A queda na demanda por seus produtos, causada pelo fechamento do comércio nas últimas semanas em decorrência das medidas para contenção da pandemia de Covid-19, tem feito com que a maioria das indústrias precise buscar alternativas para manter seus negócios. Com apoio e articulação da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e sindicatos filiados, várias empresas adaptaram suas linhas de produção e passaram a fabricar equipamentos utilizados por profissionais de saúde, além de manter o fornecimento de outros itens essenciais para toda a sociedade.
“Em muitos casos, a produção desses itens tem sido a salvação das empresas, que conseguiram gerar novos negócios e manter seus empregos”, afirma o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro. “Assim, a indústria cumpre seu papel social, fornecendo produtos essenciais neste momento e garantindo o sustento dos trabalhadores e suas famílias”, acrescenta, ressaltando que as empresas têm tomado todas as providências para preservar a saúde de seus colaboradores.
Um dos setores que mais se mobilizou no Paraná foi o do vestuário. Centenas de indústrias que antes produziam diferentes peças de roupas passaram a fabricar produtos hospitalares. As demandas atendem a encomendas de diversas secretarias municipais e estaduais de saúde, além de órgãos públicos como a Polícia Rodoviária Federal e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen). A Fiep recebeu as solicitações e mobilizou os sindicatos do setor, além de contatar fornecedores de matéria-prima para agilizar a produção dos materiais. No caso de máscaras de proteção, também foi necessário enviar as normas de fabricação exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para que as empresas fizessem adequações em suas áreas de produção.
Com sede em Ampére, no Sudoeste do Paraná, o Grupo Krindges, fabricante de moda masculina, está confeccionando 150 mil aventais descartáveis por dia, podendo dobrar a quantidade em maio. Parte da produção está sendo doada para as prefeituras onde a empresa mantém unidades produtivas. O grupo trabalhava com 750 colaboradores e a parceria de 15 oficinas de costura da região. Hoje, essa rede de parceiros é formada por 35 oficinas, com 2 mil trabalhadores. Em Apucarana, cidade conhecida como Capital Nacional do Boné, diversas empresas do setor que tiveram as encomendas de seus produtos paralisadas por causa do fechamento do comércio, começaram a produzir máscaras para proteção de médicos e enfermeiros. A produção desse novo item se espalhou também por outros polos de confecção do Paraná, como Maringá, Cianorte, Cascavel e Curitiba, entre outros.