Quem lidera quem? Suas crenças, valores ou emoções?
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  • Por Instituto Connect by Luiz Binato
  • 24/08/2022 18:15

Esse será a temática do próximo encontro da Confraria de executivos que acontecerá dia 30 de agosto, às 19:30 de forma online e gratuita, (link de inscrição) o que permite a conexão de diversos públicos ao longo do Brasil e de outros países. Contaremos com o Luiz Binato que é executivo, palestrante e acima de tudo alguém que tem o proposito de fortalecer a musculatura emocional das pessoas, a fim de contribuir nessa jornada.

O artigo a seguir é muito rico e traz insights e correlações muito relevantes, é apenas um “esquenta” para nosso bate papo, que visa deixar a jornada da liderança fortalecida com a inteligência coletiva do time, afirma a Silvana Pampu, Founder do Instituto Connect.

A essência da liderança é a essência humana

Quero convidar você a colocar a máxima atenção nesse artigo porque ele tem uma ambição: fazer você entrar tão fundo na existência humana a ponto de algo mudar em você. Algo por mais indelével que seja. É uma ambição e tanto, mas se não for para buscar isso, esse artigo jamais terá merecido ser escrito.

Vamos construir um raciocínio que eu vou escrever na primeira terceira pessoa do singular, me referindo a você, ainda que sua história não seja exatamente essa, mas tenho pesquisado a respeito e tenho evidências que esse percurso tem sido realizado por uma grande parte das pessoas.

Mas, de qualquer forma, me perdoe se algo te gerar desconforto. Embora não seja esse o meu objetivo, é esse desconforto que possibilitará realizar a ambição desse texto.

Quando você nasceu, você era a sua mais pura essência. E você chegou no seu primeiro grupo social - a família - com grau máximo de aceitação. Tudo o que você fazia com até uns 3 a 4 meses de idade era comemorado e você manifestava a si próprio sem qualquer alteração de sua tenra personalidade nesse início de sua formação. Aqui está a presença do seu EU SUPERIOR. Aquele que, por ter chegado a pouco tempo de uma dimensão por mim desconhecida, ainda deve manter fortes conexões com o cosmo, sagrado, divino, Deus, o nome que melhor couber em sua crença.

No entanto, quando você recebe sua primeira repreensão, sua primeira crítica, sua primeira experiência de rejeição e dor, é natural que você reaja emocionalmente, pois nessa idade você sequer tem aparato cognitivo para raciocinar sobre a experiência que está vivendo. Então você chora e fica bravo com o ser crítico. Surge então o seu EU INFERIOR.

Numa próxima experiência parecida com a que gerou a bronca, ao invés de você correr o risco de levar outra bronca, você avalia, instintivamente, se alguém que oferece perigo está por perto. Se não estiver, você tentará fazer a arte novamente, mas se de repente o "algoz" chegar, você irá disfarçar para não ser criticado, rejeitado ou repreendido. É quando surge o seu EU IDEALIZADO, coberto por uma máscara que esconde o seu EU REAL e que procura (muitas vezes em vão) anular o EU INFERIOR.

ABRE ASPAS: "já viram isso acontecer em outros grupos socais como, por exemplo, o mundo corporativo?"

Esse é um percurso um tanto natural pelo qual seres humanos passam. E ele se repete na idade adulta, algumas vezes, até que o adulto não consegue mais viver essa farsa e resolve querer CONHECER A SI MESMO, caminho natural para fazer emergir o seu EU REAL, aquele que se aceita, que se reconhece, que sabe de suas forças e fraquezas e trabalha para elevá-las atuando no humano que empresta para os papéis que desempenha. Aquele que desenvolve a capacidade de amar a si mesmo para poder, na mesma e qualitativa medida, amar ao próximo, estendendo ao outro esse amor que está dentro dele.

POOOOOW!!! Essa é uma grande sacada!!!! O autoconhecimento te ajuda a construir uma usina de geração de emoções virtuosas dentro de você para estender ao outro o produto dessa geração!!!!

E é nessa jornada, a mais bela de todas, que o trabalho, a vida executiva, a vida empreendedora se fazem mais sensacional, pois é o palco perfeito para esse processo de autoconhecimento, o que eu reputo como sendo o principal conteúdo a ser aprendido por um LÍDER, papel que cairá como uma luva sobre o EU REAL.

A história que eu contei acima se repete no mundo corporativo e só será eliminada se enfrentada frontalmente, o que requer uma forte musculatura emocional obtida através de uma segunda habilidade do líder: coragem.

Enquanto isso não acontece, a essência da liderança dará lugar a uma máscara que chamaremos de CARGO, a posição atrás da qual uma pessoa pode se esconder, se proteger da crítica, da repreensão, da não aceitação do mundo. Uma espécie de armadura que se torna mais rígida na medida da fragilidade do ser que a habita.

Quando o líder de fato vence essa máscara a passa a usá-la (e não mais ser usado por ela) ele se aproxima de seu EU REAL, de sua essência e o CARGO passa a ser como uma roupa de super-herói, que eleva os seus poderes.

A nossa jornada emocionalmente vivida dos 0 aos 6, 7 meses é replicada quando entramos no mundo corporativo e começamos a avançar em sua estrada.

E, quando uma pessoa se encontra com ela mesma, ela faz florescer o seu EU SUPERIOR, aquele tão próximo do sagrado quando raro entre nós humanos.

Mas a história já nos brindou com alguns desses líderes e que, como eram humanos, não eram, contudo, perfectus : PER-, “completamente, de todo, sem faltar nada”, mais FACERE, “fazer, levar a efeito", isto é perfeitos; acabados; arrematados; concluídos.

A saber: o perfeccionismo é uma MÁSCARA.

Então, para resumir:

EU REAL - Eu começando minha jornada de aprendiz numa empresa, em busca de aprender continuamente, desenvolvendo a mim mesmo em um processo de autoaceitação e me avaliando pelos meus resultados/sucessos/fracassos - FUNÇÃO.

Eu Inferior - Eu sendo criticado e rejeitado, sem estar preparado para isso e, muitas vezes, revidando e fazendo os jogos políticos - CARGO COM IMATURIDADE GERENCIAL.

Eu Idealizado - Eu criado para me proteger (atrás de uma máscara) para não sofrer mais as dores da crítica e da rejeição, porém buscando gerar os resultados esperados - CARGO.

Eu Superior - Eu trabalhando para que os outros cresçam e o meu sucesso é medido pelo sucesso dos outros - LÍDER.

Ninguém se torna líder porque assumiu um cargo. Por vezes, pessoas recebem um cargo porque já se tornaram líderes. Essa é a relação de causa e efeito. Inverter essa ordem continuará a causar sérios danos às pessoas, equipes, empresas... e ao planeta.

A Confraria do Desenvolvimento, promovida pelo Instituto Connect, é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países, trata-se de uma comunidade de aprendizagens e caminhando em uma jornada de networking, experiências e impacto social.