Liderar é uma arte, e embora cada um tenha a sua própria convicção e conceito do que é liderar, é algo que vai se moldando ao longo da história profissional.
Aliado a isso, alguns conceitos vão tomando forma e outro por vezes ganham novas roupagens. Inclusive grandes ciclos sobre determinados comportamentos vão se transformando.
Reflita um pouco a Era Industrial, fortemente encabeçada pelo comando e controle, onde a hierarquia era para ser seguida e jamais questionar decisões?
Pense ainda em outras formas de liderar e aliado a cultura empresarial inclusive, seja em estruturas mais horizontais, seja em liderança mais compartilhada baseada na confiança, empoderamento e menos controle?
Ainda sobre liderança o recente movimento de liderança mais humanizada e passando por liderança assíncrona, remota, híbrida, ou seja, circulando em novas culturas e precisando se adaptar rapidamente.
Como está a sua liderança? Também precisou se reinventar?
Confraria de Executivos - O que é e como funciona?
Fóruns, Summits, Seminários etc, recorrentemente discorrem sobre o tema, mas é no dia a dia que as grandes decisões acontecem e que os grandes conflitos e aprendizagens individuais surgem.
O intuito de ter uma rede forte e consolidada é permitir que trocas ocorram com mais profundidade e principalmente através de peer coaching, onde dois executivos trocam seus momentos de carreira, vida e desafios que estão enfrentando – uma mentoria cruzada que permite ampliar percepções a respeito do assunto e ampliar as alternativas de decisão.
É algo fácil? Difícil dizer, pois temos a mão uma série de pessoas da nossa rede ou conectadas no LinkedIn e outras redes, mas essa troca requer método, disciplina e abertura, principalmente porque a conexão se dá através de confiança para permitir expor-se em completo, com todas suas vulnerabilidades.
Para Catia Brumatti, executiva na área de Supply Chain na Pepsico e com longa bagagem nas várias áreas de Operações em FMCG, mãe e membro da Confraria do Instituto Connect, o grande valor está em termos um grupo sólido, que propicia trocas, conexões mais profundas, debates de temáticas diversas e ampliação do repertório que nos auxiliam nas resoluções dos dilemas que enfrentamos no dia-a-dia e/ou no auxilio aos times para que desenvolvam a autonomia para tal no dia-a-dia.
Segundo Catia liderar basicamente se resume ao círculo virtuoso de desenvolver os líderes do futuro. Líderes que muito mais que solucionar problemas, passam pela habilidade de resolver dilemas, encontrar o melhor balanço entre aspectos que a princípio pareçam paradoxais, líderes que exercitem human skills continuamente (o que Simon Sinek chama de human skills) com inteligência emocional e que, assim, possam construir resultados mais sólidos aliados a um mundo melhor.
“E como chegar a este círculo virtuoso? Como nós, líderes de HOJE podemos desenvolver os líderes do FUTURO?” Catia completa que há muita literatura sobre o tema para todos e todas se divertirem por muito tempo. O que tem feito a diferença para ela é:
- Buscar aprendizado continuamente – aprendizado técnico, técnicas de comunicação, linguagem, autoconhecimento, inteligência emocional, como se identifica e se evolui a cultura de um time. Nesta parte de cultura, vem sua dica.
- Entender sobre cultura organizacional “porque os resultados são construídos a partir do que é feito e do que se deixa de fazer”. E entender como mudar o que é feito e deixado de fazer para se atingir os resultados necessários é um conhecimento necessário aos líderes – como entender e lidar com a cultura organizacional.
- Diversidade – que é conectada com uma de suas paixões: “ter em seu time diversidade em todos os seus aspectos e se permitir ser completado em suas fraquezas por outros, ser desafiado por outros”.
- Generosidade - investir tempo a cada dia em compartilhar seus conhecimentos e em desenvolver times autônomos, em construir o futuro, em ter conversas em time e 1:1 que permitam desafiar o cérebro e seguir evoluindo. Enfim, um círculo virtuoso de aprendizado, ensinamento e desenvolvimento.
Para termos entregas diferentes, é preciso ampliar seu repertório, ver o mundo sob outras óticas, essa construção coletiva de saberes, irá facilitar a jornada, deixando-a mais prazerosa e com resultados sustentáveis e mais que isso, Orgulho do Legado que construiu.
Quais seriam as suas dicas?
Grandes lições que aprendi?
Para Christina Hutchinson, que teve sua trajetória pautada em grandes corporações e migrou para grandes startups, a cultura é crucial para imprimir a sua marca e principalmente transitar pela organização de forma fluída para gerar resultados de forma assertiva, perene e porque não dizer de forma “leve”.
Cada vez mais estamos falando de uma liderança humanizada, onde investir tempo no desenvolvimento dos times, sucessão e extrair a inteligência coletiva do time é um ponto fundamental e diferencial competitivo.
Para a Christina liderança é uma constante troca de aprendizados. E liderar por exemplo. O gestor deve estar aberto a aprender e ensinar. Inclusive vivemos um momento em que podemos trabalhar com diferentes gerações e estimular e nos adaptar a novas percepções e ideias na construção de resultados.
Inclusive como membro da Confraria de executivos, irá trilhar com os demais a jornada de Board Advisor junto as startups do Cubo, a realizar Peer Coaching com os demais integrantes e exercitar dar voz as suas ideias, pois com seu know-how, seria um desperdício não aproveitar e capitalizar suas lições.
Chris considera que ao longo da sua trajetória teve grandes lições como:
- Aprenda a ouvir e esteja acessível. Liderar e uma responsabilidade, um compromisso com pessoas e com o resultado.
- Disfrute da oportunidade de trabalhar com pessoas de diferentes perfis. Temos a tendência a buscar a nós mesmos em nossas equipes. Aprendi como o aprendizado se expande ao trabalharmos com equipes multifuncionais.
- Quando possível, explore novas culturas dentro da organização. Uma ótima forma de absorver diferentes perspectivas sobre uma mesma temática.
- Foque no resultado mesmo que signifique entrar em conflito de ideais e expectativas. Estes também nos ajudam a crescer.
Aliado a isso, sempre existe o choque cultural quando se muda de cultura, passei por isso saindo de corporações para startups ou scale ups, e o que eu procurava era minimizar essa curva de adaptação, afirma a Christina utilizando-se da seguinte estratégia:
“Esteja aberta ao novo, não tenha vergonha de pedir ajuda e a oferecer sua contribuição, aceite que em alguns momentos teremos “um frio na barriga” como parte do conhecer uma nova realidade. E mais importante de tudo, divirta-se e se orgulhe de sua trajetória!! Assim, tudo parecera mais fácil.”
E você? Quais são grandes lições que aprendeu?
A Confraria do Desenvolvimento, promovida pelo Instituto Connect, é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países, trata-se de uma comunidade de aprendizagens e caminhando em uma jornada de networking, experiências e impacto social.