Com o Natal se aproximando e o período de férias escolares virando realidade para os alunos que não pegaram recuperação, é natural que as salas de cinema ofertem títulos de olho nessa demanda. Dois lançamentos que já estão em cartaz merecem destaque. O primeiro é uma comédia de ação com The Rock no elenco e o outro traz uma nova história para quem gostou do livro e do longa Extraordinário. É escolher o filme que apetece mais.
Operação Natal
Na véspera de Natal, o Das Neves (J.K. Simmons) – codinome do Papai Noel – é sequestrado por um malvado inimigo do Natal. O sério chefe de segurança do polo norte e braço direito do Papai Noel, Callum Drift (Dwayne Johnson, o The Rock), pede então ajuda ao rastreador e caçador de recompensas Jack O'Malley (Chris Evans), um cético divorciado, que não acredita no Natal e que encontra dificuldades para se reconciliar com o filho.
Em Operação Natal, Jake Kasdan (Jumanji: Bem-vindo à Selva, Jumanji: Próxima Fase) não contribui com nada de novo, amontoa todos os clichês do cinema natalino e é relapso com alguns dos efeitos digitais que utiliza. Mas também é verdade que o enredo é muito divertido, que o humor funciona bem e que as suas inúmeras sequências de ação são espetaculares. Além disso, J.K. Simmons compõe um Papai Noel original – forte, tecnológico e empresarial, mas acolhedor – e a boa química entre Dwayne Johnson e Chris Evans é contagiante. Este último interpreta um malandro muito simpático, cujo belo relacionamento com seu filho traumatizado acrescenta profundidade dramática e moral ao conjunto.
Bem-vinda seja, portanto, esta comédia de ação familiar para todos os públicos. Um detalhe que vale a pena mencionar é que o filme até lembra que o primeiro Papai Noel foi São Nicolau de Mira.
© 2024 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.
- Operação Natal
- 2024
- 123 minutos
- Indicado para maiores de 12 anos
- Em cartaz nos cinemas
Pássaro Branco – Uma História de Extraordinário
Nascida em 1963, a escritora nova-iorquina de pais colombianos Raquel Jaramillo Palacio vendeu milhões de seus romances para jovens adultos em todo o mundo. O mais famoso, Extraordinário (2012), gerou uma saga de alguns outros romances e foi muito bem transformado em filme em 2017 por Stephen Chbosky, com Jacob Tremblay, Julia Roberts e Owen Wilson como protagonistas. Agora é o cineasta suíço-alemão Marc Forster (Em Busca da Terra do Nunca, O Caçador de Pipas) quem traz para as telonas a história em quadrinhos Pássaro Branco, escrita por R. J. Palacio em 2019 e também pertencente ao universo Extraordinário. O resultado é algo inferior, mas também valioso, e responde plenamente ao ideal da romancista: “Em todos os meus livros, meu tema é o poder e o impacto da bondade humana”, declarou a autora, que também é a produtora de Pássaro Branco – Uma História de Extraordinário.
A história é narrada por Sara Blum (Helen Mirren), avó de Julian Albans (Bryce Gheisar), um garoto rude que foi expulso de sua antiga escola por maltratar Auggie Pullman. Para motivá-lo, a idosa conta sobre sua Odisseia no outono de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, quando era adolescente (Ariella Glaser). Prestes a fugir com os pais – judeus como ela – da França ocupada, Sara foi salva dos nazistas por Julien Beaumier (Orlando Schwerdt), um menino coxo, maltratado nas aulas e projecionista do cinema da cidade, que a escondeu em sua casa com a ajuda de um padre católico (Stuart McQuarrie). Nessas circunstâncias angustiantes, Sara e Julien vivem seu primeiro amor, refugiando-se em um mundo mágico de fantasia, enquanto os pais do menino (Gillian Anderson e Jo Stone-Fewings) arriscam tudo para mantê-los seguros.
O enredo é menos original do que o de Extraordinário, principalmente pela abundância de histórias semelhantes por aí. Além disso, os vilões nazistas são arquetípicos demais, e algumas passagens de contos de fadas – como a aparição de lobos – talvez quebrem o tom realista pretendido. Mas sempre há valor em histórias como esta, que tratam da banalidade do bem – ainda mais poderosa do que a banalidade do mal. Somos mais uma vez expostos ao heroísmo de milhares de cristãos que arriscaram as suas vidas para salvar os judeus do Holocausto, acentuado o poder do amor em todos os seus aspectos, inclusive familiares. A coisa só melhora se Helen Mirren é a narradora, se Thomas Newman assina a trilha sonora, se os atores estão bem e se o diretor não quebra o ritmo, tirando proveito dos belos cenários checos onde filmou e se esforçando ao máximo em sua nostálgica e poética homenagem ao cinema.
© 2024 Aceprensa. Publicado com permissão. Original em espanhol.
- Pássaro Branco – Uma História de Extraordinário
- 2024
- 121 minutos
- Indicado para maiores de 14 anos
- Em cartaz nos cinemas
Explosões em Brasília reforçam tensão política e devem intensificar reação do STF
Barroso liga explosões no STF a atos de bolsonaristas e rechaça perdão pelo 8 de janeiro
Autor de explosões em Brasília anunciou atos nas redes sociais, se despediu e deixou recado à PF
Musk anuncia recrutamento de “superdotados” para o Departamento de Eficiência Governamental