Respirar pela boca é um importante indicativo de que a saúde respiratória de uma crianças não está normal. Apesar de comum - algumas pesquisas indicam que até metade das crianças em idade escolar podem ser respiradoras orais -, respirar oralmente está diretamente relacionado a alguma dificuldade ou bloqueio do nariz, impedindo que o fluxo de ar percorra o caminho natural para dentro dos pulmões.
Esses bloqueios são comumente causados pelo aumento dos cornetos nasais ou de estruturas ligadas ao sistema linfático como as amígdalas e a adenoide. É o que explica a médica Andressa Gervasoni Sagrado, especialista em otorrinolaringologia e cirurgia cérvico facial.
“Na faixa etária pré-escolar, uma das causas mais comum para respiração oral é hipertrofia das amígdalas ou adenoide, estrutura que fica no fundo do nariz e quando aumentada atrapalha o fluxo aéreo nasal e podem também podem causar voz abafada, halitose e dificuldade de engolir”, explica a médica, que atua no Hospital Iguaçu, em Curitiba.
Outra causa comum que leva os pequenos a respirarem pela boca é a rinite alérgica, uma doença que pode irritar e deixar inchados os cornetos nasais inferiores. Também entram como fatores estimulantes deste tipo de respiração os desvios de septo, sinusite e pólipos.
“A criança respiradora bucal terá o sono agitado, acordando várias vezes na madrugada, podendo evoluir para uma privação do sono profundo devido à apneia noturna (pausas respiratórias durante o sono). Como consequências aparecem as dificuldade de consolidação a memória, de concentração, bem como alterações na liberação do hormônio de crescimento”, explica Andressa.
Respirar pela boca cronicamente também pode alterar de forma significativa algumas estruturas do rosto e corpo da criança, deixando por exemplo, os lábios finos, a face alongada e cansada, olheiras, além de impactar em articulações como a mandíbula, causar perda auditiva pelo acúmulo de líquido na orelha média e causar uma série de complicações odontológicas como o aparecimento de cáries, erosão do esmalte dentário e alterações nas musculatura e arcada dentária.
“Ao observar que seus filhos têm respiração oral, busque seu otorrino de confiança. Existem diversos tratamentos, clínicos e cirúrgicos para sanar este problema. A opção sempre será conjunta entre o médico e os pais”, arremata a especialista.
No Hospital Iguaçu, crianças e adultos recebem atendimento de domingo a domingo. A unidade de saúde é especializada no tratamento de doenças relacionadas ao ouvido, nariz e garganta e conta com um corpo clínico com 15 otorrinolaringologistas e quatro fonoaudiólogas, além de um centro cirúrgico próprio.
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