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  • Por Tradener
  • 27/10/2022 17:38
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As fontes de energia no Brasil, em especial as renováveis, são muito amplas. O país tem potencial eólico e solar, além de capacidade para construir pequenas centrais hidrelétricas e usinas híbridas, que usam diferentes fontes energéticas para complementar sua geração de energia.

Neste artigo, explicaremos as principais tendências de transição energética no Brasil, resgatando os avanços dos últimos anos e fazendo projeções futuras para a geração de energia renovável no país.

Confira!

Geração de energia renovável no Brasil: primeiros conceitos

A maneira mais fácil de entender a produção de energia no Brasil é dividir as revoluções energéticas mais recentes em três etapas:

  1. Ampliação da energia eólica; 
  2. Ampliação da energia solar;
  3. Ampliação da geração de energia: PCHs e biomassa 

Essas três diferentes ampliações ocorreram em momentos distintos da história recente, mas estão interligados por uma necessidade muito genuína do Brasil diversificar sua matriz  energética.

Por muito tempo, o país dependia quase exclusivamente de hidrelétricas e algumas termelétricas. As hidrelétricas, por exemplo, representaram um grande marco energético para o país e são renováveis, mas as construções das barragens e de reservatórios geram  alguns impactos ambientais criticados pela comunidade ambientalista. Já as termelétricas produzem gases nocivos, a maioria de efeito estufa.

Por isso, em 2002, o governo brasileiro criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). O foco, na época, era a ampliação de energias que gerassem menos impactos ambientais, principalmente a eólica, solar, PCH e biomassa.

Ampliação da Energia Eólica no Brasil

No começo dos anos 2000, o Brasil reconheceu seu potencial de ventos e passou a investir na produção de energia eólica. Contudo, o valor inviabilizou que essa matriz energética fosse completamente disseminada.

Como o Brasil sempre foi um país rico em energia hidráulica, a energia eólica surgiu para complementar a geração de energia. Felizmente, com o passar dos anos, percebeu-se que a energia criada pelos ventos tinha potencial para ser mais do que apenas um complemento energético.

Notou-se, observando as curvas de energia, que a energia eólica e hídrica se complementam muito bem. Em períodos de baixa chuva, os ventos sopravam mais forte e os parques eólicos rendiam bem.

Com o avanço da tecnologia, o custo de produção também caiu pela metade. Hoje o Brasil consegue produzir mais de 70% dos insumos, tornando a energia eólica mais competitiva, com custos e preços mais atraentes.

Outro fato interessante é que a energia eólica é uma das fontes com o menor prazo de implantação. É possível ter uma central eólica em funcionamento em poucos meses, algo que leva anos para acontecer com usinas hidrelétricas.

A experiência dos anos mostrou que a energia eólica se consagrou como uma fonte energética capaz de dar segurança ao país. Para os consumidores, também resultou em uma conta de luz mais equilibrada, que não sobe tão drasticamente nos períodos de seca.

Atualmente, a energia eólica representa 10,8% da matriz energética do país, com 734 parques em operação. A região que mais se destaca é o Nordeste, representando 82% dos parques eólicos brasileiros e abrigando 653 deles.

Ampliação da Energia Solar no Brasil

Quanto à energia solar, o Brasil teve uma implementação tardia do uso dessa matriz energética, até o país reconhecer o grande potencial disponível para ser explorado. A primeira usina solar brasileira (e da América Latina) foi construída em 2011, no Ceará.

Desde então, qualquer consumidor residencial, comercial, industrial, público ou rural pode gerar sua energia limpa e renovável utilizando a chamada geração distribuída (GD), cuja capacidade instalada é de até 5 MW.

Os projetos de energia solar acima de 5MW, como usinas de grande porte, fazem parte da geração centralizada (GC). A energia produzida pela CG pode ser comercializada pelo mercado livre ou pelo mercado cativo.

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em 2022, o Brasil atingiu a marca de 1 milhão de sistemas de geração de energia solar instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos.

A energia solar também representa hoje 8,1% da energia produzida pelo Brasil, perdendo apenas para a energia hídrica (53,9%) e eólica (10,8%). Ao longo dos anos, ela se tornou cada vez mais competitiva e acessível.

Ampliação da Geração de Energia: PCHs e Biomassa

No Brasil, há uma dificuldade de viabilização ambiental para construir novas hidrelétricas. Por isso, as PCH (Pequenas Centrais Hidrelétricas) têm sido alvo do planejamento elétrico brasileiro desde 1990.

