Caso você tenha assistido aos clássicos de ação Jogos Patrióticos e Perigo Real e Imediato, ambos estrelados por Harrison Ford, talvez já esteja familiarizado com o nome Jack Ryan. O personagem criado pelo autor Tom Clancy, em 1984, atraiu milhares de espectadores para suas histórias de espionagem que se passavam durante e após a Guerra Fria, retratando a luta dos Estados Unidos contra o comunismo.
Nos cinemas, Ford, Alec Baldwin, Ben Affleck e Chris Pine já interpretaram Ryan, um destemido analista da CIA (Agência Central de Inteligência). Nem todos fizeram sucesso e, após o último filme, lançado em 2014 e estrelado por Pine, a franquia morreu nas telonas. Até que o Prime Video decidiu produzir uma série com o personagem nos tempos modernos, enfrentando extremistas islâmicos, políticos corruptos na Venezuela e uma tentativa de recriar a União Soviética. Logo na primeira temporada, cerca de oito milhões de dólares foram investidos em cada episódio, confirmando que a aposta era alta.
Sob a alcunha de Tom Clancy's Jack Ryan, a nova versão do agente secreto estreou em 2018, com John Krasinski no papel principal. A escolha poderia parecer estranha para quem acompanhou o ator na pele de Jim Halpert, personagem bonachão do seriado cômico The Office. Na série de ação, Krasinski prova ser bastante versátil. Sua abordagem do personagem lembra muito a versão interpretada por Ford na década de 1990, e isso não é coincidência.
Sem medo de ter medo
“O que foi ótimo nos filmes com Harrison Ford é que eles mostravam um herói do dia a dia”, contou Daniel Sackheim, um dos diretores da série, em entrevista para o IndieWire. “Ele não era um super-herói. Era heroico, mas vulnerável. Não tinha medo de ter medo.” E essas foram as principais características consideradas para a produção do Prime Video.
Logo no primeiro episódio, Ryan é apresentado como um mero analista que trabalha no escritório. Conforme realiza descobertas que nenhum outro agente da CIA é capaz, ele fica mais envolvido na ação e se torna o espião à frente da operação, assim como nos livros originais de Clancy. A série não só recuperou a franquia como rendeu quatro temporadas, cada uma focando em uma história diferente.
O anúncio da quarta e última pegou de surpresa muitos entusiastas do agente. Após uma demora de três anos entre a segunda e terceira parte da saga, a chegada dos capítulos finais ocorrerá em 30 de junho, apenas seis meses depois do lançamento da leva mais recente de episódios disponíveis. “Sabendo o tanto que os fãs esperaram entre as outras temporadas, decidimos gravar a terceira e a quarta ao mesmo tempo para que eles não sofressem muito”, explicou Krasinski em uma entrevista recente à publicação The Wrap. A escolha também faz sentido considerando que a história de ambas está diretamente conectada.
Uma nova União Soviética?
Após ser caçado pela própria CIA durante sua tentativa de desmanchar a criação de uma nova União Soviética, Jack Ryanconsegue provar sua inocência e intenção. Com o êxito, o personagem retorna como vice-diretor da agência e foca em desmantelar “cartéis de droga, organizações terroristas e uma conspiração nacional”, resume a revista Variety sobre o que vem por aí.
Embora o Prime Video ainda não tenha divulgado nenhum detalhe oficial sobre a última temporada, Krasinski entregou que os episódios resultarão em uma convergência de tudo que Ryan já enfrentou na série. Outra característica da produção que deve voltar é seu roteiro baseado em questões geopolíticas atuais. “Sem dar nenhum spoiler, o agente assume um papel diferente na quarta temporada que não vimos antes, um que nos permite explorar outro aspecto de Jack Ryan. É mais uma aventura emocionante – muito internacional, com personagens diferentes e novos vilões”, garante Vaun Wilmott, atual showrunner da série.