No Brasil, 38 milhões de animais são retirados da natureza por ano, segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestre (Renctas). A prática é a terceira maior atividade ilícita do mundo, em uma atividade que alcança os R$ 3 bilhões anualmente. Devido às péssimas condições de transporte dos bichos, é comum que muitos deles acabem se acidentando durante o tráfico.
Felizmente, com a fiscalização, vários animais conseguem ser resgatados. Mas devido às más condições em que são encontrados, alguns não conseguem voltar aos seus habitats naturais após a recuperação. Por esse motivo, é necessário um espaço adaptado para que essas espécies consigam continuar a viver. Foi pensando nisso que a empresa Águas Ouro Fino, parceria com o Instituto Água e Terra (IAT) do Paraná, criou um desses locais: o Criadouro Ouro Fino, um espaço mantenedor da fauna silvestre local.
Localizado em Campo Largo, dentro da Estância Ouro Fino, o espaço mantém animais resgatados por órgãos ambientais que são impactados por ações humanas. “Alguns deles foram atropelados, que sofreram acidentes como eletrocussão ou choques contra vidros. Por isso, precisam de atendimento veterinário. Após serem tratados, necessitam ficar em um local que ofereça qualidade de vida em cativeiro”, afirma a veterinária e responsável técnica do criadouro, Andreise Costa Przydzimirski.
Hoje, o local mantém seis espécies de animais silvestres. Dentre elas, há periquitos-verde, papagaios-verdadeiro, araras-canindé, gaviões-carijó, gaviões-carcará e macacos-prego. Todos são vítimas de tráfico ou acidentes. “É muito importante que haja empresas que disponibilizem locais como o Criadouro Ouro Fino. Não há local suficiente para os órgãos manterem a qualidade de vida e segurança que esses animais necessitam”, conta Andreise, indicando que a prática ilegal está aumentando a cada ano.
No mantenedor, a veterinária chama a atenção para o espaço em que vivem os gaviões. Segundo ela, os animais possuem fraturas que já foram tratadas, mas muito deles continuam com restrições. Por isso, é necessário que haja escadas no recinto para aqueles que não conseguem voar. “Há uns que não voam de um poleiro para o outro porque há uma alteração na asa que os impedem. Então, é preciso de um local adequado para as necessidades especiais desses animais”, relata.
Educação ambiental
O criadouro mantido pela Ouro Fino não possui fins lucrativos e não promove a reprodução dos animais. O espaço, na verdade, além de proteger a fauna silvestre, é também uma ferramenta para promover a educação ambiental para crianças e adultos. Antes da pandemia do novo coronavírus, o local promovia encontros com escolas para ensinar os riscos e consequências do tráfico de animais para a fauna silvestre.
Criadouro Ouro Fino
A história da Ouro Fino com a proteção da fauna silvestre teve início em 2000, quando a empresa estabeleceu uma parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Assim, nasceu o Criadouro Ouro Fino. Atualmente, a empresa continua sua parceria com o IAT do Paraná como Mantenedora da Fauna Silvestre.
As iniciativas da Ouro Fino para proteger o meio ambiente incluem outros pontos que podem ser observados em seu parque. Cascata, lagoas, mirantes, árvores centenárias e o total de sete trilhas são alguns dos atrativos da Estância Ouro Fino, que pode ser desfrutada por toda a família.