Joanylton Ruthes e Jose Bittencourt*
A aceleração inesperada que os últimos acontecimentos mundiais têm causado mostra o quanto nunca estamos totalmente preparados para qualquer tipo de transformação, mas sim que deveríamos continuamente estar nos preparando para qualquer mudança de rumo.
Na estratégia da logística automobilística não é diferente. O foco histórico em melhorar processos deve ultrapassar as barreiras do departamento de produção seriada e distribuição e invadir todas as áreas, inclusive a responsável por soluções digitais.
Mobilidade, Analytics, Internet das Coisas, assistentes virtuais, estoques online, protocolos de transações imediatas, impressões 3D para itens sem disponibilidade, realidade virtual e aumentada, tudo isso vem ganhando espaço na logística automobilística. A tradição, onde a “menina dos olhos” era o veículo, já divide espaço com o setor de serviços para promover novas ofertas ao mercado, que exige que o “ontem” e o “online” sejam o melhor prazo e experiência.
Por sincronismo, é muito importante que as áreas de negócio tenham visibilidade dos problemas reais que precisam resolver, para então disponibilizar as demandas e informações aos profissionais de Tecnologia de Informação. Caso contrário, automatizaremos. potencialmente. o caos.
O mapeamento da cadeia de valor consolidado e a análise profunda da necessidade de tantos indicadores logísticos buscam começar a criação de um futuro com uma transformação digital assertiva. Vimos diversas siglas e sistemas invadirem nosso meio já conturbado de acrôminos com a intenção de resolver problemas que nem sabemos ainda se os detemos.
Não conectar as novas tecnologias às demandas reais do negócio seria como ter o melhor armazém, os melhores parceiros, o melhor produto, mas entregar na última etapa em um endereço errado, gerando, assim, um impacto negativo em toda a cadeia.
Equipes multidisciplinares e não mais departamentais são fundamentais para que tenhamos a tal “revolução 4.0” de modo que faça sentido em todos os corredores da organização. O desenvolvimento da escuta junto ao cliente, que antes só podia usar dois verbos: esperar e reclamar, deve ganhar voz para cocriar soluções junto ao departamento logístico.
Portanto, inovação deve ser entendida como “dinheiro novo” e “qualidade percebida”. Deve ser criado um fórum com o time para estabelecer critérios daquilo que precisa ser resolvido com o apoio da tecnologia, ou seja, tornar-se competitivo por meio da produtividade digital. Não é apenas deixar um robô na recepção cadastrando visitantes ou decolar um drone pelo simples fato de que isso pode causar uma boa impressão tecnológica.
Produtividade não está só na fabricação e recomeça em novos ciclos que persistem em servir, satisfazer e propor conveniência ao cliente. Erraremos muito ainda para construir bases sólidas, mas isso é parte do negócio.
*Joanylton Ruthes é VP Service Market Logistics SA – Group Truck Operations e
Jose Bittencourt é Customer Service Manager Service Market Logistics SA – Group Truck Operations.
Sobre a Confraria do Desenvolvimento
A Confraria do Desenvolvimento é promovida pelo Instituto Connect , é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países, onde é possível evoluir cocriando trilhas de aprendizagens e caminhando em uma jornada de networking, experiências e responsabilidade social.