Renda do Bolshoi em Curitiba é destinada a instituições que atuam no tratamento do câncer
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  • Por Unicred
  • 31/10/2023 18:56

Don Quixote, uma das histórias mais famosas da literatura mundial, foi apresentada em Curitiba a partir da narrativa cênica dos bailarinos da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. O espetáculo Grande Suíte do Ballet Don Quixote, apresentado na noite de quinta-feira (26), no Grande Auditório do Teatro Positivo, foi uma iniciativa da Unicred União para celebrar os 30 anos de fundação da instituição de cooperativismo financeiro. Toda a renda arrecadada com a bilheteria – R$ 130 mil – foi destinada à Escola do Teatro Bolshoi no Brasil e a instituições que atuam no tratamento, combate e à prevenção ao câncer.

O presidente da Unicred União, Mauro Marquiotti, salientou que o investimento em projetos ligados à arte, à cultura e à educação e que apoiam o desenvolvimento da comunidade fazem parte da essência do cooperativismo. Por isso, ressaltou, a escolha da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil para ilustrar as três décadas de fundação da Unicred União, por se tratar de um projeto que já há alguns anos vem sendo beneficiado com recursos para investir na qualificação da equipe, no corpo de baile, nos treinamentos e na seleção de novos bailarinos.

Segundo Marquiotti, além do Bolshoi, que tem sede em Joinville (SC), existem outras iniciativas envolvendo crianças e adolescentes que também são atendidas nas cidades onde a Unicred União está instalada no Paraná e em Santa Catarina. São mais de 3,5 mil alunos beneficiados anualmente.

Processo de seleção

O diretor executivo da Unicred, Marcelo Vieira Martins, explica que a seleção de projetos que são atendidos com recursos dentro da Unicred União é realizada pelo MotorCoop, o braço de responsabilidade social e ambiental da cooperativa. O trabalho, destaca Martins, tem como propósito unir a arte, a cultura e o cooperativismo para propor ações que possam contribuir e melhorar o mundo.

De acordo com ele, existem ações que envolvem crianças desde a 6ª série do ensino fundamental e que são acompanhadas por um período de dez anos para que possam ter uma melhor qualidade de ensino e rendimento escolar. “Somos engajados em causas desse tipo. Nós escolhemos estar com a arte, com a cultura e com as crianças. Esse é o principal mote do nosso trabalho e a associação tem vida própria”, destacou, referindo-se ao trabalho do MotorCoop na hora de fazer a triagem dos projetos.

Plateia

O médico Rached Hajar Traya, diretor-presidente da Unimed Curitiba, era uma das 2,5 mil pessoas presentes na plateia para assistir ao espetáculo Grande Suíte do Ballet Don Quixote, e reforçou a importância do terceiro setor, do cooperativismo se dedicar a iniciativas como essa. “É necessário ter ações que sejam cinéticas para que, lá na ponta, seja possível beneficiar o maior conjunto possível de pessoas”, pontuou.

Traya frisou que oferecer a possibilidade de desenvolvimento para outras pessoas é uma das marcas do cooperativismo e, na opinião dele, isso é algo que deve ser abraçado por toda a sociedade, pela iniciativa privada em parceria com os órgãos governamentais. “Não é uma demanda de um ou de outro, mas de todos”, enfatizou.

Harold Espínola, Chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não-Bancárias no Banco Central, que também estava na plateia, destacou o papel do cooperativismo de crédito no Brasil no fomento à cidadania financeira e na interação com as comunidades. “Esse projeto (Bolshoi) é mais um exemplo de apoio à cultura e que permite um alcance muito maior. O cooperativismo tem essa característica, de estar próximo às comunidades e de promover o desenvolvimento da sociedade”, afirmou.

Para Valdir Steglich, presidente da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, é muito importante o apoio de empresas como a Unicred, que entram na categoria Amigos do Bolshoi – pessoas físicas ou jurídicas que contribuem financeiramente com a manutenção da companhia. Fundada em 2000, em Joinville, a escola é uma extensão da renomada companhia de balé russa, o Ballet Bolshoi, com sede em Moscou.

Steglich diz que, atualmente, fazem parte do Bolshoi Brasil 240 crianças de 23 estados brasileiros. Mais da metade, segundo ele, são de famílias com renda de até um salário-mínimo e meio e que encontram na arte e na dança uma oportunidade de desenvolvimento para jovens talentos brasileiros que desejam seguir carreiras no mundo da dança.

Com um programa de ensino rigoroso e professores altamente especializados, os alunos passam por um treinamento intensivo em balé clássico.

No espetáculo Grande Suíte do Ballet Don Quixote, apresentado em Curitiba, 80 bailarinos encenaram a releitura da obra de Miguel de Cervantes. A versão coreográfica apresentada pela Escola Bolshoi é resultado do trabalho do bailarino e coreógrafo russo Vladimir Vasiliev, eleito o bailarino do século pela Unesco. Além de preservar a abundância e a diversidade da dança, Vasiliev ensinou aos alunos do Bolshoi Brasil não apenas os detalhes técnicos, mas também que, para ser um verdadeiro bailarino, não basta apenas dançar com o corpo, é preciso dançar com a alma.