Produzir riqueza, pagar impostos, gerar empregos. O que até pouco tempo atrás era considerado como a fórmula de um negócio promissor ou uma carreira bem-sucedida, para muitos empreendedores não é mais suficiente. Mais que terem suas vidas transformadas pelo sucesso, as pessoas querem cada vez mais transformar o mundo a partir de suas ações. Elas buscam aliar trabalho a um propósito maior.
O tema tem ganhado espaço nos ambientes corporativos e prova disso é o fato de o termo ESG, sigla para Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança) ter virado trend nas buscas do Google, afirma James Marins, sócio-fundador do escritório de advocacia Marins-Bertoldi e presidente do instituto Legado.
O movimento do Instituto Legado segue um caminho cada vez mais natural dentro da sociedade: o do empreendedorismo social. Para Marins, ele está profundamente ligado à uma mudança estrutural da sociedade, em que as pessoas passam cada vez mais a se perguntarem sobre qual é o seu papel e propósito para além do capital. “Estamos em um momento de profundas transformações humanas, em que gestores estão mudando sua visão de mundo, seja porque estão estudando ou porque já vem com isso em seu DNA, nas novas gerações. Além disso, estamos no período de maior transferência de recursos, eles estão passando das mãos dos gestores baby boomers para os gestores da geração Y, que têm um compromisso diferente”, afirma.
Conexões e Legado
Para Marins, este movimento guia uma grande transformação socioeconômica, que está trazendo novas finalidades aos negócios na sociedade e afastando alguns conceitos, como o de que, por exemplo, o de que capital e filantropia não podem andar lado a lado. “Sempre houve uma visão dicotômica, que separava as empresas, o segundo setor, das atividades filantrópicas, o terceiro setor. O que estamos vendo é que entre esses dois extremos há muito espaço”, afirma Marins, que recentemente lançou o livro “A Era do Impacto”, em que trata do Movimento Transformador Massivo (MTM).
Neste espaço entre o segundo e o terceiro setor, segundo ele, desenvolvem-se cada vez mais negócios sociais que, apesar de sua finalidade econômica, têm como objetivo a soluções de problemas ambientais e sociais. Os projetos têm a capacidade de gerar lucro, mas com um elevado senso de propósito. São startups, fintechs e empresas B, que trazem como objetivo não serem as melhores empresas do mundo, mas serem melhores empresas para o mundo. “Está havendo uma avaliação do ponto de vista do grau de humanização. No fórum econômico mundial do ano passado inclusive se falou muito neste novo capitalismo, o capitalismo de stakeholders, que leva em conta todos os envolvidos, e não mais apenas os acionistas”, explica Silvana Pampu Founder do Instituto Connect.
Empreendedores sociais
“Mesmo nas atividades estatais pode haver empreendedores sociais, os chamados intraempreendedores”, conta, referindo-se à capacidade de muitos gestores têm de, mesmo em ambiente não propícios, encontrar formas de desenvolver seu propósito.
E sobre esta mentalidade, Marins afirma que ela será capaz de criar uma nova ficção social, um novo modelo de sociedade cada vez mais justo. “Empreendedores sociais não são os que dão o peixe, mas também não são os que ensinam a pescar. Eles são os que querem revolucionar a indústria da pesca. E gestores de visão não são os que sabem para onde o mundo está indo, mas sim para onde o mundo tem que ir”.
“No processo de Mentoria a startups sociais tenho a oportunidade de exercer algo além do meu dia a dia, em que somos contratados pelos nossos clientes para dirigir determinados projetos e fazemos com autoridade. Na mentoria nós aconselhamos, sugerimos, fazemos perguntas e tentamos guiar o mentorado para que ele chegue às conclusões, contribui o Savio Pinheiro CEO da Multicom, integrante do Instituto Connect e que está mentorando a Nobis, uma plataforma de impacto sustentável.
Jornada disruptiva e de impacto
Aliar jornada de aprendizagem, networking profissional com conexões mais profundas é a missão da Confraria de Executivos, os quais se encontram quinzenalmente para discussão de cases, debates acerca de transformação cultural, estratégias, inovação etc.
Mas há uma força que une esse grupo, é o senso de propósito e a oportunidade de fazer a diferença.
“Conectar-se para o Bem, existe melhor forma de estabelecer relações? Relações estas que transcendem serem puramente profissionais, são mais que isto, trata-se de seres humanos atraidos por um mesmo propósito, que é o de poder influenciar pessoas e canalizar suas aptidões para gerar resultados, sejam financeiros ou intelectuais, diria ainda mais benefícios sociais. Todo mundo ganha. Poder fazer a diferença real na vida de pessoas é o que me atraiu para esta confraria, e estes primeiros meses são uma demostração do que a união em torno de um propósito claro e verdadeiro é capaz” contribui a Bettina Konig- VP Transport Operations South America na Volvo, integrante do Instituto Connect e que esta mentorando a Youngers, uma startup que acelera jornadas de impacto social.
Sobre a Confraria
A Confraria do Desenvolvimento, promovida pelo Instituto Connect é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países, onde é possível evoluir cocriando trilhas de aprendizagens e caminhando em uma jornada de networking, experiências e responsabilidade social.