A deliciosa burrata di Andria é uma iguaria da Itália que carrega uma história de criatividade e resiliência. Por isso, italianos e descendentes têm muito orgulho da receita, que até se tornou marca registrada da culinária de Puglia, região do sul do país que fica perto do mar Mediterrâneo.
Por incrível que pareça, o petisco que vai tão bem com ingredientes frescos nasceu da neve.
Na década de 50, a comuna de Andria enfrentava uma situação delicada. Durante um inverno rigoroso, seus moradores viram as ruas de suas casas serem cobertas por camadas grossas de neve que dificultavam até caminhadas curtas. As temperaturas desabaram a 10 graus negativos, algo incomum para os termômetros locais naquele período.
A situação caótica, que começou parecendo um problema temporário, acabou se estendendo. O ápice da onda intensa de frio se prolongou por duas semanas. Não demorou muito para que as estradas se tornassem intransitáveis e as prateleiras da cidade vazias.
Com o desabastecimento, veio a fome. Esta escassez de alimentos piorou ainda mais a crise que normalmente já acontecia, uma vez que as temperaturas baixas faziam com que as pessoas precisassem de mais energia para que seus corpos continuassem aquecidos.
E foi nesse contexto de vulnerabilidade que a burrata surgiu como esperança para o povo de Andria. O criador do prato foi Lorenzo Bianchino, um cidadão que quis encontrar uma solução para a falta de comida que assolava sua comunidade.
Para suprir as necessidades em meio à nevasca, Lorenzo decidiu preencher um frasco com uma camada generosa de queijo recheado com manteiga e uma mistura que posteriormente seria batizada como stracciatella — palavra que significa “desfiado” em italiano.
Esse preparado era composto por sfilacci, filetes do tradicional queijo mozzarella que sobravam nas fábricas regionais, e creme de leite fresco.
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A ideia era que o prato fosse servido com a mozzarella embrulhando o recheio como uma trouxinha, que seria mais fácil de carregar nas condições daquele inverno do que um recipiente grande.
A burrata alimentou a cidade e se espalhou pelo mundo com o passar dos anos. Hoje, é uma iguaria que exige um processo rigoroso de preparo para ser considerada legítima.
Curitiba tem burrata de verdade
Por conta de toda essa trajetória, símbolo do espírito resiliente da cultura italiana, a burrata é um produto IGP (Indicazione Geografica Protetta, ou Indicação Geográfica Protegida, em tradução livre). Essa certificação oficial indica que o preparo oficial desse prato precisa passar por critérios rigorosos de preparo para honrar toda a tradição envolvida.
No caso da burrata, a bolsa de mozzarella precisa ser moldada de acordo com dimensões muito específicas. Em seguida, a trouxinha deve ser selada com o próprio calor do cozimento. O processo é finalizado com água gelada na temperatura ideal.
Em Curitiba, a representante do método de produção legítimo é a Mozzarellart, que fica localizada no bairro Juvevê.
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A marca, que nasceu na República Checa e tem a ex-deputada italiana Renata Bueno entre os sócios, trouxe queijeiros italianos diretamente de Puglia para reproduzir a experiência original e passar a tradição de produção ao time de queijeiros da Mozzarellart bem aqui, em solo paranaense.
Sem precisar embarcar em um voo intercontinental, os curitibanos podem conhecer a burrata altamente saborosa feita com leite de vaca fresco e mozzarella de verdade.
A Mozzarellart conta com toques especiais no modo de fazer seu queijo, garantindo um sabor que não será encontrado em nenhum outro lugar.
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