![Aos 96 anos, Mel Brooks não poupa ninguém em sua nova série de comédia “A História do Mundo Parte 2” mostra que Mel Brooks ainda tem liberdade para brincar com todos](https://media.gazetadopovo.com.br/2023/03/15152748/mel-brooks-a-hist%C3%B3ria-do-mundo-15mar2023-hulu-divulga%C3%A7%C3%A3o-960x540.jpg)
“Para alguns de vocês, sou um herói. Para outros, apenas uma lenda.” A frase narrada por Mel Brooks, 96 anos, dá o pontapé na série A História do Mundo: Parte 2. Ela pode ser um exagero para quem não conhece o autor e cineasta, mas seu currículo com clássicos como Os Produtores e Banzé no Oeste, além dos prêmios Emmy, Grammy, Oscar e Tony na estante, reforçam sua condição de sumidade, de Pelé da comédia.
A nova série, disponível na plataforma Star+, retoma o conceito do primeiro A História do Mundo, filme lançado e estrelado por Brooks, em 1981. Numa sequência de esquetes, o longa se tornou clássico por brincar com importantes momentos da humanidade, casos da Idade da Pedra, da Revolução Francesa e do Império Romano (com o filósofo Comicus, que propaga sua sabedoria em forma de stand-up).
É esse o tipo de humor que retorna na parte 2, agora caçoando de figuras míticas como Rasputin, Stalin, Richard Nixon e até William Shakespeare. Muitas nuances das piadas são baseadas em pequenos detalhes da história. No esquete sobre Shakespeare, por exemplo, Brooks faz graça com a conspiração sobre a autoria dos textos do dramaturgo inglês. Nas piadas sobre a Revolução Russa, o roteirista retrata o ditador Joseph Stalin como um assistente subserviente de Lênin. Áses do humor como Danny DeVito, Jack Black e Seth Rogen dão vida aos personagens.
Tiros para todos os lados
Assim como no longa de 1981, A História do Mundo: Parte 2 faz piadas com religião. Em alguns esquetes mostrando Judas Iscariotes como se fosse um personagem do universo de Segura a Onda (Curb Your Enthusiasm), série de humor da HBO, Brooks beira o desrespeito. Mas resolve a questão ao também fazer troça com sua própria fé – o cineasta possui origem judaicas e não poupa a religião. Lembrando que um dos momentos mais memoráveis do filme original é o trecho “Jews in Space”, que mostra naves espaciais no formato da Estrela de Davi com uma música irônica sobre o tema.
A série é muito bem-vinda nessa época em que piadas parecem ferir mais do que ações. Mel Brooks mostra que, mesmo beirando os 100 anos, não se preocupa em se indispor com o público ou ferir o ego de alguém. Seu único objetivo é proporcionar risadas – e sem se levar a sério. Estaria aí o segredo de sua própria longevidade?
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