Se o aprendizado se dá ao longo de toda a vida, por que acreditar que um profissional receberia formação completa, suficiente e eficaz apenas nas horas em que está uma em sala de aula física? Ao lidar com indivíduos únicos e cheios de potencialidades, a educação precisa evoluir e adaptar seus modelos de ensino.
Vivemos em um mundo híbrido, onde o presencial e o digital estão em perfeita sinergia. Assim, nada mais natural do que a educação se valer de inovações para ficar ainda mais perto dos estudantes.
Na era do conhecimento e da tecnologia, as informações circulam de maneira veloz e acessível. Neste contexto, o ensino híbrido (aquele que consegue equilibrar com fluidez o melhor dos dois mundos: presencial e digital, integrando também teoria e prática) deixa de ser uma tendência para se tornar uma realidade necessária e mais condizente com o século 21.
No Brasil, estudos feitos pela Ânima Educação, uma das maiores organizações educacionais particulares do País, revelaram que o modelo presencial traz resultados superiores ao ensino exclusivamente a distância. Já a aprendizagem combinada (on-line e presencial) mostrou-se ainda mais eficiente. As notas nesta modalidade foram 17% melhores do que no sistema em que os estudantes passam toda a carga horária sentados em sala de aula.
Para a mestre em educação Barbara Born, doutoranda nos programas Internacional e Comparado de Educação, Currículo e Formação de Professores da Universidade de Stanford (Califórnia), a hibridez não é exatamente uma novidade no aprendizado. “Os estudantes sempre aprenderam por diferentes meios. O que está ocorrendo agora é uma mudança conceitual no que entendemos como ensino híbrido, porque envolve o uso de novas tecnologias que servirão de suporte para um modelo de educação mais moderno, em parte on-line e em parte presencial” , comenta.
A importância do professor
Também conhecido como blended learning, o ensino híbrido oferece autonomia e protagonismo aos estudantes, valorizando o tempo que eles têm com o professor e criando oportunidades para experiências e práticas, seja por meio de gamificação, simuladores, plataformas virtuais ou atividades práticas em diversas ferramentas. A premissa deste modelo de aprendizagem leva em conta o equilíbrio. Tanto na jornada presencial quanto na digital, o objetivo é o mesmo: melhorar a qualidade da educação.
Ainda que o processo dê mais “liberdade” aos estudantes, o professor manterá sua função, só que agora não mais como o único detentor do conhecimento, e sim como um maestro que rege uma orquestra com múltiplos talentos.
É assim que o mestre em Direito e em Administração, Sérgio Itamar, se vê diante das turmas que conduz. Professor do UNICURITIBA, palestrante e mentor de projetos universitários de inovação, ele diz que essa “orquestra” só precisa ser afinada.
“O professor torna-se o mentor neste processo, o agente que desperta o brilho e o potencial dos seus estudantes. O ‘Ctrl C’+‘Ctrl V’ intelectual não serve mais para um futuro que se mostra imprevisível. Não precisamos de profissionais que só saibam fazer o que todo mundo já faz”, alerta.
Segundo Itamar, em uma sala com 50 estudantes existem 50 perfis diferentes e padronizar o modelo de ensino, definitivamente, não é a melhor saída. “O ensino híbrido permite o aprendizado por meios variados e nos ajuda a achar a sintonia certa para fazer aflorar o que há de melhor em cada estudante”, pontua. A mestre em educação Barbara Born concorda. “O professor continua tendo um papel fundamental no ensino híbrido. A grande vantagem está em aliar no planejamento da aula esses dois potenciais: o uso de tecnologias e novas ferramentas aos momentos em sala de aula.”
Crescimento do ensino híbrido
De acordo com a consultoria Educa Insights, a procura por cursos híbridos no Brasil deve aumentar de 4% para 21% até 2023. A Portaria nº 2.117/2019, do Ministério da Educação, estabelece o aumento de 20% para 40% no percentual de aulas a serem oferecidas de maneira digital em cursos presenciais, aliando teoria e prática em atividades que, mesmo on-line, terão interação constante com professores.
Além disso, de acordo com o Plano Nacional de Educação, aprovado pela Lei n° 13.005/2014, 10% da grade curricular da graduação deve ser destinada a projetos de extensão universitária com foco em temas de relevância à comunidade onde a instituição está inserida.
Para o professor do UNICURITIBA, Sérgio Itamar, é isso o que se pode chamar de aprendizagem ativa, que transforma conhecimento em solução prática, real e integrada. “Essa é a educação do futuro, que faz parte da construção estratégica de um país. Os estudantes chegam na universidade cheios de sonhos, de energia e isso precisa ser aproveitado, porque são esses jovens que vão conduzir o Brasil”, diz.
Bárbara Born complementa: “Educação é trabalho, é investimento, é planejamento. Não é mágica ou panaceia. Quando unirmos esforços para extrair o que há de bom em modelos como o ensino híbrido, por exemplo, vamos finalmente ter uma educação que prepara cidadãos ativos e prontos para futuro.”
Experiência aprovada
Aprender de forma remota une uma habilidade que os jovens já dominam — o uso de tecnologias – a outra habilidade que o mundo do trabalho exige: a capacidade de gerir a própria rotina, produzir de forma autônoma e entregar resultados.
Recém-formada em Engenharia Civil no UNICURITIBA, Ana Carolina Madeira de Oliveira da Mata conhece o modelo e aprova. “O ensino híbrido está em ascensão e deve se consolidar”, avalia a jovem profissional.
“Cursei a disciplina de Estatística e Probabilidade no formato híbrido, com aulas on-line e ao vivo intercaladas a cada 15 dias. O sistema é muito interessante, permite a autonomia e a flexibilidade dos estudos, sem perder a integração e a proximidade com o professor”, conta.
Ecossistema de educação inovador
Para transformar a graduação em um ecossistema de educação inovador, que derrube os “muros da escola”, apresente uma nova versão de ensino e transforme a sociedade, a tecnologia torna-se aliada. Em um mundo moderno, não seria diferente.
Um exemplo de ferramenta para empoderar pessoas na transformação de vidas e na realização de sonhos por meio de novas tecnologias – criando oportunidades de educação e empregabilidade – é a Oracle Academy, um programa filantrópico da Oracle, empresa parceira do UNICURITIBA e da Ânima.
Fabiana Valente, gerente da Oracle Academy Brasil, diz que tecnologia e educação caminham juntas para inspirar e formar uma geração de inovadores. “As parcerias com instituições educacionais, como a firmada com a Ânima, agregam ao programa uma variedade de cursos em formatos diversos, apoiando o ensino da computação e levando para sala de aula conhecimento sobre tecnologias emergentes, como Inteligência Artificial, Machine Learning e Cloud. Esse é o caminho”, finaliza.
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