Dizem que as melhores coisas acontecem por acidente. É só ver a história da tarte tatin e do ganache. Com um vinho que tem muitos adeptos também teria ocorrido assim. O vinho do Porto surgiu na época das navegações porque os ingleses, ao se desentenderem com os franceses, passaram a comprar os vinhos locais em Portugal. Como a viagem era longa, eles voltavam oxidados. Dois irmãos, então, resolveram colocar aguardente no vinho para que o produto pudesse suportar a travessia. O álcool adicional resultou em uma bebida agradável com mais açúcar residual e potente teor alcoólico.
Portugal sempre foi um país conhecido por seus bons vinhos. O país se destaca pelas uvas autóctones (que são nativas da região) e pela qualidade do vinho em si. O vinho do Porto é elaborado na região do Douro. E por que lá? As encostas são acidentadas, resultando em colheita manual, drenagem ideal e insolação necessárias. Com isso, as uvas amadurecem perfeitamente e mantém altos teores de açúcares.
Hoje em dia, o vinho do Porto têm seu próprio estilo. São eles, por exemplo, as famílias do Porto Ruby (mais jovial e frutado) e do Porto Tawny (mais envelhecido). A partir delas, há o Vintage (um Ruby feito apenas com safras excepcionais), os Tawnys 10, 20 e 30 anos (a idade média do blend) e até o Porto White Dry (menos doce e que é ingrediente do drink Porto Tônica, feito com 1/3 de Porto e 2/3 de água tônica).
Chegando a época da Páscoa, o vinho do Porto aparece como ideal para harmonizar com chocolate, bolos e tortas à base de chocolate. Na verdade, há vinhos do Porto que vão bem, também, no almoço de Páscoa. Os Vintages harmonizam com o queijo português Serra da Estrela e os queijos azuis. Quem explica é Flávio Bin, gerente de Desenvolvimento de Vinhos da Porto a Porto.
Vale acrescentar que harmonizar é combinar vinho e comida para sentir um gosto diferente do que se você os experimentasse de forma separada. Vinho do Porto harmoniza com chocolate. Tannat com churrasco. Chablis, ostras. Só para citar alguns exemplos.
A regra geral é que a doçura da bebida seja igual ou superior à da sobremesa, caso contrário, gera um gosto amargo. Partindo desse princípio, Bin indica o Porto Ruby para chocolates mais amargos e trufados. Se você prefere chocolates com nuts, como amêndoas, castanhas e nozes, aposte no Porto Tawny. Agora se a ideia é combinar o vinho com sobremesas à base de chocolate, invista em um Porto Vintage.
Os Portos ainda harmonizam com os tradicionais doces com ovos portugueses e com sobremesas com frutas caramelizadas. Em alguns países, como Luxemburgo e Bélgica, o Porto é apreciado também como entrada.
Os vinhos fortificados aguentam bem por até dois meses (exceção para o Vintage que deve ser consumido em até três dias) e devem ficar a uma temperatura entre 14 e 18 graus C.
Vinícolas Em Portugal, duas grandes vinícolas se destacam na elaboração do vinho do Porto. A Caves Messias foi fundada em 1926 e sua sede está situada na Mealhada na região da Bairrada, mas dispõe de 200 hectares na Ferradosa, vale do Douro, sendo 130 hectares ocupados com vinha.
A Duorum é um projeto dos enólogos João Portugal Ramos e José Maria Soares Franco. Em um terroir sem igual, a dupla tem vinhos premiados pelo famoso crítico Robert Parker.
Os vinhos da Caves Messias e da Duorum são trazidos ao Brasil pela importadora Porto a Porto.