Que o Brasil é famoso por suas grandes hidrelétricas, disso ninguém pode discordar. Já está no imaginário coletivo que nosso país tem grande potencial hidráulico para ser explorado, e que grande parte da nossa energia vem das hidrelétricas. Contudo, você sabe o que é PCH e que essas Pequenas Centrais Hidrelétricas também são importantíssimas para a geração de energia elétrica brasileira?
Neste artigo, nós explicamos o que são as pequenas centrais hidrelétricas, verdadeiras ilhas de riqueza, como elas surgiram e quais são os principais benefícios encontrados por consumidores livres na hora de fazer a compra dessa matriz energética.
O que é PCH e como elas surgiram
PCH é a sigla usada para “Pequena Central Hidrelétrica”. Como o nome sugere, são menores do que as tradicionais, mas ainda usam a energia potencial da queda da água para gerar energia, e passaram a ser alvo do planejamento elétrico brasileiro na década de 1990.
Para compreender como foram construídas, é preciso voltar no tempo, quando o Estado detinha o monopólio do setor Elétrico e todas as empresas do setor eram públicas.
Naquela época, a iniciativa privada estava bem capitalizada, e havia necessidade de abrir o capital para construir novas usinas. Para solucionar essa questão, foram publicadas leis inéditas que visavam abrir espaço para o desenvolvimento de um novo modelo, com oportunidades para o desenvolvimento das PCHs.
Extinto o monopólio do Estado em meados de 1995, passou-se então a incentivar que investidores de cidades com potencial hidráulico não explorado apostassem seus recursos em estudos e projetos de geração de energia renovável.
Mais de 25 anos depois e mesmo com a redução do incentivo governamental de outrora, o resultado momentâneo do projeto acima são alguns estados brasileiros com mais de 70, 90 PCHs, totalizando no país mais de 550 unidades em desenvolvimento. Esse cenário envolve mais de 88 mil empresas, gera mais de 667 mil empregos e capitaliza 94 bilhões de reais em investimentos.
Fonte de energia elétrica: diferenças entre as PCHs e UHEs
Usina hidrelétrica (UHE) é um complexo industrial que, por meio do aproveitamento do potencial hidráulico de rios ou represas, produz energia elétrica. Nesse aspecto, não é muito diferente das PCHs, com exceção do tamanho.
Grandes usinas, por exemplo, não possuem limites legais para a área total de reservatório e capacidade para produzir mais de 30 MW operando em capacidade máxima.
Já as pequenas centrais são instaladas em rios de pequeno porte e, por isso, não devem ultrapassar 13 km² de área de reservatório (excluindo a calha do leito regular do rio), mas geralmente possuem reservatórios muito menores que esse limite. Quanto à potência instalada, uma pequena central deve ter entre 5 MW e 30 MW, no máximo.
Outra diferença relevante entre elas deve-se às formas de distribuir energia. As PCHs geralmente são construídas próximas de centros urbanos, o que minimiza as perdas associadas à transmissão de energia, já que sua geração é injetada próxima das áreas de maior consumo.
Isso não ocorre com as grandes usinas. Por via de regra, essas Usinas se encontram afastadas dos grandes centros de consumo, necessitando a construção de centenas ou mesmo milhares de quilômetros de linhas de transmissão, o que incorpora perdas elétricas ao sistema, que ao final são pagas pelos consumidores através de encargos na conta de energia.
Quais os benefícios das PCHs?
Como dito anteriormente, as PCHs são alternativas eficientes para complementar a matriz energética brasileira. Dado o seu tamanho reduzido, as PCHs não impactam o meio ambiente da mesma forma que as grandes UHEs e, além disso, a realocação de pessoas e estruturas é mínima.
Ainda, as PCHs contribuem para a limpeza dos rios, já que o lixo que estiver flutuando é capturado pela PCH, e é constantemente retirado pelas equipes de manutenção dessas Usinas. São toneladas de lixo retiradas dos rios anualmente em cada PCH. Ao contrário do senso comum, as PCHs não consomem a água dos rios. Elas atuam como uma espécie de filtro da água que passa por elas, devolvendo-a ao rio mais limpa e de maneira mais regular, promovendo, na realidade, maior acesso à água na região de sua instalação.
Outro ponto de bastante destaque é o desenvolvimento da região em que a usina será construída, e a geração de empregos relacionada ao empreendimento, principalmente nos meses de construção da usina.
Além disso, a tecnologia utilizada nas PCHs é totalmente dominada no Brasil. Desde a engenharia envolvida, a construção e a produção de equipamentos: todo o know-how é nacional, movimentando ainda mais a atividade econômica brasileira. Só essa característica, deveria ser um motivo de incentivo e prioridade perante todas as outras fontes energéticas.
Mesmo com os benefícios citados acima, as PCHs ainda não atingiram seu máximo potencial de desenvolvimento e expansão devido ao problema que todas elas sofrem e devem contornar: enorme burocracia sobre as questões ambientais.
Como explica o presidente da Tradener, Walfrido Avila, o volume de requisitos e exigências que devem ser atendidos aumentam o prazo do licenciamento em muitos anos para a construção das unidades, além de gerarem maiores custos. Dos 556 projetos em andamento, 208 apresentam atrasos e paralisações de 10 anos ou mais.
No entanto, ele tem perspectivas otimistas para o país, desde que haja a criação de uma cartilha que solucione rapidamente as adequações ambientais e os investidores se responsabilizem. Segundo Walfrido, há mercado latente, além de condições naturais, estruturais e intelectuais para a entrega de 100 novas PCHs por ano no Brasil.
Como contratar energia de PCHs no mercado livre?
Se por um lado há incentivos financeiros para empreendedores privados investirem em PCHs, por outro há consumidores no mercado livre que são atraídos para essa matriz enérgica e podem aproveitar os incentivos oferecidos pelo Estado.
Consumidores que tem uma demanda contratada igual ou superior a 500 kW se enquadram na categoria de “consumidores potencialmente livres”, e podem optar por migrar seu fornecimento de energia da distribuidora local para uma comercializadora de energia, e adquirir energia de fontes alternativas, como as PCHs, contribuindo para o desenvolvimento sustentável, além de diminuir seus custos mensais com energia elétrica.
A Tradener é a primeira empresa do Brasil autorizada pela Aneel a comercializar energia elétrica com consumidores finais e geradores, no ambiente de contratação livre.
A empresa possui oito usinas de geração hidráulica, sendo duas em operação, duas em construção e quatro em projeto. Elas representam uma geração com seguintes números: 68 MW em operação e construção, e 82 MW em projetos. Ao todo, foram investidos cerca de R$ 260 milhões na construção das duas PCHs em operação.
Interessado na energia produzida pelas pequenas usinas hidrelétricas e gostaria de saber mais sobre essa matriz energética? Acesse o site da Tradener e fale com a nossa equipe.