Quantas vezes você já utilizou a frase “parece que vai chover” para iniciar uma conversa? As condições do tempo são tão importantes para a nossa sociedade que fazem parte de vários momentos do nosso dia, seja em um encontro social ou no planejamento das atividades do cotidiano, como um passeio ao ar livre ou as férias.
A precisão na previsão do tempo também é fundamental para vários ramos produtivos, como a agricultura, a construção civil, o setor petrolífero e a indústria, por exemplo. Todos desejam saber exatamente que horas a chuva começará e terminará, para que seja possível ter previsibilidade e planejamento nas atividades.
Este tipo de informação já é uma realidade, graças à ajuda dos radares meteorológicos, que são dispositivos que permitem detectar objetos a longas distâncias e conseguem localizar as precipitações e calcular o seu deslocamento.
A tecnologia de ponta usada hoje nas previsões do tempo é resultado de um longo processo de pesquisa e desenvolvimento. O primeiro aparelho com características de radar surgiu em 1904, pelas mãos de um engenheiro alemão chamado Christian Hülsmeyer. O dispositivo era capaz de identificar um objeto à distância.
Após a Segunda Guerra Mundial, o radar passou a evoluir para fins mais pacíficos e para aplicações em diversas áreas, como a biologia e a meteorologia. Atualmente, um radar meteorológico consiste basicamente em quatro componentes principais:
- Um transmissor para gerar o sinal de alta frequência;
- Uma antena para enviar o sinal e receber o eco de volta do alvo;
- Um receptor para detectar e amplificar o sinal;
- Um tipo de sistema de exibição para permitir que se veja o que o radar detectou.
Quando comparado a outras nações do mundo, o Brasil ainda tem uma cobertura muito pequena de radares, e a maioria deles está concentrada nas regiões sul e sudeste. Alguns destes radares são operados por instituições de pesquisa, por universidades e pela aeronáutica.
O Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) tem, em operação, um radar meteorológico Banda-S, Doppler, instalado na região central do Paraná, no município de Teixeira Soares.
O dispositivo está em operação desde 1998, com uma cobertura que abrange um raio de 480 km, entre Paraná, Santa Catarina, parte do sul de São Paulo e norte do Rio Grande do Sul. A área quantitativa, com estimativas de precipitação e vento, é de 240 km de raio, cobrindo todo o centro e leste do Paraná.
Em 2014, foi inaugurado um novo radar em Cascavel, a fim de monitorar a ocorrência de células de chuva em uma distância de até 480 km, abrangendo partes dos Estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e também áreas do Paraguai e da Argentina. Este radar, combinado ao radar instalado em Teixeira Soares, fornece dados cruciais para o monitoramento meteorológico em todo o Estado do Paraná.
Este projeto teve início com o grande desafio de operar e manter um equipamento sofisticado e de alto custo, em plenas condições operacionais e com alta disponibilidade de dados. As informações dos radares do Simepar são obtidas em tempo real para o monitoramento e previsão de tempo. Os dados são armazenados para serem utilizados em pesquisa e desenvolvimento de produtos meteorológicos.
Atuação do Simepar no Brasil e no mundo
Além da previsão do tempo, o Simepar possui o serviço de instalação, manutenção e gestão de rede de radares em todo o Brasil. A empresa também é uma referência internacional no estudo e aplicação dos dados de radares em produtos meteorológicos que contribuem para a tomada de decisão no Centro de Operação. Um dos produtos oferecidos é a estimativa de chuva por meio de dados de radar e pluviômetros.
O sistema do Simepar também gera dados que são cruciais para o serviço de Nowcast, que faz a previsão do tempo de curtíssimo prazo, com alertas emitidos com 1h ou 3h de antecedência. Saiba mais no site da Simepar.
Referência: Integração do radar meteorológico doppler do Simepar e uma rede de pluviómetros para a estimativa da precipitação (http://marte.sid.inpe.br/attachment.cgi/ltid.inpe.br/sbsr/2002/%2011.17.18.39/doc/11_326.pdf)
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