Quando se fala em estratégia, grandes nomes vêm à mente: Frederick Taylor, Henri Fayol, Igor Ansoff, Peter Drucker, Michael Porter, dentre tantos outros. Muitos conceitos foram criados e seguidos por grandes empresas, como gestão da produção, eficiência operacional, as cinco forças competitivas de Porter, a reengenharia e controle da cadeia de produção. Estas ferramentas foram úteis por muito tempo, praticamente por todo o século XX. Entretanto, elas não são mais úteis para o século XXI. Por quê?
Famosas empresas como Amazon, Netflix, Airbnb e Uber causaram uma disrupção no modelo de negócio tradicional que conhecíamos. Também temos exemplos no Brasil, como Nubank, iFood, Loft e Loggi. Estas empresas contam com pouco ou nenhum ativo; utilizam big data, inteligência artificial e machine learning para gerenciar uma grande quantidade de dados e transformá-los em informação; colocam o cliente no centro da estratégia de negócio (e não somente como um mero comprador); criam parcerias estratégicas, até mesmo com seus concorrentes.
Como alavancar seu negócio?
“No mundo da vantagem competitiva transitória, a estratégia deve ser flexível, capaz de contribuir para que a organização tome decisões com agilidade em resposta às movimentações cada vez mais velozes do mercado”, argumentam Sandro Magaldi e José Salibi Neto no livro Estratégia Adaptativa. E para que a estratégia seja adaptativa, são necessárias algumas premissas:
- Cliente no centro da jornada de criação de valor: é fundamental conhecer seu cliente, escutá-lo, entender suas dores, identificar oportunidades. E mudar, mesmo que isto mude seu posicionamento estratégico. É mais arriscado manter o status quo do que mudar e correr o risco de errar. Até porque a chave do sucesso é testar, errar, ajustar, acertar e iterar.
- Gestão baseada em dados: a tecnologia deve apoiar a automação de processos, e gerar agilidade em análises e tomadas de decisão. Processos dirigidos por gestão de dados podem ser escalados muito mais rapidamente que os processos tradicionais.
- Gestão ágil: o atual modelo organizacional, departamentalizado, hierárquico e burocrático, está com seus dias contados. Estruturas multidisciplinares, organizadas por processos ou produtos, com autonomia e poder de decisão, trazem agilidade e melhores resultados.
- Cultura organizacional: a gestão baseada em dados ou a adoção de métodos ágeis só conferirão seus ganhos potenciais no momento em que os colaboradores da organização mudarem seu mindset. A cultura da centralidade do cliente, da análise dos dados para melhor tomada de decisão e da aceitação erro são pilares para uma organização adaptativa.
E se você pensa que somente startups podem se beneficiar da estratégia adaptativa, não é verdade. Organizações da velha economia podem assimilar este modelo estratégico, entretanto o principal desafio é a mudança da cultura organizacional. Outro equívoco é acreditar que, implementando apenas um pilar da estratégia (centralidade do cliente, gestão de dados, cultura ou agilidade), os resultados aparecerão. Sim, eles virão, porém serão apenas incrementais. A verdadeira revolução disruptiva ocorre quando todos os pilares são executados em sinergia.
O DNA da Inovação
Na Confraria de Desenvolvimento promovida pelo Instituto Connect foram debatidos cases de empresas como Embraer, IBM, Globant, empresas globais que compartilharam seus pilares nesse processo de Transformação.
Além desses cases, a confraria tem integrantes que estão liderando essas transformações estratégicas, digitais e inovação dentro das suas corporações, o que enriquece as trocas e provoca insights relevantes. Cada um dos membros tem sua singularidade e estágio, mas é possível encontrar as recorrências no que tange ao olhar visionário, crença no cliente como sendo o centro, e a adoção da cultura ágil, apoiada em times agéis (squads), decisões baseadas em dados e principalmente o DNA Cultural muito forte e que fomenta a inovação e dá agilidade à corporação.
A Confraria
A Confraria do Desenvolvimento, promovida pelo Instituto Connect, é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países, onde é possível experenciar conexões de valor, discussões e debates de tendências e agregar valor à sociedade.