O vinho é uma bebida democrática. A única exigência para apreciá-lo é evitar preconceitos, estando preparado para adquirir outros conhecimentos, como os relacionados à gastronomia. Afinal, quer coisa melhor do que uma refeição agradável com boa comida e boa bebida?
Para quem é iniciante no mundo dos vinhos, uma informação é importante: o seu paladar vai se aprimorar. Afinal, por mais que existam preferências em termos de sabor, o patamar de qualidade do vinho escolhido só aumenta com o tempo.
O segmento de vinhos sofreu nítidas mudanças nos últimos anos. Antigamente, as pessoas começavam a apreciar boas bebidas por volta das 50 anos. Depois, acima dos 40, dos 30. E agora é a geração Y, os millennials na faixa dos 30 anos, que começa a dar os primeiros passos para degustar bebidas de qualidade.
O gerente de desenvolvimento de vinhos da Porto a Porto, Flávio Bin, explica que normalmente essas pessoas são filhas de pais que já bebem bons vinhos. “Eles entram nesse mundo com outra perspectiva. Antes, quem começava a beber, optava por vinhos doces, alguns com mais de 70 gramas de açúcar residual por litro”, exemplifica. Um vinho seco, contudo, não tem mais do que 4 gramas de açúcar por litro.
Atualmente, a preferência de quem começa a beber vinho é provar os mais secos, porém, mais leves. Para agradar esse tipo de paladar, um exemplo seria o frisante italiano Bacio della Luna, que tem um aroma frutado e graduação alcoólica de apenas 7,5%.
Outro vinho leve que, na avaliação de Bin, deve ser bebido “despreocupadamente” é o português Pouca Roupa, da região do Alentejo (Portugal). Ainda de Portugal, há o vinho verde DOC Santola. Da região do Minho, ele é feito com as uvas Loureiro e Pedernã. Tem aroma frutado intenso e bom frescor. A propósito, DOC quer dizer de Denominação de Origem Controlada.
Junto aos secos leves, destaca-se, ainda, o vinho rosé, que tem chegado ao mercado com categoria superior. Um exemplar é o Numbered Edition, da região de Rioja (Espanha), elaborado com a uva Tempranillo.
Uma viagem pelas uvas
Provar vinhos de diferentes uvas é outra dica para os iniciantes. O Monastério de San Prudêncio, vinho espanhol, é feito com a uva Viúra, o que resulta em um aroma de frutas brancas frescas, como a maçã.
Dos brancos e rosés, a evolução segue para os tintos. Bin orienta que se comece pelos mais leves, frescos, sem passagem por barrica. “Com taninos macios”, completa. Tanino é um polifenol que vem das cascas das uvas. Quando os taninos amadurecem corretamente, eles acrescentam uma textura macia à bebida.
Entre algumas sugestões, vale experimentar o Terras del Rei tinto, um português feito com as uvas Aragonês, Castelão e Trincadeira, da região do Alentejo, e também o Monastério San Prudêncio tinto com a uva Tempranillo, um seco com final frutado.
A experiência por esse universo dos vinhos pode continuar com um vinho de médio corpo, que tenha ficado entre três e seis meses em barrica. A dica é o Don Román tinto, espanhol elaborado com as uvas Graciano e Tempranillo. Ele amadurece em barricas francesas por três meses e mais três meses em garrafa.
Bin também sugere a uva Malbec, bastante apreciada pelos brasileiros. Um vinho desta uva é o Emilia, da Nieto Senetiner. Cultivado na região de Mendoza (Argentina), ele é seco, com taninos macios.
O gerente de desenvolvimento de vinhos da Porto a Porto ainda acrescenta que com o paladar se aprimorando, a gastronomia passa a ser mais apreciada. “É automático porque o vinho é harmonizado com a comida”, explica Bin. Nesse momento, a busca pelo conhecimento mais amplo também acontece. “Você passa a beber mais os vinhos encorpados, começa a entender de temperatura, harmonização. É um salto de qualidade”, completa.
A partir daí, o momento torna-se ideal para experimentar estilos diferentes de vinho. Uma sugestão para essa fase é o Porto Messias Tawny, um vinho fortificado com aromas de frutas vermelhas em compota e toques de baunilha, que vai muito bem com sobremesas.
Bin orienta montar uma agenda com os vinhos bebidos e a nota dada por você, uma espécie de diário que vai até permitir avaliar a sua evolução, o que pode acontecer por meio de aplicativos no celular. Ele garante que, por mais que possa parecer clichê, a evolução do paladar é um caminho sem volta. Aliado a isso, o vinho traz enriquecimento cultural, pois ensina sobre países, uvas e climas.
O último patamar no processo de aprimoramento do paladar é experimentar vinhos de regiões clássicas, como Douro e Bairrada (em Portugal), Bordeaux e Rhône (na França); Toscana, Piemonte e Vêneto (na Itália) e Rioja, Ribera del Duero e Priorato (Espanha). Nesse momento, seu paladar estará preparado para entender melhor as nuances de texturas e sabores promovidos por um bom exemplar. Mas é bom lembrar que o essencial é se permitir conhecer mais sobre esse universo, sem preconceitos.
Os rótulos citados são importados pela Porto a Porto, referência em vinhos de qualidade com excelente custo-benefício. Eles podem ser encontrados nas melhores lojas de distribuição de bebidas e adegas.