efeitos colaterais do tratamento, restrições dietéticas, forma de atendimento e período de internação”, esclarece Marina.

Com o objetivo de desmistificar o conceito negativo empregado no termo “comida de hospital”, o atendimento humanizado é pensado cada vez mais sob o ponto de vista nutricional. “A humanização da alimentação hospitalar deve integrar aspectos éticos que visem o tratamento individualizado; a prestação de um serviço de qualidade; as sensações organolépticas; aspectos simbólicos e afetivos; e as comemorações, respeitando os hábitos culturais e alimentares de cada indivíduo”, detalha.

Segundo Marina, além da humanização da alimentação dos pacientes hospitalizados, o Hospital também ampliou este conceito para a alimentação ofertada aos acompanhantes e colaboradores da instituição – partindo do princípio que todos podem se beneficiar desta promoção à alimentação adequada e saudável, englobando seu viés social e cuidando de quem cuida.