Depois de dois meses de crescimento, a produção industrial do Paraná ficou praticamente estável em julho, registrando leve queda de 0,3% em relação a junho, como mostraram os indicadores da pesquisa mensal do IBGE divulgada nesta semana. Para a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o resultado é um sinal de alerta, mas o setor segue confiando na recuperação. Para isso, a entidade aponta que ainda são necessárias medidas que auxiliem as empresas e, principalmente, estimulem a retomada da atividade econômica do país, fortemente afetada pela pandemia do novo coronavírus.
“A indústria do Paraná é diversificada e, no geral, tem conseguido dar boas respostas diante dos desafios trazidos por essa crise totalmente inesperada”, afirma o presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro. “Porém, para alguns setores essa reação depende de um maior reaquecimento da economia, com a retomada da confiança dos consumidores, o que ainda não ocorreu plenamente não apenas no estado, mas em todo o país”, acrescenta. Isso faz com que, no acumulado do ano, o setor industrial paranaense ainda registre queda de 8,6% em comparação com o mesmo período de 2019.
Sinais positivos
Apesar de a produção industrial não ter seguido a tendência de aumento que vinha apresentando, outros indicadores apontam que a indústria do Paraná pode voltar a crescer nos próximos meses. Também em julho, o setor foi o que mais gerou empregos no estado, com 6.560 novos postos de trabalho.
Já em agosto, uma pesquisa mensal da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Fiep mostrou que o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) cresceu consideravelmente e chegou ao mesmo patamar em que estava antes do início da pandemia, em março. Somando 61,4 pontos em julho, o índice ficou quase 13 pontos acima do resultado de julho e dois pontos acima do valor de agosto de 2019. Com variação entre 0 e 100, e resultados acima de 50 pontos sendo considerados otimistas, o ICEI mede as expectativas dos industriais em relação à situação atual e às perspectivas futuras de sua empresa.
“O industrial paranaense já avalia o cenário atual e futuro de forma mais positiva, vislumbrando mais oportunidades para seus negócios”, afirma Carlos Valter. “Porém, como o mercado ainda não está totalmente recuperado, medidas com efeito em curto prazo que auxiliem as empresas a atravessar esse momento, como o acesso ao crédito, e que estimulem a retomada do consumo continuam sendo fundamentais”, completa.
O presidente da Fiep reforça, ainda, a necessidade de governo e Congresso Nacional avançarem na agenda de reformas que, em longo prazo, melhorem o ambiente de negócios e tornem mais favoráveis as condições para se produzir no país. “Principalmente a Reforma Tributária é essencial para reduzir os elevados custos de produção que temos hoje e permitir que a indústria seja mais competitiva, o que certamente se reverterá em mais empregos, renda e desenvolvimento para o país”, diz.