O ombro deslocado é comum na prática esportiva e pode precisar de cirurgia| Foto: Shutterstock
  • Por OrthoFit | Resp. Téc. – Dr. Eduardo Osternack Rezende. CRM: 23287 – RQE: 2972
  • 04/05/2023 11:55
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Durante uma corrida ou disputa de bola o atleta caiu e levantou já segurando o ombro com a mão oposta e sua expressão era de muita dor. Certamente, você ou amigos presenciaram essa cena alguma vez, ao vivo ou até em transmissões de uma competição esportiva.

Esse é o sinal de uma luxação de ombro, popularmente conhecida como ombro deslocado. O problema é comum, principalmente quando há trauma. Quando o caso se repete diversas vezes, o tratamento pode até ser cirúrgico por ser tratar de uma luxação recidivante.

Entenda exatamente o que é essa lesão no ombro, como colocar o ombro deslocado no lugar com auxílio do ortopedista e os principais tratamentos.

O que é um ombro deslocado?

O ombro deslocado é, na realidade, uma lesão que os ortopedistas conhecem como luxação. Em atletas, o quadro surge quando existe um trauma que exerce força extrema sobre o membro superior.

Isso faz com que a parte superior do úmero se afaste do acrômio, gerando também muita dor. Uma queda ou golpe direto no ombro também podem causar o problema. Por isso, a luxação é um problema bastante comum durante a prática esportiva.

Algumas pessoas relatam luxações após movimentos razoavelmente suaves. Nesse caso, é consequência de uma frouxidão ligamentar que deixa o ombro instável. A condição pode ser hereditária e aumentar o risco de um “deslocamento” nas outras articulações do corpo.

O que deixa o ombro instável?

A frouxidão ligamentar que mencionamos acima é uma importante causa de luxação, mas o problema também pode ocorrer por outros motivos. Outra possibilidade é uma fraqueza muscular em indivíduos sedentários ou que não realizam o treinamento preventivo.

Alguns pacientes também aumentam seu risco de luxação quando sofrem lesões no ombro e não procuram tratamento. Um trauma que afeta os ligamentos mal curados, por exemplo, pode levar a um ombro “deslocado” no futuro.

Quem pratica esportes com uso rotineiro do ombro, como tênis e natação, precisa ficar atento a esses riscos. É importante buscar um ortopedista ou fisioterapeuta para iniciar a prevenção.

O que fazer ao ter o braço deslocado?

Quando o paciente passa por um ombro “deslocado”, especialmente no caso de trauma, a primeira reação é tentar colocar a articulação no lugar. No entanto, isso pode piorar a lesão e até gerar o rompimento de estruturas estabilizadoras importantes, como ligamentos.

O ideal é deixar a articulação no lugar e imobilizar o membro superior que passou por lesão. Aplicar compressas de gelo enquanto aguarda o atendimento médico ajuda a aliviar a dor momentaneamente.

Imediatamente após sofrer a lesão, procure os serviços de atendimento de emergência. Lembre-se de informar ao ortopedista se o quadro ocorre diversas vezes, já que esse é o sinal de uma luxação recidivante.

Sinais de que o ombro deslocado é luxação recidivante

O ortopedista chama o quadro de luxação recidivante quando ela acontece mais de uma vez na mesma articulação. O termo é o mesmo para luxações que atingem outras articulações, como:

No entanto, o caso do ombro é mais comum. Isso acontece por ser uma articulação naturalmente mais instável por causa de sua anatomia e amplitude de movimentos.

Algumas pessoas deixam de procurar o ortopedista quando conseguem “reposicionar” o ombro após a lesão. Essa prática não é indicada, já que a luxação causa perda óssea progressiva no local e uma lesão do labrum. A estrutura é uma cartilagem ao redor da articulação glenóide que previne o desencaixe dos ossos.

Luxação recidivante é grave?

Qualquer luxação é considerada urgência médica. O paciente precisa procurar imediatamente atendimento para evitar maiores danos às estruturas articulares. Após esse primeiro momento, o acompanhamento correto com ortopedista evita que o quadro se torne grave.

A lesão só é considerada mais preocupante quando existe rompimento de estruturas do ombro. Isso pode acontecer com tendões, ligamentos e até músculos do manguito rotador.

Tratamentos para luxação recidivante e ombro deslocado

O tratamento da luxação recidivante é delicado, principalmente quando o paciente passou por vários episódios da lesão. A perda de estrutura óssea e danos ao labrum não é reversível e fica pior cada vez que o problema ocorre.

Por isso, o ortopedista precisa primeiro avaliar a situação da articulação glenoumeral e determinar qual é o melhor caminho a seguir. Em alguns casos, é possível realizar somente o tratamento conservador, em outros a solução definitiva é a cirurgia.

1. Atendimento imediato

Primeiramente, o médico responsável deve reposicionar o osso na articulação com todo o cuidado para evitar maiores danos. A princípio, o tratamento deve controlar a dor e inflamação local. O alívio costuma ser imediato quando o osso está posicionado, mas isso não significa que o problema acabou.

Ainda é necessário realizar exames de imagem para avaliar os danos que o ombro já sofreu e prosseguir com os próximos passos do tratamento.

Por último, o ombro recebe uma tipoia para imobilização. Mesmo que a dor não esteja presente, o paciente manterá o repouso por alguns dias para evitar novo episódio.

2. Tratamento conservador com ortopedista

A imobilização é o primeiro passo de um tratamento para luxação no ombro e pode durar até 3 semanas. O tempo varia de acordo com a gravidade do quadro. Durante esse período o ortopedista também pode solicitar o uso de analgésicos e anti-inflamatórios para controle da dor, edema e inflamação.

Quando a imobilização termina, é hora de iniciar o tratamento com fisioterapia. O paciente recupera gradualmente a mobilidade do ombro ao mesmo tempo que realiza um fortalecimento do manguito rotador.

3. Cirurgia do labrum

A cirurgia do labrum (estrutura que estabiliza o ombro) costuma ocorrer em casos de luxação recidivante. Quanto mais grave for a perda óssea local, maiores as chances de que o paciente receba indicação cirúrgica.

O procedimento de artroscopia é o tratamento definitivo. Através de pequenas incisões, o cirurgião utiliza pinças especiais para restaurar a estrutura do ombro e recuperar sua estabilidade. Após a cirurgia, as chances de uma nova luxação são mínimas.

Procure os cuidados dos melhores especialistas

No Centro Médico Especializado Orthofit, o time de especialistas está há mais de 10 anos lidando com lesões no ombro de variados níveis de gravidade e complexidade, incluindo em atletas de alto rendimento. Uma equipe multidisciplinar, integrada ao trabalho do Dr. Eduardo Osternack Resende, faz um atendimento individualizado do paciente e se baseia nas características específicas do seu quadro para trazer melhor recuperação.O Dr. Eduardo Osternack Resende é ortopedista especialista em cirurgia do Ombro e cotovelo; membro titular da SBCOC (Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo); membro da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia); médico chefe do grupo de Ombro e Cotovelo do Hospital Ônix; atua e é credenciado nos principais hospitais de Curitiba: Marcelino Champagnat, Pilar, Vita e Ônix.