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Helen Mirren no filme “A Dama Dourada”, em cartaz nos cinemas. | Divulgação
Helen Mirren no filme “A Dama Dourada”, em cartaz nos cinemas.| Foto: Divulgação

Antes dos créditos finais de “A Dama Dourada”, do britânico Simon Curtis, sobre uma judia octogenária que tenta recuperar quadros confiscados pelos nazistas de sua família durante a Segunda Guerra, em cartaz nos cinemas, aparece um número indicando que mais de 100 mil obras de arte daquele período continuam desaparecidas.

O número de casos de restituição de coleções de arte roubadas durante a Segunda Guerra tem crescido na última década. Neste ano, por exemplo, as telas “Mulher Sentada”, de Henri Matisse, e “Dois Cavaleiros na Praia”, de Max Liebermann, foram devolvidas aos descendentes de seus antigos donos, judeus colecionadores ou marchands nos anos da perseguição do Terceiro Reich.

Explorado em livros e documentários, como o americano “The Rape of Europe” (2006), de Richard Berge, Boni Cohen e Nicole Newham, o tema começa a ganhar força no cinema ficcional.

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“Esse interesse meio tardio é compreensivo. O número de perdas de vidas humanas durante a Segunda Guerra foi tão catastrófico que ninguém falava de roubo de obras de arte, era um tema secundário, era o que menos importava nas décadas que se seguiram. Levou gerações para que as dramáticas histórias envolvendo o sequestro de coleções de arte de famílias judias pelos nazistas ganhasse importância”, diz Curtis que, em “A Dama de Ouro”, recupera a tragédia por trás de um dos quadros mais célebres do mundo, “Retrato de Adele Bloch-Bauer I”, de Gustav Klimt (1862-1918).

O filme recria a longa batalha jurídica entre Maria Altmann (Helen Mirren, de “A Rainha”), austríaca que fugiu com o marido para os Estados Unidos durante a guerra para recuperar obras de arte da coleção de seu pai.

Entre as peças estava o famoso quadro de Klimt, que retrata sua tia Adele, e que até 2006 era o orgulho da Galeria Nacional Belvedere, em Viena.

Naquele ano, após vencer a causa com o seu advogado, Ronald Schoenberg (Ryan Reynolds), Maria vendeu o retrato de Adele para Ronald Lauder, cofundador da Neue Galery, de Nova York, por US$ 135 milhões, o maior valor pago por uma pintura até então.

Os casos envolvendo espólio da Segunda Guerra não param de surgir. A história de Maria Altmann está no livro “A Dama Dourada – A Extraordinária História da Obra-Prima de Gustav Klim”, da jornalista Anne-Marie O’Connor, lançado agora no Brasil pela José Olympio.

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