Há pouco tempo, para uma pessoa ser bem “sucedida” bastava estudar em uma faculdade renomada, o que abriria portas em grandes corporações, seguindo então a famosa trilha de carreira. Quem nunca pensou assim?
Atualmente, esta é uma das verdades que precisa ser “desapegada”. É lógico que ainda estamos na década em que bons títulos são importantes, contudo, eles já não bastam. Entra em cena, então, uma nova reflexão e estilo de mindset: o lifelong learning, uma das expressões “da moda” no mundo corporativo, e que vem tomando cada vez mais espaço nesse universo de aprendizagem.
De uma maneira bem prática, considerando a velocidade constante de transformação do comportamento e do conhecimento, o lifelong learning significa que nenhum diploma ou certificado deveria ser o fim de uma jornada de desenvolvimento. “É quase como um processo permanente de aprendizado, tanto com o objetivo de nos reciclarmos como de ampliarmos nosso repertório aproveitando sabiamente os meios disponíveis, sejam digitais ou analógicos, de forma a maximizar nossa capacidade individual de absorver esse conteúdo”, explica Karen Machado, membro do Instituto Connect.
A cadência é fundamental
A pressão da rotina, a abundância de conteúdo e a variedade de formatos podem muitas vezes constituir barreiras naturais para darmos os primeiros passos nessa busca pela atualização e novos conhecimentos. Se essa for a sua situação, não perca tempo atrás do modelo ideal pois, nesse caso, o ótimo é inimigo do bom.
Comece pelas coisas mais simples e de mais fácil acesso. A cadência é fundamental para que a evolução do conhecimento seja incremental. Aprender a aprender também faz parte do processo.
Nano degrees são o futuro?
Novos formatos de capacitação, mais customizados e inovadores, as chamadas nano degrees têm surgido nas EdTechs, em substituição ou complemento aos tradicionais modelos seriados e de longa duração.
As nano degrees são certificações específicas, cursos de curta duração à distância e inúmeros e valiosos conteúdos em áudio, vídeo e texto. Estas opções viabilizam uma cadência mais dinâmica ao aprendizado, muitas vezes combinando a visão acadêmica com a experiência prática.
Fora elas, existem ainda oportunidades menos exploradas, como a oferta do aprendizado por meio de conexões com outros profissionais, networking e intercâmbio de experiências, essenciais para o desenvolvimento de soft skills.
Recentemente, na Confraria do Instituto Connect, Maurício Benvenutti, CEO do StartSe e uma das referências em inovação e educação corporativa, trouxe sua experiência em torno dessa temática.
“Qual o modelo de educação ideal, seja ela continuada ou profissionalizante? Deveríamos pagar mensalidades de instituições de ensino até receber um diploma ou assinaturas permanentes de um serviço de streaming, a fim assegurarmos a evolução de nosso conhecimento? E por que compararmos com o serviço de streaming? Porque é algo que queremos usar de forma permanente, no formato em que precisamos e que sempre nos traz um conteúdo novo que nos engaja. Quem sabe poderíamos ir além e buscar um serviço de curadoria que nos proporcionasse uma experiência customizada buscando o que há de melhor e mais adaptado à nossa necessidade pinçando diferentes produtos de diferentes instituições?”
Só quem não deixa de aprender é capaz de manter resultados consistentes. Aprender a aprender – ter consciência de que é um processo constante, buscar opções de aprendizagem diversas em formato e conteúdo, e estabelecer redes de contato que ampliem o repertório – é a competência mais importante para qualquer profissional, opina Luiz Guilherme Malucelli, participante do Instituto Connect.
“Qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?”, provoca Silvana Pampu, founder do Instituto Connect, que acredita na filosofia de lifelong learning. Ela ainda deixa o convite para a participação nos eventos da Confraria, que unem vários “mini mundos” e ampliam o repertório de vida e conexões de valor.
A Confraria do Desenvolvimento, promovida pelo Instituto Connect, é um espaço para conexão de executivos de vários segmentos, estados e países. Nos encontros, é possível experienciar conexões de valor, discussões e debates de tendências e agregar valor à sociedade.
*Luiz Guilherme Malucelli é gestor na Volvo do Brasil e Karen Machado, gestora do Banco Brasil. Ambos são membros da Confraria de Desenvolvimento do Instituto Connect.