Durante uma corrida ou disputa de bola o atleta caiu e levantou já segurando o ombro com a mão oposta e sua expressão era de muita dor. Certamente, você ou amigos presenciaram essa cena alguma vez, ao vivo ou até em transmissões de uma competição esportiva.
Esse é o sinal de uma luxação de ombro, popularmente conhecida como ombro deslocado. O problema é comum, principalmente quando há trauma. Quando o caso se repete diversas vezes, o tratamento pode até ser cirúrgico por ser tratar de uma luxação recidivante.
Entenda exatamente o que é essa lesão no ombro, como colocar o ombro deslocado no lugar com auxílio do ortopedista e os principais tratamentos.
O que é um ombro deslocado?
O ombro deslocado é, na realidade, uma lesão que os ortopedistas conhecem como luxação. Em atletas, o quadro surge quando existe um trauma que exerce força extrema sobre o membro superior.
Isso faz com que a parte superior do úmero se afaste do acrômio, gerando também muita dor. Uma queda ou golpe direto no ombro também podem causar o problema. Por isso, a luxação é um problema bastante comum durante a prática esportiva.
Algumas pessoas relatam luxações após movimentos razoavelmente suaves. Nesse caso, é consequência de uma frouxidão ligamentar que deixa o ombro instável. A condição pode ser hereditária e aumentar o risco de um “deslocamento” nas outras articulações do corpo.
O que deixa o ombro instável?
A frouxidão ligamentar que mencionamos acima é uma importante causa de luxação, mas o problema também pode ocorrer por outros motivos. Outra possibilidade é uma fraqueza muscular em indivíduos sedentários ou que não realizam o treinamento preventivo.
Alguns pacientes também aumentam seu risco de luxação quando sofrem lesões no ombro e não procuram tratamento. Um trauma que afeta os ligamentos mal curados, por exemplo, pode levar a um ombro “deslocado” no futuro.
Quem pratica esportes com uso rotineiro do ombro, como tênis e natação, precisa ficar atento a esses riscos. É importante buscar um ortopedista ou fisioterapeuta para iniciar a prevenção.
O que fazer ao ter o braço deslocado?
Quando o paciente passa por um ombro “deslocado”, especialmente no caso de trauma, a primeira reação é tentar colocar a articulação no lugar. No entanto, isso pode piorar a lesão e até gerar o rompimento de estruturas estabilizadoras importantes, como ligamentos.
O ideal é deixar a articulação no lugar e imobilizar o membro superior que passou por lesão. Aplicar compressas de gelo enquanto aguarda o atendimento médico ajuda a aliviar a dor momentaneamente.
Imediatamente após sofrer a lesão, procure os serviços de atendimento de emergência. Lembre-se de informar ao ortopedista se o quadro ocorre diversas vezes, já que esse é o sinal de uma luxação recidivante.
Sinais de que o ombro deslocado é luxação recidivante
O ortopedista chama o quadro de luxação recidivante quando ela acontece mais de uma vez na mesma articulação. O termo é o mesmo para luxações que atingem outras articulações, como:
- Quadril;
- Joelho;
- Cotovelo;
- Dedos;
No entanto, o caso do ombro é mais comum. Isso acontece por ser uma articulação naturalmente mais instável por causa de sua anatomia e amplitude de movimentos.
Algumas pessoas deixam de procurar o ortopedista quando conseguem “reposicionar” o ombro após a lesão. Essa prática não é indicada, já que a luxação causa perda óssea progressiva no local e uma lesão do labrum. A estrutura é uma cartilagem ao redor da articulação glenóide que previne o desencaixe dos ossos.
Luxação recidivante é grave?
Qualquer luxação é considerada urgência médica. O paciente precisa procurar imediatamente atendimento para evitar maiores danos às estruturas articulares. Após esse primeiro momento, o acompanhamento correto com ortopedista evita que o quadro se torne grave.
A lesão só é considerada mais preocupante quando existe rompimento de estruturas do ombro. Isso pode acontecer com tendões, ligamentos e até músculos do manguito rotador.
Tratamentos para luxação recidivante e ombro deslocado
O tratamento da luxação recidivante é delicado, principalmente quando o paciente passou por vários episódios da lesão. A perda de estrutura óssea e danos ao labrum não é reversível e fica pior cada vez que o problema ocorre.
Por isso, o ortopedista precisa primeiro avaliar a situação da articulação glenoumeral e determinar qual é o melhor caminho a seguir. Em alguns casos, é possível realizar somente o tratamento conservador, em outros a solução definitiva é a cirurgia.
1. Atendimento imediato
Primeiramente, o médico responsável deve reposicionar o osso na articulação com todo o cuidado para evitar maiores danos. A princípio, o tratamento deve controlar a dor e inflamação local. O alívio costuma ser imediato quando o osso está posicionado, mas isso não significa que o problema acabou.
Ainda é necessário realizar exames de imagem para avaliar os danos que o ombro já sofreu e prosseguir com os próximos passos do tratamento.
Por último, o ombro recebe uma tipoia para imobilização. Mesmo que a dor não esteja presente, o paciente manterá o repouso por alguns dias para evitar novo episódio.
2. Tratamento conservador com ortopedista
A imobilização é o primeiro passo de um tratamento para luxação no ombro e pode durar até 3 semanas. O tempo varia de acordo com a gravidade do quadro. Durante esse período o ortopedista também pode solicitar o uso de analgésicos e anti-inflamatórios para controle da dor, edema e inflamação.
Quando a imobilização termina, é hora de iniciar o tratamento com fisioterapia. O paciente recupera gradualmente a mobilidade do ombro ao mesmo tempo que realiza um fortalecimento do manguito rotador.
3. Cirurgia do labrum
A cirurgia do labrum (estrutura que estabiliza o ombro) costuma ocorrer em casos de luxação recidivante. Quanto mais grave for a perda óssea local, maiores as chances de que o paciente receba indicação cirúrgica.
O procedimento de artroscopia é o tratamento definitivo. Através de pequenas incisões, o cirurgião utiliza pinças especiais para restaurar a estrutura do ombro e recuperar sua estabilidade. Após a cirurgia, as chances de uma nova luxação são mínimas.
Procure os cuidados dos melhores especialistas
No Centro Médico Especializado Orthofit, o time de especialistas está há mais de 10 anos lidando com lesões no ombro de variados níveis de gravidade e complexidade, incluindo em atletas de alto rendimento. Uma equipe multidisciplinar, integrada ao trabalho do Dr. Eduardo Osternack Resende, faz um atendimento individualizado do paciente e se baseia nas características específicas do seu quadro para trazer melhor recuperação.O Dr. Eduardo Osternack Resende é ortopedista especialista em cirurgia do Ombro e cotovelo; membro titular da SBCOC (Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo); membro da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia); médico chefe do grupo de Ombro e Cotovelo do Hospital Ônix; atua e é credenciado nos principais hospitais de Curitiba: Marcelino Champagnat, Pilar, Vita e Ônix.