Se você é um profissional da saúde, já deve ter passado pela seguinte situação: atendeu um paciente, diagnosticou sua enfermidade, receitou medicamentos e indicou um tratamento, mas ele nunca mais apareceu em seu consultório. Ou então, nos raros casos em que há retorno, os sintomas pioraram porque o tratamento não foi seguido como o indicado.
A situação descrita acima é bastante comum e é a descrição básica de pacientes que, por alguma razão, escolheram abandonar ou interromper o tratamento.
Diante deste problema, o mais indicado é elaborar estratégias para melhorar a adesão e o engajamento dos enfermos. Pensando nisso, separamos 5 dicas práticas de como melhorar a adesão dos pacientes durante o tratamento.
- Tenha empatia
Apesar do que possa parecer, a não adesão ao tratamento nem sempre revela uma disposição egoísta dos pacientes. Na verdade, em muitos casos, as razões abrangem fatores sociais, econômicos e psicológicos.
Portanto, ter empatia com uma realidade que é diferente da sua e tratar cada paciente de maneira individual, sem julgamentos e críticas, é uma maneira de evitar que ele se sinta generalizado e invalidado. Dessa forma, ele confiará mais em você e, consequentemente, em suas orientações para o tratamento. - Tenha escuta ativa
Como parte da empatia, é importante exercitar a escuta ativa durante as consultas.
Como bem sabemos, os primeiros meses do tratamento costumam ser os mais difíceis e, por isso, os pacientes ficam mais sensíveis. Por isso, é essencial que se sintam ouvidos, principalmente quando estão explicando as razões pelas quais o tratamento foi interrompido ou ignorado.
Neste aspecto, é crucial que você demonstre interesse em entender o que o paciente está passando. Perguntar, sem julgamentos, é uma maneira de estreitar a comunicação e garantir que ele entenda que seu papel é ajudá-lo. - Reveja suas orientações
Quem nunca ouviu uma piada sobre letra de médico? Memes e brincadeiras à parte, as prescrições médicas ilegíveis podem ser a razão pela qual o paciente não seguiu com o tratamento. Orientações confusas e dúbias, idem.
A verdade é que, por mais incômodo que seja receber críticas, às vezes elas revelam falhas comunicacionais fáceis de serem corrigidas. Portanto, fique sempre atento à maneira como você está explicando e esteja preparado para adaptar suas orientações segundo a vivência do seu paciente. - Simplifique o tratamento
Outra queixa bastante atribuída à interrupção do tratamento refere-se à sua complexidade.
O ideal é simplificá-lo o máximo possível, afinal, quanto menos processos, mais fácil é incorporá-lo à rotina do paciente. Muitos comprimidos em muitos horários rígidos aumentam a chance do paciente esquecer ou ficar com raiva do tratamento.
Outro ponto importante sobre o tratamento são os efeitos colaterais que alguns medicamentos apresentam.
Reforçando os tópicos anteriores, é crucial que, em caso de má adaptação, os pacientes se sintam seguros para expor suas queixas. Dessa forma, médico e paciente podem, juntos, encontrar maneiras de minimizar os efeitos colaterais. - Atendimento e pontualidade
Por fim, mas não menos importante, é interessante refletir sobre os outros lugares que seu paciente frequenta. Você pode se esforçar ao máximo para atendê-lo com humanidade e pontualidade, mas se o lugar onde ele realiza o resto do tratamento não for adequado, toda a sua experiência estará comprometida.
Em vista disso, é essencial certificar-se de que as demais clínicas, inclusive àquelas onde o paciente realiza os exames prescritos, estão tratando seu paciente de maneira correta e digna.
Esse tópico é particularmente importante, pois quanto mais acolhido seu paciente se sentir, maiores as chances dele retornar e se engajar no tratamento.
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