A primeira vez que me deparei com a palavra impermanência foi no livro Tibetano do Viver e do Morrer do mestre budista Sogyal Rinpoche. Nesta jornada literaria, Sogyal referência todos os ensinamentos através de citações e experiências de mestres budistas.
A crença budista defini a vida como um eterno estado de impermanência. Tudo é passageiro e, portanto, o apego pelo material ou por qualquer outra circunstância não faz sentido pelo estado permanente de mudança e evolução.
Mas mesmo que haja um estado de impermanência, todas as ações feitas por nós, segundo esta crença, precisam nos conectar a um propósito de evolução.
Se pensarmos bem, a jornada da Inovação não é diferente. O que nos move para a Inovação, são ideias, soluções que estão conectadas a nossa evolução. Tudo é motivado pelo desejo de melhorar uma condição atual. Este ciclo não tem fim e, portanto, podemos dizer que todas as soluções que criamos são impermanentes.
Outro ponto abordado por Sogyal é como o imediatismo e o consumismo estão presentes no modo de vida ocidental e como estes comportamentos estão conectados a uma falta de percepção de continuidade. Isto porque, segundo a crença budista, o momento que vivemos hoje, poderá ser continuado em uma próxima vida.
No ciclo de Inovação, a percepção de continuidade é reconhecida. A armadilha neste caso é termos o maior apego pelas soluções do que pelos problemas em si.
Neste sentido, a forma como inovamos está mais conectada com a jornada do que com o resultado ou a solução.
Desta forma também percebemos que algumas soluções de hoje são frutos de jornadas conhecidas. Por exemplo: Tornar-se um avatar de um jogo, hoje passa a ser um experimento no Metaverso, ou ainda, um olhar tridimensional evolui para a se tornar realidade aumentada. Enfim, todos conectados na mesma jornada: " A realidade virtual".
Mas esta jornada de evolução também tem gerado consequências. A impermanência das soluções acaba por gerar um sentimento de insuficiência. Neste contexto, nos tornamos ansiosos e estressados porque acabamos por não acreditar que as soluções são boas o bastante e, portanto, não acreditamos na nossa autossuficiência.
Brene Brown aborda este processo no livro "A Coragem para liderar" e como é importante que os líderes deste processo de inovação reconheçam a vulnerabilidade como forma de incentivar ambientes criativos. Aqui falamos do incentivo a coragem para experimentar e aceitar o erro como parte da jornada do aprendizado.
Além disso, não se pode desvincular o aspecto sustentável desta evolução. Não basta apenas evoluirmos na tecnologia. Precisamos também entender os impactos desta evolução nas dimensões estruturais e culturais.
Assim, precisamos ser melhores juízes do sucesso e do insucesso e entender que a impermanência é um estado de inovação e que cada jornada dentro deste contexto tem seu propósito, mais do que as soluções que possam surgir, afinal, somos todos impermanentes.
E você, como tem lidado com a impermanência na sua carreira?
Tem utilizado isso como combustível para gerar novos estímulos a sua vida? A ampliar seu repertório, inovar e estar ativo na jornada de lifelong learning?
A inquietude e vontade de fazer diferente tem estado presente na sua rotina? Ou tem sido “engolido” pelo sistema e quando se dá conta, mais um ano, mais um ciclo, mais uma etapa passou?
Lembre-se que a Carreira pode transcender a apenas um contrato CLT, ou apenas um papel na sociedade, cada vez mais estamos falando de profissionais slash, ou seja antenado e contribuidor de vários papeis e não vulnerável a apenas uma fonte de receita...
Que estímulos tem gerado nos seus times? Na sua família e amigos? Tem sido de fato uma pessoa que instiga essa jornada de impermanência e inovação.
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