Borbulhas e frescor: drinks com espumantes são ótimas opções para sair da mesmice
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  • Por Porto a Porto
  • 23/11/2020 17:54

Provavelmente, Dom Pérignon não previu que o “problema” do vinho espumante, produzido na região de Champagne, na França, seria a sua principal característica. A efervescência é que fazia com que as garrafas estourassem. Foi por conta disso que o monge resolveu utilizar garrafas mais fortes e rolhas amarradas com arames, conseguindo também a segunda fermentação dentro da garrafa e as famosas borbulhas.

De lá pra cá, o vinho espumante conquistou muito espaço. Tanto que algumas denominações da bebida já ficaram bem conhecidas. Champanhe é o espumante proveniente apenas da região que leva esse nome, na França. Cava, por sua vez,é o espumante espanhol que usa uvas originárias de vinhedos autorizados. Prosecco é um tipo de espumante produzido na Itália e com bolhas mais discretas.

Drinks clássicos ou inovadores?

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Esse leque de bebidas – complexas em sua essência – também garante um mundo à parte dentro da mixologia. Matheus Guarnieri, bartender do Officina Restô Bar, em Curitiba, conta que em tempos mais remotos, o espumante não oferecia a experiência completa que se tem hoje. Então, era usado bitter, uma bebida que acrescenta um gosto amargo ou agridoce aos drinks. Exemplos são a Angostura e o xarope de açúcar, utilizados para dar um gostinho diferenciado ao espumante.

Hoje, pelo fato de a bebida borbulhante já oferecer essa experiência completa, o equilíbrio de um coquetel feito com ela é conquistado a partir do tripé doçura, amargor e potência alcoólica.

Um dos mais famosos drinks feito com espumante – originalmente um prosecco – é o Aperol Spritz, que conquistou o mundo todo com sua cor laranja. O espumante italiano também é ingrediente do Negroni Sbagliato. Guarnieri conta a história de um cliente que já conhecia o drink Negroni, feito com gim, Campari e vermute. Certa vez, ele resolveu experimentar o coquetel em outro bar, só que o bartender se enganou e adicionou espumante em vez de gin. “Sbagliato” (ou “engano” em italiano), teria gritado o cliente. Pronto! O nome foi dado ao novo drink.

Para a confecção desse drink, um prosecco com aromas de frutas frescas e notas minerais é uma boa aposta. Uma sugestão é o Prosecco Villa Fabrizia, produzido na região de Vêneto. Outra opção é o Le Colture Sylvoz Brut DOC, com corpo médio e boa acidez.

Porém, um curinga mesmo é o espumante Brut, ensina Guarnieri. Isso porque ele tem, no máximo, 15 g de açúcar por litro, o que permite a apreciação de sua complexidade. O espumante Veuve du Vernay Brut é um exemplo. Com aromas de pêssego e abacaxi, o bartender ensina que uma sugestão seria aumentar a potência do açúcar – acrescentando mel ou um xarope Maple.

O espumante brut também entrou no drink conhecido como Utopia, criação do Officina, que ainda leva Lillet (vinho branco envelhecido em barril de carvalho e fortificado), hibisco, licor maraschino e Amaretto. O Brut Rosé segue a mesma lógica do brut, mas sendo mais frutado. Entre as opções está o espumante português 3B, rosé assinado pela enóloga de Filipa Pato.

Outra variação de espumante é o semi-sec. Guarnieri comenta que, nesse caso, o ideal é experimentá-lo antes de fazer o drink, pois o açúcar presente pode variar conforme a marca. Alguns dos exemplares que podem ser provados são o Cava Demi Sec Don Román ou o chileno Santa Carolina Demi-Sec.

Pratique

Se você quer testar algumas receitas com espumante em casa, tenha em mente a seguinte receita, conforme ensina Guarnieri: uma parte de Spirit (considerada a alma do drink, podendo ser vodca, conhaque etc.), meia parte de limão e meia parte de xarope (que se consegue ao ferver um grama de açúcar para cada um grama de água, até reduzir um pouco). Misture tudo, acrescente gelo e complete com espumante (usando um copo com 200 ml).

A imaginação é o limite. Em vez do xarope simples, por exemplo, você ainda pode bater no liquidificador 100 g de morango, 100 g de açúcar e 100 ml de água, coar e usar como xarope.

Além disso, você pode variar a bebida base, usando um Brandy (que tal o espanhol Fernando de Castilha Reserva) ou um Bourbon (a sugestão é o Evan Williams Kentucky Straight).

Se você não quer arriscar tanto, vá de clássicos. O Mimosa é um coquetel que leva licor de laranja, suco de laranja e espumante. Já o Bellini leva licor de pêssego e espumante. Outra alternativa é o Kir Royale, que nada mais é do que licor de cassis e espumante.

Os rótulos citados são importados pela Porto a Porto e podem ser encontrados nas melhores lojas de distribuição de bebidas e adegas.