No próximo dia 29/07 teremos o primeiro encontro (de cinco) do Programa + Mulheres na Governança da primeira etapa. Um projeto articulado com vários parceiros, que visa fomentar a governança, instigando as mulheres a ingressarem com suas expertises nos board das empresas, bem como auxiliar as herdeiras e sucessoras a se prepararem para o processo sucessório e estabelecer diretrizes claras que assegurem a perenidade do seu patrimônio.
Esse movimento nasce da inquietude de oito mulheres, que estão articuladas para movimentar a rede e gerar experiencias sobre a jornada de descoberta da governança. A turma já está completa e com lista de espera, mas caso se interesse em fazer parte, poderá se informar no grupo MEX Mulheres Executivas ou com o comitê organizador desse Programa de Desenvolvimento, com Janete Anelli, Izabela Curi, Regina Arns, Ana Paula Camargo, Gisah Akel, Marcia Zazula, Silvana Pampu, Rose Russowski.
Por falar em governança, em empresas familiares, teremos a presença do Renato Bernhoeft uma das referências quando o assunto é governança.
Segundo Renato, um dos erros mais comuns, que muitos empresários, herdeiros, e até mesmo consultores que lidam com o tema empresa familiar cometem, é encaminhar a sucessão visando apenas a empresa. E esta falha tem sido uma das razões de fracasso no encaminhamento da continuidade de muitas sociedades familiares.
Perpetuar uma sociedade familiar envolve compreender que ela deve ser feita em duas perspectivas. Exige compreender que não se assegura a continuidade apenas com um modelo de gestão dos negócios, mas é preciso também desenvolver um modelo societário, que viabilize a preservação do controle do capital. E isto exige o preparo de todos os familiares.
Renato contribui com alguns cuidados no encaminhamento do assunto:
O fundador, que cria uma empresa, engloba na sua atuação tanto a propriedade como o gerenciamento do negócio.
O cuidado que se deve ter na transição, da primeira para a segunda geração, é que o modelo de origem não é transferível para os herdeiros.
A segunda geração vai se vincular pelo capital/patrimônio na forma de sócios. E não pelo trabalho ou, exclusivamente, pelo envolvimento nos negócios.
É nesta fase que ocorrem a maioria dos fracassos ou desaparecimento das empresas familiares.
Os herdeiros – que não se escolheram livremente, tanto como irmãos ou primos – não recebem apenas um patrimônio ou empresa. O que os vincula a partir do momento em que a propriedade lhes é transferida, é uma relação como sócios. Situação em que também não houve a liberdade da escolha.
Uma consequência natural e inevitável nesta passagem, é que haverá uma pulverização do número de herdeiros (viúva, filhos etc.). E que não, necessariamente, todos irão trabalhar nas empresas.
Cada herdeiro vai receber uma parte do patrimônio, que em conjunto poderá manter o controle dos negócios. Caso estas partes não consigam um entendimento, a possibilidade será de litígios, conflitos, cisões, destruição das empresas e até perda do patrimônio.
Dicas para o processo de sucessão numa sociedade familiar:
- Fundador e familiares tratarem preventivamente do assunto;
- Procurar tratar deste tema, preferencialmente, com os fundadores em vida;
- Permitir aos herdeiros a liberdade de optarem entre as três alternativas possíveis: ser apenas sócio; sócio conselheiro ou sócio gestor;
- Estabelecer um modelo para o funcionamento da sociedade especificando uma estrutura de poder que separe a propriedade da gestão;
- Fixar, de forma participativa para gerar compromissos, um Protocolo Societário que contemple direitos e obrigações dos sócios no seu relacionamento;
- Implementar um modelo de gestão que tenha clara sua subordinação ao capital, representado pelo conjunto da sociedade.
Vale ter claro que não é a empresa que deve estar à serviço da família. E muito menos um negócio administrado sem prestar contas, como ocorria na época do fundador.
Isto exige ter duas sucessões e lideranças distintas. Uma para a sociedade e outra para as empresas. Com habilidades e conhecimentos distintos.
O futuro da sociedade e da empresa vai depender da forma como este processo é encaminhado.
Qual é seu papel?
Pelos insights gerados pelo tema, observe ao seu redor a forma com que as pessoas têm conduzidos seu modelo sucessório, com certeza observaram cases positivos, bem como vários com oportunidades de melhorias.
Esse será um dos temas abordados na jornada de desenvolvimento, onde as executivas participantes poderão tirar suas dúvidas e compartilhar suas experiências, bem como contar com uma rede que auxilie essa fase.
Instigar a criação de estruturas de governanças, comitês de gestão e principalmente estar antenado ao processo sucessório e algo que poderá contribuir com seu olhar e expertise, tanto liderando essa jornada de forma direta, bem como de forma indireta sendo uma articuladora junto a sua rede mais próxima.
A Confraria do Desenvolvimento
A Confraria do Desenvolvimento, promovida pelo Instituto Connect, é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países, trata-se de uma comunidade de aprendizagens e caminhando em uma jornada de networking, experiências e impacto social.
MEX Mulheres Executivas - conectar Mulheres Empreendedoras e Executivas, visando o desenvolvimento pessoal e profissional, estimulando o fomento de negócios e o fortalecimento das relações empresariais. Somos um grupo independente de mulheres bem-sucedidas, que buscam aprimoramento técnico, pessoal e networking, sem vinculação religiosa, político-partidário e sem ligação com entidades do setor econômico