As PCHs não precisam estocar tanta água e conseguem aproveitar o nível das cheias dos rios para produzir energia, sem a necessidade de grandes reservatórios. Também protegem as margens dos rios contra erosão e fazem o uso múltiplo das águas para irrigação, piscicultura e lazer.

A energia produzida por elas é renovável e sua produção está de acordo com as diretrizes do que consideramos “energia limpa”, de baixo impacto ambiental. É possível a implantação dessas usinas mais próximas dos centros de cargas importantes (cidades), reduzindo a necessidade de pesados investimentos em linhas de transmissão.

Atualmente, existem 436 PCHs operando no Brasil - mais que o dobro do número de grandes usinas hidrelétricas (219). A tendência é o aumento dos investimentos nos próximos anos para a produção de novas PCH.

As usinas movidas à biomassa representam uma fonte renovável e barata de geração de energia. Elas usam resíduos de origem animal ou vegetal para a produção de energia e com o passar dos anos se transformou em uma alternativa viável às fontes poluentes, como os combustíveis fósseis.

No Brasil, se tornaram essenciais para o sistema nacional de energia elétrica e faz parte do conjunto de fontes renováveis que o país dispõe para reduzir suas emissões de CO2 (gases do efeito estufa).

Novas tecnologias: o que é Hidrogênio Verde?

Hidrogênio (H) é um gás incolor, inflamável e o elemento mais abundante do universo. Ele não é encontrado de maneira isolada na natureza, estando associado a outros elementos, como na composição da água(H2O), por exemplo.

Para obtê-lo, é preciso forçar a quebra das ligações entre os gases e isolar o Hidrogênio. Esse processo se chama eletrólise e, para realizá-lo, é preciso utilizar uma enorme quantidade de energia elétrica.

A grande questão, portanto, está na fonte utilizada para isolar o Hidrogênio. Se a eletricidade usada durante o processo for proveniente de energias limpas e renováveis, o gás resultante receberá o nome de Hidrogênio Verde. Se utilizar fontes poluentes, como os combustíveis fósseis, será chamado de Hidrogênio Cinza.

Qual a importância do Hidrogênio Verde?

O primeiro passo para entender a importância do Hidrogênio Verde é reconhecer que essa tecnologia foi pautada por um momento crucial da história recente: o acordo de Paris. Assinado em 2015 por 195 países, o acordo firma que todos reúnam esforços para combater o aumento da temperatura terrestre provocada pelo aquecimento global.

Para atingir esse objetivo, é preciso fazer a transição para o consumo de fontes de energia limpas e renováveis. Contudo, apesar do papel relevante dos painéis solares e das turbinas eólicas na geração de energia, essas fontes não são capazes de atender a todos os setores da economia.

O Hidrogênio, por sua vez, tem potencial de reduzir as emissões de carbono das grandes indústrias, transporte de cargas e outras grandes emissoras de dióxido de carbono. Ele pode ser utilizado para diversos fins, como em automóveis, caminhões, ou mesmo em grandes indústrias. Ele é três vezes mais potente que a gasolina e sua combustão libera água na forma de calor, ou seja, não deixa resíduos poluentes no ar.

Contudo, seu alto valor de produção (pautado pelo preço das energias renováveis) é o principal desafio para sua ampla utilização. Felizmente, a tendência é que os preços fiquem cada vez mais atrativos. O Brasil é considerado privilegiado e pode ganhar destaque nesse segmento, dado o potencial existente aqui para o desenvolvimento de energias renováveis, em especial as hidrelétricas, solar e eólica.

Por todas essas razões, o Hidrogênio Verde é visto como um combustível chave para um futuro neutro em carbono e, aos poucos, se torna a principal opção para a descarbonização mundial.

Você conhece a Tradener?

A Tradener é uma comercializadora independente de energia elétrica e gás natural. Por ser também geradora de fontes renováveis, está constantemente investindo em fontes limpas. Chegou a investir mais de 1 bilhão em projetos de geração própria, contribuindo para ampliar a geração renovável do Brasil.

O fato de ser geradora e comercializadora de energia traz a garantia de entrega daquilo que foi contratado. Dentro do ambiente de contratação livre, foi o primeiro agente autorizado pela Aneel a comercializar energia com consumidores livres e geradores.

Acesse o site da Tradener para saber mais sobre o mercado livre de energia.