O Instituto Connect promoveu uma roda de Conversas entre os membros da Confraria de Executivos e alguns convidados. Entre eles Gueitiro Matsuo Genso que trouxe provocações interessantes sobre a velocidade das mudanças e principalmente a necessidade dos conselhos observarem sua composição e mapearem quais são as competências faltantes para levar a empresa para um próximo nível.
Desafiar a composição atual dos conselhos, permite desafiar quais são as expertises que farão de fato a diferença para serem convidadas para comitês temáticos, ou compor a mesa de conselho, uma vez que a agenda dos conselhos esta cada vez mais repleta de desafios e requerendo atitudes, velocidade, visão sistêmica .
E por vezes “Não mais do Mesmo”, ou seja, conselheiros que transitam por uma diversidade de cadeiras, sem tanta profundidade ou com comportamentos e atitudes que por vezes não adicionam um olhar novo.
Para Gueitiro que já consolidou experiências como CEO da Pic Pay, Presidente do Conselho da Vale, transitou em Board de Startups e Empresas familiares, ampliando seu repertório de atuação pela sua inquietude e vontade de fazer a diferença.
“Sempre
se buscou trazer para conselhos pessoas com conhecimentos e experiências capaz
de inspirar, desafiar, apoiar e supervisionar o management, e de preferência
com diversidade e complementariedade.
Jogando em time, com experiências comprovadas e
conhecimentos específicos complementares, conseguiam lidar com os desafios da
economia linear. Para o mundo da velocidade de mudanças linear e da eficiência,
esse conjunto de skills eram suficientes, mas não estamos mais na velocidade da
economia linear e sim da exponencial.
Na economia exponencial, transformações não
ocorrem mais na velocidade que estamos acostumados. Metaforicamente falando, 30
passos de 1 metro linear nos levam a 30 metros, mas 30 passos de 1 metro
exponencial correspondem a 26 vezes em volta da terra.
Será que os skills atuais dos componentes dos conselhos estão preparados para enxergar as mudanças e pensar exponencialmente? Na nova economia as disrupções que a tecnologia traz, pode destruir completamente o negócio da companhia em velocidade nunca vista, estariam os conselheiros preparados para desafiar o management nesse ambiente?”
Quais conselhos os Boards de empresas que faliram nos dariam?
Sabe aquela famosa frase “Que conselho daria para meu EU de 20 anos? Pois bem... seria uma excelente pergunta a se fazer aos conselheiros que atuaram em empresas que foram disruptadas pelo mercado.
Não olhar novos entrantes, não acreditar que pequenos peixes são mais ágeis que tubarões, menosprezar a força e garra de empreendedores que são apaixonados por resolver um problema e não necessariamente pelo seu produto...
Para Fernando Potsch CEO da Senior Tech Venture Builder atuante na economia prateada
“Destaco duas palavras que apresentam mindsets antagônicos: linear x exponencial. A cabeça formada na pedagogia do século XIX para dar certo no século XX não consegue se adequar na velocidade do século XXI. Diante disso a frase “As empresas não morrem por fazerem a coisa errada, mas principalmente por fazerem a coisa certa além do tempo” sintetiza esse problema”
Não acredito que esses conselheiros não tinham “vontade de acertar”, mas a velocidade que estamos vivendo requer muito mais do que anos de experiências, requer a capacidade de articulação de redes, de acionar o networking de maneira pragmática e recorrente, de tal forma que flua o valor das conexões, requer capacidade de ousar e ler tendencias não tão evidentes de comportamentos... Fácil? Com certeza não é, mas é o que distingue bons conselheiros, daqueles que só olham o retrovisor de resultados.
Frente ao turbilhão de informações, como estar preparado para as grandes tendências? Como selecionar o que faz sentido a sua carreira e o que não agrega?
Nos encontros previstos do Instituto Connect teremos o Luis Rasquilha CEO do Ecossistema Inova e que irá compartilhar “Futuro e Tendências – What`s Next 2030? Fruto do trabalho de estudos sobre tendencias, comportamentos e negócios, essa pesquisa conduzida pela Inova Consulting é gratuita e visa compartilhar informações e promover debates que visam aumentar as reflexões de para onde estamos conduzindo nossas organizações. A inscrição poderá ser realizada no site do Instituto, bem como acessar outros conteúdos relevantes de encontros anteriores ou do canal Gazz Connecta do Instituto.
Disruptar a própria “Cadeira” e “Carreira”
O bate papo também instigou a executivos iniciarem sua jornada de conselheiro de forma antecipada, não sendo a antiga jornada de altos executivos esperarem se aposentar para se tornarem consultores, conselheiros etc. Inclusive com portas alternativas de ingresso seja através das ventures builder, investimento anjo, mentoria ou board de startups.
A diversidade nos conselhos, sejam elas de gênero, etária, competências, vivências, segmentos etc. é o que permitirá ter uma amplitude de olhar.
O mercado tem se profissionalizado na composição das “chapas dos conselhos”, buscando compor as competências que contribuirão para a construção de estratégias assertivas para o next step da organização. Mas ainda tem muito a evoluir no que tange a termos um book diverso de perfil a ofertar, e diversificando as “figurinhas carimbadas”.
Há um papel muito relevante das comunidades de aprendizagem ou organizações, um exemplo trazido pelo Emilio Burlamaqui executivo com carreira nacional e internacional e que preside a associação de Conselheiros trendsinnovation da Inova Business, que fomentam discussões, squads para captar posições, desenvolver e manter relevantes os conselheiros, pois as oportunidades de conselheiros na grande maioria das posições são preenchidas por indicações.
Outra articulação relevante de “Novos Conselhos” é orquestrada na Comunidade Gonew, onde Anderson Godz movimenta a cocriação de “novos saberes” e já esteve contribuindo com o Instituto Connect trazendo insights das Contradições na Nova Economia no I-Connect Experience.
A maturidade do comitê e “desapego” da cadeira de conselheiro, querer muito desprendimento, para eles próprios se avaliarem e identificarem que chegou o momento de dar espaço para novo know how e ingressar em outra jornada na qual poderá agregar mais valor.
Esse desprendimento é mais comum em Boards de startups, cuja velocidade com que ocorrem as mentoria, apoio via smart Money ou há outras interfaces, fazem com que o conselheiro atue de forma diferenciada, seja na frequência, seja na forma de atuação da governança com controles que atendam a nova economia.
Esses insights servem para despertar o desejo de atuar em Boards, por vezes a síndrome do impostor de acreditar se tem o know how suficiente, ou até mesmo gerar o insight do “Por que não?” Se permitir vivenciar novas experiencias e conexões e com certeza aportar para exponencializar as nossas organizações.
A Confraria do Desenvolvimento, promovida pelo Instituto Connect, é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países, trata-se de uma comunidade de aprendizagens e caminhando em uma jornada de networking, experiências e impacto social.