O sono é um dos pilares que sustenta a nossa saúde. É assim que a Sleep Foudation, organização sem fins lucrativos americana que trabalha com a difusão de informações sobre o sono e sua importância, define o ato de dormir. Não é à toa: além de recarregar as energias do corpo e da mente, o sono afeta praticamente todos os tecidos e sistemas do corpo e a falta ou a má qualidade dele pode contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, pressão alta, diabetes, depressão e outras.
É por isso que é importante estarmos atentos a todos os fatores que impactam o nosso sono, inclusive a qualidade dos colchões que utilizamos. Sem o conforto e o suporte adequados, fica mais difícil relaxar o suficiente para termos uma noite de sono reparadora como nosso organismo precisa.
Assim, na hora de comprar um colchão novo, a recomendação é que o consumidor se informe sobre o que está comprando.
“Não há necessidade de um conhecimento técnico aprofundado, mas é importante conhecer os principais materiais que formam o produto, pois há uma influência direta na satisfação e no descanso do bem dormir”, afirma o consultor na área de colchões da MCL Rogério Kercher.
Isso significa que além de saber que tamanho a peça deverá ter para caber no espaço disponível e conferir se o produto pesquisado possui selo do Inmetro, é importante conhecer as opções de estrutura e tecidos, além dos “extras” que podem tornar o colchão mais confortável, como os pillow tops.
Estrutura
Quanto à estrutura dos colchões, são duas as opções: espuma e molas. Bastante tradicionais, os colchões de espuma são aqueles compostos por blocos do material, poroso e flexível, ao mesmo tempo em que possui densidade suficiente para dar sustentação ao corpo.
Aliás, conforme Kercher, é à densidade que as pessoas precisam estar atentas na hora de escolher um colchão de espuma. “A densidade é um parâmetro usado para fazer a adequação do biótipo. Neste critério, temos que considerar a relação peso/altura, oferecendo, então, o produto com densidade compatível”, diz.
A escolha mais adequada pode ser feita a partir de orientação do Inmetro, baseada em norma da ABNT que relaciona biótipos e densidades. Conforme o órgão, por exemplo, o colchão mais adequado a uma pessoa com 1,70 m e 60 kg é um de densidade D23 (23 kg em metro quadrado de colchão). As densidades variam de D18 a D60 e uma maior densidade não implica, necessariamente, em maior dureza.
Os colchões de mola, por sua vez, são aqueles cuja sustentação é feita por sistema de molas aliado à espuma. Neste caso, não se fala em densidade, mas na quantidade de molas por metro quadrado e no suporte, medido em peso. De acordo com o consultor da MCL, embora haja uma ampla variedade de sistemas disponíveis no mercado brasileiro, são dois os que se destacam: a mola de fio contínuo e a ensacada.
O primeiro tipo é feito de um sistema de molas interligadas. Quanto maior a espessura do fio que estrutura o molejo e a quantidade de molas por metro capacidade, maior costuma ser o suporte. Há ainda os modelos com fio contínuo e entrelaçado, o que cria pontos de sustentação, oferecendo maior resistência e durabilidade.
Por outro lado, o sistema de molas ensacadas é composto, justamente, por molas revestidas individualmente. Com isso, há uma melhor absorção do movimento sobre o colchão.
Conforto extra
Para garantir a máxima satisfação, os colchões de mola costumam ser compostos também pelo chamados pillows, uma camada de conforto feita em espuma, acima do molejo, em um ou ambos os lados do colchão.
“Os fabricantes criam seus modelos dando ênfase para as espumas mais tecnológicas, fibras acrílicas, látex natural, etc., tudo para criar uma perfeita adaptação ao corpo, modulando maior ou menor firmeza, suporte mais firme ou uma deflexão mais suave”, explica Kercher.
Além disso, outras características podem contribuir para torná-los mais confortáveis e, portanto, mais adequados para uma boa noite de sono. Os tecidos de revestimento, por exemplo, podem contribuir para a maciez do produto.
“As malhas de alta gramatura têm sido as preferidas, pois os consumidores valorizam muito o toque, a maciez percebida”, diz o consultor da MCL. Além disso, há os tecidos que têm outros apelos, como os ecológicos. Na MCL, os consumidores podem encontrar, por exemplo, o modelo Ocean, que usa material importado da Bélgica, produzido a partir dos plásticos recolhidos nos oceanos.