Dor na face, no maxilar, nem sempre está relacionada à dor nos dentes. Alguns desses problemas são, inclusive, atendidos nos hospitais, como por exemplo os traumas de face, as deformidades de crescimento ou de desenvolvimento dos maxilares e as disfunções na articulação da mandíbula, conhecida como articulação temporomandibular, além de outras patologias da região da boca.
Dr. Killian Evandro Cristoff, cirurgião bucomaxilofacial do Pilar Hospital, explica que, muitas vezes, os pacientes precisam de cirurgias para a resolução desses problemas.
“Uma grande parte da população necessita de intervenção cirúrgica. Sabemos que problemas como os que envolvem a articulação da mandíbula ou de desenvolvimento dos maxilares são muito comuns e uma porcentagem grande da população necessita de tratamento cirúrgico. Os traumas de face têm uma recorrência ainda maior. Isso se dá devido à acidentes de trânsito e outros”, ressalta.
Conforme o especialista, hoje os procedimentos mais comuns são as cirurgias ortognáticas, que nada mais são do que cirurgias para a correção dos maxilares. Ou seja: pessoas que têm um desenvolvimento muito grande da mandíbula (queixo para frente). Além dela, cirurgias na articulação da mandíbula.
“Essa cirurgia é para pacientes que têm estalido, dor ou limitação nos movimentos da mandíbula. Já as cirurgias de trauma são para correção das fraturas dos ossos da face”, conta.
Dor constante que pode ser resolvida ou minimizada
A maior parte dos pacientes orofacial já vem sofrendo por meses e às vezes anos com dores e limitações, além de já ter passado por múltiplos tratamentos.
De acordo com o especialista, muitas vezes a indicação cirúrgica poderia ser evitada e até mesmo utilizada uma técnica menos invasiva se o diagnóstico e o tratamento precoce fossem realizados.
“As dores orofaciais são complexas e requerem um diagnóstico preciso. Uma parcela desses pacientes necessita de tratamento cirúrgico. Quando bem diagnosticado e quando bem indicado, o procedimento cirúrgico é resolutivo. Com isso, há um aumento da qualidade de vida desses pacientes que, muitas vezes, sofrem por anos com dores e limitações na hora de falar ou comer”, diz.
Pacientes acompanhados apresentam resultado positivo
Dr. Killian, nos últimos anos, acompanhou e estudou 34 pacientes que foram diagnosticados, tratados de maneira conservadora por profissionais habilitados e capacitados. Eles não conseguiram boa evolução com o tratamento conservador, então, tiveram indicação cirúrgica.
“Fizemos um procedimento cirúrgico na articulação temporomandibular. Esse procedimento é relativamente simples. Perfazemos uma pequena incisão próxima à orelha, seguida da colocação do disco articular (menisco) em uma posição mais favorável. Seguimos com a fixação dessa estrutura com um ou dois parafusos de titânio. Acompanhamos com a avaliação da dor e limitações de movimento desses pacientes imediatamente após o procedimento, reavaliando aos 6 meses depois do procedimento e após cada ano, até 4 anos depois da cirurgia. Concluímos, com isso, que a cirurgia se mostrou eficaz e estável nesse prazo de tempo, confirmando justamente que, quando bem indicada, a cirurgia reflete bons resultados”, comenta Dr. Cristoff.
O trabalho já foi aceito e publicado em uma revista internacional de otorrinolaringologia.
Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial
O Pilar mantém desde 2013 o Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial, que foi criado com o propósito de investigar doenças e tumores bucais, fazer pequenos enxertos ósseos ou implantes, corrigir irregularidades na estrutura do rosto e, em casos mais delicados, agir na reconstrução facial. Além disto, tratar cirurgicamente doenças que envolvem as articulações temporomandibulares, localizadas à frente das orelhas, também faz parte dos objetivos da equipe.