Um dos motivos que mais levam os pais até um pronto-socorro é a presença de “corpos estranhos”, no nariz, garganta ou ouvido das crianças. Brinquedos, moedas e outros objetos podem causar um grande estrago se não forem removidos com acompanhamento profissional, no atendimento de urgência.
“Ponta de lápis, algodão, massinhas de modelar, areia, sementes, miçangas, baterias, brinquedos, insetos, são os corpos estranhos que aparecem com mais frequência no ouvido e geralmente são introduzidos de maneira voluntária, por crianças e até alguns pacientes psiquiátricos”, comenta a otorrinolaringologista do Hospital Iguaçu, Renata Mainardes. Já na garganta, o corpo estranho geralmente está associado a alimentação, como espinhas de peixe e fragmentos de ossos de frango.
“O corpo estranho no ouvido pode gerar dificuldade para escutar, dor, sensação entupimento, lesão na membrana do tímpano, sangramento ou alguma sensação desesperadora pelo movimento do inseto dentro do ouvido. Já no nariz, o corpo estranho leva a espirros, coriza, obstrução nasal”, explica a médica. Se o corpo não for identificado, em alguns dias ele pode gerar uma secreção nasal unilateral, fétida, purulenta e/ou com sangue. Já na garganta, a evolução causa dor, dificuldade para engolir e excesso de saliva.
O que fazer?
Ao notar que a criança introduziu algum objetos em qualquer uma das vias os pais devem ir imediatamente o serviço médico de urgência e não tentar remover o corpo estranho, sozinhos. O mesmo vale se notar qualquer um dos sintomas citados anteriormente, sinais de que o corpo está tentando expulsar algum elemento alheio a sua natureza.
“Para confirmar a presença de um corpo estranho o médico realiza uma otoscopia (exame visual do tímpano) ou se estiver na área de garganta, na laringe, é preciso realizar um exame com câmera, uma laringoscopia, para fechar o diagnóstico”, comenta a médica.
Os exames devem ser feitos diretamente na unidade de saúde, bem como a remoção do agente causador do incômodo, uma vez que em alguns casos é necessário uma intervenção cirúrgica, inclusive com sedação dos pacientes.
No Hospital Iguaçu, crianças e adultos que estejam com algum corpo estranho em suas vias recebem atendimento especializado e de urgência, podendo realizar exames e cirurgias de remoção no mesmo local. A instituição fica localizada na Av. Iguaçu, 3233, no bairro Água Verde, em Curitiba.
Atenção especial com as pilhas
Existe um tipo de corpo estranho que merece atenção especial: as baterias e pilhas. Isto porque elas podem causar uma reação inflamatória intensa, com a liberação do conteúdo alcalino, uma vez que entrem em contato com a mucosa da boca, nariz ou ouvido.
Neste caso é preciso que a bateria seja retirada o quanto antes. “Jamais deve-se utilizar água para lavar o ouvido ou outra cavidade, após a introdução de objetos alcalinos”, alerta a otorrinolaringologista. “Recomendo não tentar a remoção do corpo estranho em casa ou em outro estabelecimento de saúde que não tenha serviço de otorrinolaringologia especializado, pois a tentativa de retirada sem material adequado pode gerar lesão ou até mesmo empurrar o corpo estranho mais profundamente”, finaliza Mainardes.
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