Acusado de estupro e assédio por atrizes como Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow, o produtor Harley Weinstein passou a ser investigado pela Scotland Yard nesta quinta (12). De acordo com o jornal britânico "The Guardian", a polícia londrina está analisando a acusação de abuso sexual feita contra o produtor. Em Nova York, cidade natal de Weinstein, a polícia investiga se há mais vítimas.
Demitido da empresa que trabalhava e que leva seu nome, Weinstein, considerado um dos nomes mais poderosos de Hollywood, foi acusado de ter cometido abuso sexual contra diversas mulheres. As acusações foram veiculadas no jornal "The New York Times".
Segundo a publicação americana, que fez a sua própria investigação sobre o assunto, as acusações existem há quase três décadas —os episódios ocorreram em vários locais, incluindo os escritórios de sua produtora nos Estados Unidos e na Inglaterra, além de episódios durante os festivais de Cannes e Sundance.
O "The New York Times" também afirma que o produtor chegou a fechar pelo menos oito acordos com mulheres, incluindo uma assistente em 1990, uma atriz em 1997 e uma modelo italiana em 2015.
Suspensão
O produtor foi suspenso da academia de cinema britânica Bafta nesta quarta-feira (11). "À luz de alegações recentes muito sérias, a Bafta informou Harvey Weinstein que sua filiação foi suspensa, com efeito imediato", disse a instituição em um comunicado.
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que organiza o Oscar, disse que fará uma reunião especial no sábado (14) para discutir as acusações contra Weinstein. Em comunicado, a Academia disse que considera "repugnante, abominável e antiética" a conduta do produtor. Ele tem uma estatueta do Oscar de melhor filme por "Shakespeare Apaixonado" (1999).
Jane Fonda
A atriz Jane Fonda, 79, disse que estava ciente das acusações de assédio sexual contra Harvey Weinstein e que se sente envergonhada por não ter falado sobre isso antes. A atriz afirmou que nunca foi alvo dos assédios de Weinstein, mas que sua amiga Rosanna Arquette, foi.
"Eu descobri sobre o Harvey cerca de um ano atrás e me sinto envergonhada por não ter dito nada na época", disse a atriz vencedora do Oscar à CNN. "Eu somente conheci o Harvey quando já estava velha e ele vai atrás de jovens pois são mais vulneráveis", disse. "Esse tipo de assédio acontece o tempo todo, não só em Hollywood, mas em todo o mundo."
Arquette é uma entre as dezenas de atrizes que se manifestaram publicamente para acusar o produtor cinematográfico de assédio sexual e estupro. A atriz disse à "New Yorker" que, durante os anos 1990, Weinstein tentou fazer com que ela o massageasse e, quando ela recusou, ele pegou sua mão e tentou colocá-la na virilha dele.
Penélope Cruz
Já a atriz Penélope Cruz relatou que nunca presenciou o comportamento de Harvey Weinstein, produtor acusado de diversos assédios sexuais, mas afirmou que o abuso de poder é inaceitável. A atriz ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por "Vicky Cristina Barcelona", filme produzido pela empresa de Weinstein em 2008.
Em comunicado ao site "Buzzfeed News", Cruz afirmou estar extremamente triste e chocada com os relatos que foram divulgados sobre o produtor. "Obviamente, eu não conhecia este lado dele. Nós trabalhamos juntos em diferentes filmes e mesmo que ele tenha me desrespeitado, eu nunca presenciei esse tipo de comportamento."
"Preciso expressar meu apoio às mulheres que tiveram essas terríveis experiências. Elas mostraram grande coragem ao falarem", disse Cruz. "Este tipo de abuso de poder é inaceitável. Todos nós, mulheres e homens, precisamos ensinar as futuras gerações sobre o poder do respeito e o apoio ao próximo." Além dela, apremiada atriz Meryl Streep disse que as ações de Weinstein foram “vergonhosas, sem desculpas e um abuso de poder”.
Outro lado
Procurado pelo "The New York Times", o produtor pediu desculpas e reconheceu que "a forma como me comportei com colegas no passado causou muita dor, e eu sinceramente peço desculpas por isso. Embora eu esteja tentando melhorar, sei que tenho um longo caminho." Weinstein também informou que estava tendo acompanhamento de terapeutas e que tinha planos de tirar uma licença para tratar do assunto.
Entretanto, à revista "The New Yorker" a porta-voz de Weinstein, Sallie Hofmeister, respondeu às acusações, dizendo que "quaisquer alegações de sexo não-consensual são negadas inequivocamente pelo senhor Weinstein".
Hipocrisia? O magnata de Hollywood, que foi demitido da empresa que fundou com o irmão, apoia o combate à pobreza e o controle de armas.
Publicado por Ideias em Quinta-feira, 12 de outubro de 2017
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