Em um de seus muitos discursos memoráveis, Ronald Reagan fez a seguinte afirmação: “A liberdade nunca está mais do que uma geração de distância da extinção. Nós não a passamos aos nossos filhos pela corrente sanguínea. Ela deve ser obtida, protegida e entregue para que eles façam o mesmo”. De fato, basta olhar a história para verificar que intervalos curtos foram suficientes para que certas coisas se perdessem completamente.
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Como a liberdade de expressão está constantemente sob a ameaça daqueles que estão no poder, é sempre importante refletir sobre o seu papel dentro da sociedade, meditar acerca dos direitos e deveres que a acompanham e celebrar as suas evidentes conquistas. Isso vale não só para as atividades da imprensa como também para as dos artistas, intelectuais e cidadãos comuns. Assim, foi preparada uma lista com 5 filmes disponíveis na Netflix nos quais o direito de se manifestar livremente é analisado e comemorado.
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O Custo da Coragem (Veronica Guerin, 2003, EUA, Irlanda e Reino Unido)
Diretor: Joel Schumacher
Sinopse: Após expor o esquema de drogas da sua cidade natal, uma repórter investigativa (Cate Blanchett) é perseguida por um grupo de traficantes.
Por que vale a pena assistir: Baseado no caso real da jornalista Veronica Guerin, o filme mostra as diferentes fases da investigação e os sacrifícios que tiveram de ser feitos pela protagonista e os seus familiares. Embora não seja uma obra memorável, O Custo da Coragem é um suspense eficiente e conta uma história importante sobre força, perseverança e liberdade. O longa do cineasta Joel Schumacher deixa claro que a verdade e o heroísmo sempre cobram um preço alto.
Zodíaco (Zodiac, 2007, EUA)
Diretor: David Fincher
Sinopse: Policiais, jornalistas e o cartunista Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal) tentam descobrir a identidade de um famoso assassino dos anos 1970.
Por que vale a pena assistir: Várias histórias foram criadas sobre o “Assassino do Zodíaco” e até hoje não há conclusões definitivas. No entanto, independentemente disso, a obra do diretor David Fincher funciona como uma glorificação do faro investigativo. Quando os policiais responsáveis pelo caso se veem de mãos atadas e a memória do povo começa a desaparecer, é um sujeito comum e ciente dos seus limites que dá continuidade a um trabalho longo e complexo de investigação jornalística.
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Conspiração e Poder (Truth, 2015, EUA)
Diretor: James Vanderbilt
Sinopse: Produtora de televisão (Cate Blanchett) e equipe de jornalistas enfrentam severas consequências depois de transmitir uma matéria envolvendo um possível tratamento preferencial dado pelo exército americano a George W. Bush durante a Guerra do Vietnã.
Por que vale a pena assistir: Muito se fala sobre as liberdades de imprensa, mas pouco acerca das responsabilidades que sustentam o jornalismo. Conspiração e Poder preenche essa lacuna. Claramente inspirado no clássico Todos os Homens do Presidente, o longa de James Vanderbilt se aprofunda no dia-a-dia de um programa televisivo e rumina sobre os princípios e a ética que devem guiar o ofício. É uma obra pertinente aos dias de hoje e que merece ser descoberta por um público maior.
Eu Sou Sun Mu (I Am Sun Mu, 2015, Coreia do Norte, China e Estados Unidos)
Diretor: Adam Sjöberg
Sinopse: Documentário sobre a vida e obra de um artista da Coreia do Norte.
Por que vale a pena assistir: Governos ditatoriais sempre impediram intelectuais, jornalistas e artistas de se manifestarem. Trata-se de uma prática comum de todos os regimes totalitários. Em Eu Sou Sun Mu, a história se repete e um pintor precisa escapar da tirania de sua terra natal para continuar vivendo e se expressando. O filme é construído a partir de suas reflexões. Nos duas atuais, quando o país está mais uma vez nas manchetes, o documentário de Adam Sjöberg é uma boa chance para conhecer mais sobre essa nação marcada pela violência tirânica.
Tickling Giants (Idem, 2016, Estados Unidos)
Diretor: Sara Taksler
Sinopse: O apresentador Bassem Youssef incomoda as autoridades egípcias com o seu programa de humor.
Por que vale a pena assistir: Tickling Giants é um documentário bem-humorado e relevante sobre a revolução egípcia de 2011. A obra de Sara Taksler nos revela que tanto a comédia quanto o jornalismo podem ser armas poderosíssimas. Em qualquer democracia saudável, os dois são imprescindíveis para que os cidadãos se mantenham informados e livres. Numa época como a nossa, em que há abundância de fake news e o politicamente correto se tornou uma censura, conteúdos dessa natureza são essenciais.
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