Cartaz do filme “Air: a História por trás do Logo”| Foto: Reprodução Facebook
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Em Air: a História por trás do Logo, que está em cartaz nos cinemas brasileiros, Ben Affleck volta a demonstrar sua capacidade de encontrar boas soluções como diretor e seu tino para escolher histórias. Como de hábito em seus projetos, ele dirige, roteiriza e interpreta, sempre cercado por amigos. Desta vez, divide o roteiro com Matt Damon, com quem também conta para o papel de protagonista.

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O filme se passa em 1984 e relata a gênese do acordo entre a jovem promessa do basquete Michael Jordan e a fabricante de vestuário esportivo Nike. À época, a empresa atravessava uma crise que a situava, marketshare, muito atrás da Adidas e da Converse.

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Air: a História por trás do Logo é mais sobre negócios do que esportes. Pertence ao subgênero de histórias sobre lideranças, como A Grande Virada (2010), Steve Jobs (2017) e A Rede Social (2010). Sem dúvida, a obra será útil para diversos cursos de business, pois documenta um case de sucesso que fala de estratégia, trabalho em equipe, negociações, tomadas de decisões, produtos, etc. De fato, o roteiro se apoia em interlúdios com citações dos dez princípios da Nike, como “nosso negócio é a mudança” e “estamos no ataque”.

"Oitentices"

Affleck conduz as tomadas com segurança e introduz o espectador no contexto dos anos 80 com uma autêntica exibição de campanhas publicitárias, videoclipes, marcas, produtos e videogames que eram os sucessos do momento. Também se apoia na música, com uma notável seleção de canções oitentistas que tocará fundo em muita gente. A roupas, a cargo de Charlese Antoinette Jones, igualmente somam a esse conteúdo nostálgico com piscadelas de humor. É divertido ver Affleck no papel de Phil Knight, o fundador da Nike, paramentado com os looks berrantes daquela década. Já Matt Damon vive Sonny Vaccaro, o guru de basquete da Nike, verdadeiro artífice do case de Jordan. É uma delícia ver Damon em cena, e o mesmo pode ser dito de Viola Davis, que interpreta a senhora Jordan, uma mãe teimosa capaz de mudar as regras do jogo dos negócios.

Talvez a única decisão discutível seja a forma com que se omite a representação do próprio Jordan no filme. Nenhum ator encarna o esportista: sua figura aparece somente de costas em umas poucas cenas. É, sem dúvida, uma saída defensável, mas faz falta ver algo de basquete de verdade em uma produção que trata de um dos jogadores mais míticos de todos os tempos.

© 2023 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.