As medidas restritivas adotadas para o combate à pandemia do novo coronavírus afetaram diretamente as atividades e a saúde financeira de boa parte do setor industrial. Para contribuir com os esforços para manutenção dessas empresas e dos empregos que geram, a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) está lançando uma campanha de valorização do produto paranaense e estímulo ao seu consumo.
Segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 92% das indústrias brasileiras já foram afetadas negativamente pela crise, sendo que 79% tiveram queda na demanda por seus produtos e 81% precisaram reduzir ou interromper a produção. “O cenário no Paraná não é diferente, especialmente entra as indústrias de atividades consideradas não essenciais neste momento”, afirma o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro. “Isso impacta diretamente na capacidade financeira das empresas, principalmente nas de menor porte, colocando em risco os empregos e a renda dos trabalhadores”, completa.
Para ele, a sociedade pode ter papel importante na manutenção desses negócios ao ficar atenta a seus hábitos de consumo. “Os governos precisam apoiar essas empresas para garantir sua sobrevivência, mas cada um de nós também pode fazer a diferença ao dar preferência aos produtos paranaenses”, diz o presidente da Fiep. “A indústria tem feito sua parte para contribuir com o combate à pandemia, então é importante que a sociedade também entenda que grande parte da solução está no apoio à economia local, agora e no momento em que tudo começar a se normalizar”, acrescenta.
Mobilização
Além de estimular o consumo de produtos paranaenses, a Fiep e seus sindicatos filiados têm se mobilizado para que as indústrias busquem alternativas para manter a produção. Muitas empresas já adaptaram suas linhas de produção e passaram a fabricar itens demandados nas ações de combate à proliferação e no tratamento do novo coronavírus.
Entre várias outras iniciativas, indústrias de bonés de Apucarana iniciaram a confecção de máscaras para profissionais de saúde. Indústrias de Maringá, Cianorte, Cascavel e outras regiões também já fizeram a adequação necessária para produção de máscaras, aventais e colchões hospitalares. Outro setor que se mobilizou foi o sucroenergético, com a doação de álcool 70%, utilizado na higienização em centros de saúde. O produto também começou a ser fabricado por indústrias do setor de bebidas.
