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Richard Dreyfuss, em cena do clássico “Tubarão”
Richard Dreyfuss, em cena do clássico “Tubarão”| Foto: Universal Pictures/Reprodução

A estrela hollywoodiana Richard Dreyfuss, ator ganhador do Oscar e mais reconhecido por seu trabalho em Tubarão, disse em uma entrevista que as novas regras de diversidade impostas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para os filmes serem elegíveis à estatueta de “Melhor Filme” fazem ele “querer vomitar”. “Esta é uma forma de arte. Ninguém deveria estar me dizendo, como artista, que devo ceder à ideia mais recente e atual do que é moralidade”, disse Dreyfuss à Margaret Hoover, apresentadora do programa Firing Line, exibido pela PBS nos Estados Unidos.

Novas políticas promulgadas pelo Oscar para 2024 farão com que a elegibilidade do prêmio dependa do cumprimento de dois dos quatro marcos de referência de diversidade estipulados. Um deles, por exemplo, exige que um terço do elenco de um filme seja composto por “um grupo sub-representado”. “É sobre encontrar o equilíbrio. Então, buscamos criar regras que façam sentido, que mantenham as pessoas alertas sobre isso, mas não dizendo às pessoas o que fazer”, disse à Sky News a produtora de cinema e presidente da Academia Janet Yang, em março.

Janet Yang sustentou que as medidas de equidade propostas não desqualificariam qualquer indicação anterior (as primeiras aconteceram em 1929). “Achamos que, mesmo com essas novas diretrizes, todas as indicações anteriores ainda seguem valendo.”

A eterna polêmica do blackface 

Durante a conversa, Dreyfuss elogiou a performance de Laurence Olivier em Othello, que utilizou blackface, uma maquiagem imitando o rosto negro, em 1965. “Estou sendo informado de que nunca terei a chance de interpretar um homem negro?” Dreyfuss perguntou retoricamente. “Estamos loucos? Não sabemos que arte é arte?”

A apresentadora do programa pressionou Richard Dreyfuss, desafiando-o a esclarecer se pessoas de outra raça deveriam ter permissão para representar grupos aos quais não pertencem. “Você acha que há uma diferença entre a questão de… quem tem permissão para representar outros grupos… e o uso explícito do blackface neste país, dada a história da escravidão e as sensibilidades em torno do racismo negro?”, a jornalista indagou. “Não deveria haver”, respondeu Dreyfus. “Porque é arrogante.”

Luta pela democracia  

O ator também discutiu seu compromisso de melhorar a educação cívica. Em 2006, a estrela criou a Dreyfuss Civics Initiative com o objetivo de revitalizar a consciência nacional do governo e da política. “Acho que estamos em um momento decisivo agora”, disse ele à PBS. “Podemos deixar escapar a maior ideia de governança já concebida e nem saberemos que isso aconteceu.”

“Ainda não consigo entender o fato de que as pessoas confundem serem expostas a uma visão oposta sobre qualquer assunto com serem traidoras ou subversivas.” Os comentários de Richard Dreyfuss vêm logo após as notas da Avaliação Nacional do Progresso Educacional (um teste padronizado conhecido nos Estados Unidos como “Cartão de Relatório da Nação”), mostrarem uma queda preocupante no conhecimento cívico do aluno médio da oitava série para o ponto mais baixo desde que os testes foram administrados pela primeira vez, em 1998.

Os administradores seniores da Casa Branca tentaram culpar os governos estaduais republicanos e a pandemia como responsáveis pela queda nas notas dos testes. “Os dados mais recentes da Avaliação Nacional do Progresso Educacional afirmam ainda mais o profundo impacto que a pandemia teve no aprendizado dos alunos em disciplinas além da matemática e da leitura”, observou o secretário do Departamento de Educação, Miguel Cardona, em comunicado oficial.

© 2023 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.

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