Os elefantes são animais extraordinários: enormes e muito fortes. Além dos atributos físicos, são muito inteligentes e têm uma empatia muito desenvolvida.
Como um animal tão forte e inteligente pode ser amarrado a uma árvore com um barbante? Quando bebê, o elefante é amarrado a uma árvore grande e frondosa com uma corda grossa. Ele tenta se soltar diversas vezes, faz muita força e persevera, tenta repetidamente até que desiste.
Isso faz com que ele crie dentro de si a crença limitante que não é capaz de se soltar da corda. Depois de adulto, o animal pode ser amarrado com um barbante, pois já se convenceu que não é capaz de se soltar.
Assim como o elefante, o ser humano aprende muito quando criança. A nossa criação, educação, o meio onde fomos criados e a forma como significamos as nossas experiências vão formando o nosso sistema de crenças e valores no nosso subconsciente.
Vamos aprendendo com o que experienciamos, vemos, escutamos e vivemos no nosso ambiente. Isso porque, quando as crianças escutam: “você não serve para nada!” ou “você não faz nada certo!”, podem levar ao pé da letra.
Um ambiente mais severo e menos acolhedor pode levar à formação de um sistema de crenças e valores mais limitante. Como consequência, os adultos podem se tornar mais tímidos, carentes e inseguros e, na vida profissional, podem ter dificuldade para tomar decisões e se posicionar sobre assuntos espinhosos.
Nós não podemos voltar no tempo e escrever um novo começo, mas todos nós podemos agora começar a escrever um novo final. Podemos mudar a nossa programação padrão, identificar os comportamentos, hábitos e crenças que não estão favorecendo a nossa caminhada na direção dos nossos sonhos e mudá-los. Quando o seu nível de consciência muda, tudo muda.
Como o ambiente em que vivemos se altera constante e aceleradamente, para desfrutarmos de tudo o que está vida pode nos oferecer, precisamos estar sempre atentos e dispostos a atualizar o nosso sistema operacional quantas vezes forem necessárias e, assim, ir construindo a nossa melhor versão, como faz a Apple, o Google ou a Microsoft. Desta forma estaremos sempre no nosso melhor para enfrentar os desafios, prazeres e adversidades.
Como ampliar a Zona de Conforto?
Muitas vezes falamos de sair da zona de conforto, mas o desconforto gera medo, incertezas e angústias, por isso há nova crença que um diferencial é ampliar a zona de conforto, seja através de novas experiencias, rede de amigos, projetos etc. Com isso você não fica estagnado, e ampliar a zona que tem dominância a aplica a sua melhor versão.
Para Joanylton Ruthes Na maioria das vezes, a ideia de um “eu” autêntico nos impede de avançarmos na conquista de um espaço maior. Se fazemos somente aquilo que nos sentimos confortável, por definição, estamos nos dizendo para ficarmos em nossa zona de conforto. Isto pode ser um grande obstáculo para nosso desenvolvimento pessoal e profissional.
Pessoalmente, nunca me senti confortável em falar em público, mas nunca deixei que a crença limitante de que eu não era bom em falar em público ou que o medo disso impedissem o meu desenvolvimento. Para sair da minha zona de conforto e desafiar essa crença, comecei a dar aulas e me voluntariar para palestras.
Com os feedbacks recebidos, buscava sempre melhorar nas próximas oportunidades. Depois de vários anos praticando e desafiando minha crença limitante, o frio na barriga sempre está lá antes de subir no palco, mas aprendi a me preparar e até curtir o momento.
Por isso, se queremos crescer e nos desenvolver é importante desafiarmos nossas crenças e, acima de tudo, sermos fiel ao “eu” que queremos ser, não ao “eu” que fomos ou imaginamos que somos.
Nessa jornada, entender porque fazemos o que fazemos é um passo importante para redefinirmos quem somos. Ou seja: identificar nossas crenças limitantes é o primeiro passo para uma jornada de desenvolvimento.
“Quem não se envergonha de quem era há doze meses, não está aprendendo o suficiente.” (British philosopher Alain de Botton).
Quando deixamos nossas crenças dominarem os nossos pensamentos e, consequentemente, as nossas ações, perdemos em saúde, nos relacionamentos e em nossa qualidade de vida como um todo. Por exemplo: em vez de acreditar que mereça a promoção em seu emprego, a pessoa pensa não ter capacidade em almejar uma posição melhor dentro da empresa.
Quando se depara com o aprendizado de uma nova tecnologia, culpa a idade avançada para não aprendê-la. Essa simples negativa já impacta em curto, médio e longo prazo as decisões tomadas e, às vezes, sequer nos damos conta disso -, o que torna ainda mais difícil vencer as crenças limitantes.
Mudar a narrativa que contamos para nós mesmos sobre nosso passado pode ajudar a alterar nosso futuro. Segundo Dan McAdams, formamos nossas identidades (crenças) ou personalidades integrando experiências e, constantemente, evoluindo a história que contamos para nós mesmos sobre nossas vidas.
Obviamente, conforme mencionado anteriormente, não podemos mudar o passado, mas reformulando a história que contamos para nós mesmos, podemos dar um sentido diferente para os fatos. Ou seja, nossa personalidade e nossas crenças limitantes não são fixas ou estáticas.
O melhor de tudo: podemos assumir a responsabilidade dessa mudança e aproveitá-la para alcançar nossos sonhos e ambições. “Porque se as decisões que você toma sobre onde investe seu sangue, suor e lágrimas não são consistentes com a pessoa que você deseja ser, você nunca se tornará essa pessoa.” (Clayton Christensen).
Ou você diminui seus sonhos, ou aumenta suas habilidades. A escolha é sua.
A Confraria de Executivos, promovida pelo Instituto Connect, é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países, trata-se de uma comunidade de aprendizagens e caminhando em uma jornada de networking, experiências e impacto social.
Octavio Alves Júnior É vice-presidente na Heraeus , Colunista, Criador de Conteúdos de Soft Skills.
Joanylton Ruthes, é VP na Service Market Logistics SA - Volvo Group Truck Operations. é professor na Universidade Federal do Paraná, no Instituto Nomm, mentor na Top2You e membro do Confraria de Executivos do Instituto Connect.