Vinho fino tinto seco Via1986 – Nebbiolo 2017, da vinícola Viapiana tem garras numeradas até o numero 1746, o que confere a esse vinho exclusividade| Foto: Divulgação
  • Por Importadora MMVinhos
  • 13/08/2020 16:28
Ouça este conteúdo

Auge. Essa palavra pode muito bem ser empregada para entender a diferença entre o chamado vinho jovem e o vinho de guarda. O primeiro, como o próprio nome revela, pode ser bebido com todas as suas propriedades aromáticas e olfativas logo que sai da vinícola ou segue para a importadora. Ele apresenta seu auge de qualidade quando está à venda. O vinho de guarda vai atingir o seu apogeu quando tiver mais idade. E quem dita isso nem é o enólogo, mas o terroir.

Mas, ser jovem ou ser de guarda não quer dizer que um é melhor do que o outro, explica Jonas Martins, gerente geral e sommelier da MMV Importadora. Um belo exemplo de vinho jovem é, por excelência, o rosé. Ele apresenta muito frescor, é frutado. E a fruta que sente no aroma não é doce de fruta, é a fruta fresca”, exemplifica. Alguns vinhos jovens da MMV são o Felitche, o Nossas Quintas e o Revoltosa.

Os vinhos de guarda normalmente são produzidos com uvas com essa característica, que vão demorar mais tempo para evoluir. Porém, uma ou outra técnica de enologia também podem influenciar, como o sur lie – no qual os vinhos envelhecem sobre as borras, falando de forma resumida.

As uvas

Como toda regra há exceção, há uvas que podem servir tanto para vinhos jovens como para os de guarda. Martins cita a Cabernet Sauvignon, que vai bem tanto no chileno Felitche, de um vinhedo novo, quanto no Fortunatus Reserva de família 2017, de um vinhedo da década de 60. “Ele está com três anos e está ótimo, mas daqui a cinco anos estará melhor ainda”, diz.

As uvas Cabernet Sauvignon, são ótimas para vinhos jpvens ou de guarda e são a seleção do chileno Felitche, de um vinhedo novo, e Fortunatus Reserva de família 2017, de um vinhedo da década de 60| Foto: Divulgação

Mas, uma uva que é essencialmente de guarda é a Nebbiolo, que faz o Barolo. “Existe uma área demarcada em Piemonte (Itália) e dentro dela as uvas produzem vinhos semelhantes. Uma mesma uva fora daquela área fica diferente. Perto dali, existe a região de Barbaresco que produz vinhos mais frescos, mais jovens. A diferença é o terroir, a uva é a mesma”, ensina.

Um Barolo por exemplo fica de três a cinco anos na vinícola. Depois, os produtores pedem que ele seja degustado -- dependendo da safra – em oito, 10 anos, 15 anos. “Isso é a complexidade mesmo. A estrutura química, acidez. Significa que ele estará bem resolvido dentro da garrafa. Bem fermentado”, completa.

A MMV inclusive acaba de receber um vinho da brasileira Viapiana feita com a uva Nebbiolo. Exclusivo, a produção foi de pouco mais de 1,7 mil garrafas. “Produzido no Brasil, em Flores da Cunha (RS), com um terroir semelhante a Piemonte em questão de complexidade”, diz. Outros de guarda da MMV são o Marselan 2014, o Fortunatus Reserva de Família e o Intrigo Chardonnay da Inserrata, cujo auge está longe ainda, cerca de oito anos.

Garrafa de Intrigo Chardonnay da Inserrata, cujo auge está longe ainda, cerca de oito anos. | Foto: Divulgação

Martins cita ainda regiões famosas que possuem produtores de vinho de guarda que são reconhecidos, como Chateau Lafite, de Bordeaux (França), Petrus em Pomerol (França) e Romanée Conti na Borgonha (também na França).

A América do Sul é mais propícia para uvas de vinhos jovens. “Mendoza, na Argentina, até dá pra fazer vinhos de guarda, mas é mais a técnica de produção do que a região. O Vale Central do Chile, apesar de ser bem dividido, é apto para vinhos jovens”, explica.

E quanto tempo um vinho deve ficar guardado? “É difícil saber antes de tomar o vinho”, afirma. A dica é se informar com o sommelier ou procurar ficha técnica do vinho. E se você quiser fazer uma experiência, compre mais de uma garrafa do mesmo vinho e tome uma por ano. “Você vai sentir a evolução”, comenta.

E se você quiser provar vinhos jovens e vinhos de guarda acesse a loja online da MMV www.mmvinhos.shop